O empresário americano Marshall Cogan - que consolidou empresas do varejo automotivo nos Estados Unidos e na China entre as décadas de 1990 e 2000 - já tem pronta a estrutura financeira e deu início às primeiras negociações de um plano ambicioso que prevê investimentos de até R$ 1 bilhão na aquisição de concessionárias de veículos no Brasil.
No momento, ele está em negociação avançada com três grupos de revendas, que, juntos, somam 50 lojas e receita líquida anual de R$ 1,5 bilhão. Só na aquisição dessas empresas, tidas como a plataforma inicial do projeto de Cogan para o país, estão previstos investimentos de aproximadamente US$ 250 milhões, ou quase R$ 580 milhões.
Os três grupos selecionados ainda passam por processo de auditoria - o chamado "due diligence" - e o valor das aquisições ainda não foi fechado entre as partes. Por isso, os nomes dos envolvidos são mantidos em sigilo. Mas, se tudo der certo, a primeira aquisição será acertada até o mês que vem para que a Auto Grupo Brasil (AGB), a empresa de Cogan no Brasil, esteja "operacional" na virada do ano.
As negociações incluem, em sua maioria, concessionárias de carros de luxo, assim como uma participação na empresa que representa a marca inglesa Bentley no mercado brasileiro. Só o maior grupo negociado por Cogan administra 35 revendas de marcas como BMW, Mini Cooper, Land Rover e Volvo, além de duas lojas da grife de motocicletas Harley-Davidson. Outra revendedora tem seis concessionárias das marcas Audi, Volkswagen e Bentley. Já o terceiro grupo é dono de quatro revendas de carros da Honda e vai abrir outras três lojas da marca nos próximos dois anos.
Esse é o primeiro, mas não o único passo previsto por Cogan com a AGB. Seu plano prevê criar um grupo de 180 lojas e faturamento de R$ 6 bilhões nos próximos cinco anos. Quando alcançar esse tamanho, a ideia é abrir o capital da companhia em uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) no Brasil e nos Estados Unidos.
O empresário não está vindo sozinho. Um grande fundo de investimento asiático já manifestou interesse em participar da empreitada e, paralelamente, um fundo de private equity já está pronto para abrigar, no máximo, mais 20 investidores no Brasil. Fernando Hormain, sócio da Camargue Capital, que montou a estrutura financeira para Cogan, diz que o fundo de private equity tem como objetivo captar entre R$ 400 milhões e R$ 600 milhões. São recursos que se somam aos aportes de Cogan, estimados em R$ 150 milhões, e do fundo asiático - de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões - no negócio, adianta Hormain. "No total, a AGB terá três veículos de investimento: o fundo de private equity, o fundo asiático e o próprio Marshall Cogan", informa.
Como parte da agenda para atrair investidores institucionais ao plano de negócio, Cogan vem a São Paulo para participar, no dia 9 de dezembro, da principal conferência sobre private equity na América Latina, o Private Equity Brazil Forum. Depois disso, pretende se mudar definitivamente para o Brasil junto com seu time de executivos.
O investidor tem longa experiência em consolidar empresas do varejo automotivo. No início da década de 1990, comprou uma série concessionárias americanas de controle familiar com a United Automotive Group. Depois de abrir o capital da empresa na bolsa de valores de Nova York, aumentar seu valor de mercado de US$ 88 milhões para mais de US$ 730 milhões, Cogan vendeu a United Automotive para a Penske em 1999, dando origem a um dos maiores grupos de revenda de carros do mundo. Com dinheiro em mão, o investidor se associou ao Citigroup na compra de concessionárias da BMW na China em 2005, negócio que depois foi vendido por US$ 100 milhões.
Agora com 76 anos, Cogan quer replicar no Brasil o modelo de negócio implantado antes em sua terra-natal e na China. O empresário estuda o mercado automotivo brasileiro há mais de dois anos e sabe que muitas revendas de veículos importados estão pressionadas pelas políticas restritivas do governo que limitaram as importações de carros. Assim como já fez antes, a ideia de Cogan é levantar essas empresas com uma estratégia baseada no desenvolvimento de negócios rentáveis - como serviços automotivos, vendas de autopeças e produtos financeiros - para depois revender as operações ao mercado. O investidor avalia ser possível triplicar, para mais de 15%, a margem de geração de caixa das revendas que estão em seu alvo de aquisição no Brasil. Valor econômico
Fonte: antp 12/11/2013
12 novembro 2013
Investidor americano negocia revendas
terça-feira, novembro 12, 2013
Compra de empresa, Consolidação, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA
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Ruy Moura
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