18 março 2016

Impeachment é orgasmo do mercado, diz ex-vice presidente do Corinthians

A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no governo da presidente Dilma Rousseff, o que ainda está em pendente de decisão judicial, não tirou do radar dos investidores a probabilidade de impeachment da petista.

Nesta quinta (17), esse risco ainda era preponderante, segundo Luis Alberto Rosenberg, 71, dono da consultoria que leva seu nome. Ex-vice presidente do Corinthians, Rosenberg trabalhou na equipe do ex-ministro Delfim Netto, nos anos 1980, e foi negociador do governo com o FMI.

Segundo ele, para o mercado, o impeachment seria um "orgasmo múltiplo". Provas disso foram a alta da Bolsa e a queda do dólar nesta quinta-feira (17).

"Mesmo com Lula, se o movimento for pela austeridade, já haverá o que comemorar. Mas, sem dúvida, a saída dela [a presidente Dilma] seria o nirvana neocapitalista".

Folha - Como o mercado está reagindo às notícias do desenrolar da crise política?
Luis Paulo Rosenberg - Dando como certo o impeachment, o mercado entra em orgasmos múltiplos. Mesmo com Lula, se o movimento for pela austeridade, já haverá o que comemorar. Mas, sem dúvida, a saída dela seria o nirvana neocapitalista.

Qual a probabilidade que o mercado hoje atribui ao impeachment?
De 60%.

É a aposta majoritária?
Sim.

Como avalia o discurso da presidente Dilma Rousseff nesta quinta (17) na posse de Lula como ministro?
Positivo. Ela defendeu seu interesse, mas foi serena, apelando para o diálogo, diferenciando claramente o que é divergência de pensamento e o que é guerra entre inimigos.

Houve alguma sinalização, no discurso de Dilma, que deveria ser considerada pelo mercado?
Mais pelo que ela não disse. Ou seja, não houve nenhuma ameaça de transformar o esforço pelo saneamento das contas públicas em nova aventura matricial inovativa [alusão à nova matriz econômica, política adotada na gestão do ex-ministro Guido Mantega, que turbinou o crédito e os gastos públicos para tentar reanimar a economia].

Como o mercado reagiria à troca da equipe econômica, tanto do ministro Nelson Barbosa [Fazenda] como de Alexandre Tombini [presidente do Banco Central]?
Depende de quem entrará. Se fossem dois nomes respeitadores da ortodoxia econômica, com alegria. Não há nenhuma estima especial pela dupla. Porém, se fossem dois desenvolvimentistas convictos, o mercado colocaria o dólar a R$ 5.

Qual o seu palpite para hoje: é melhor comprar ou vender ativos do Brasil?
Comprar.

Fonte: Folha de S.Paulo - Leia mais em abenee 18/03/2016

18 março 2016



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