O governo pretende fazer quatro privatizações até o fim de 2021 e começar pelos Correios, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Entre as estatais que Guedes tem a pretensão de repassar para a iniciativa privada estão os Correios, a Eletrobras, o Porto de Santos e o portfólio da PPSA (Pré-Sal Petróelo) – empresa criada para negociar os contratos de exportação do pré-sal.
“Até dezembro de 2021 essas companhias devem sumir. Serão apenas um ponto de partida”, afirmou Paulo Guedes. A promessa de privatizações existe desde o início do mandato de Bolsonaro. Até hoje, nenhuma estatal foi vendida.
Anteriormente, em um evento da Controladoria-Geral da União (CGU), Guedes afirmou estar “bastante frustrado” com o fato de o governo não ter conseguido tirar nenhuma privatização do papel.
Entretanto, essa não é a primeira promessa de privatização de Guedes nos últimos meses. Embora dessa vez tenha sido mais modesto: da última, em julho deste ano, falou em “quatro grandes privatizações em noventa dias”.
Privatizações até o fim de 2021
O ministro deu a declaração sobre as quatro privatizações durante participação em fórum promovido pela Bloomberg. De acordo com ele, a privatização dos Correios será a primeira a sair do papel, por haver “interesse do mercado” em virtude do crescimento das compras e vendas on-line.
“Acreditamos que será um leilão de sucesso, porque as pessoas estão vendendo pela Internet”, disse Guedes. “Como entregar se você não tem a coisa física? Precisamos dessa digitalização”, completou.
Além disso, afirmou que há interesse do governo na privatização dos Correios pelos escândalos de corrupção envolvendo a empresa ao longo dos anos. Mesmo com a vontade, o assunto ainda nem saiu das discussões internas do Executivo federal.
Por outro lado, a privatização da Eletrobras está travada no Congresso. Das quatro, é a única que já dá sinais de que pode sair do papel.
“Tem acordo político na Câmara e no Senado que não deixa privatizar. Que história é essa? Precisamos recompor o eixo político para fazer as privatizações prometidas na campanha”, alegou o ministro, durante evento da CGU.
Ainda afirmou que os dois primeiros anos de governo foram “difíceis por não ter acesso político”. “Agora costuramos uma coalizão e acredito que as reformas serão aceleradas. Sinto como se este fosse nosso primeiro dia de governo. Estamos apenas começando”, argumentou, já no evento da Bloomberg.
No mesmo evento, o ministro ainda admitiu a possibilidade de o auxílio emergencial voltar a ser pago para os brasileiros no ano que vem, caso o Brasil seja atingido por uma segunda onda do coronavírus.
“Se houver uma segunda onda no Brasil, já temos os mecanismos. Digitalizamos 64 milhões de brasileiros. Sabemos quem são, onde estão e o que eles precisam para sobreviver”, disse. Vale lembrar que o benefício vem sendo pago por meio das contas virtuais da Caixa Econômica Federal.
Logo após, esclareceu que os gastos seriam menores que os deste ano. “Em vez de 8% do PIB (valor gasto neste ano), provavelmente desta vez [será gasto] metade disso, porque podemos filtrar os excessos e certamente usar valores menores”, completou.
Por fim, ressaltou que esse gasto adicional só acontecerá se houver demanda. “O que definitivamente não faremos é usar uma doença que nos deixou como desculpa para fazer movimentos políticos irresponsáveis”, argumentou.
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