A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) registrou seis pedidos de análise para ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) nos últimos dois meses.
Ao todo, nove empresas estão na fila do regulador para operações de abertura de capital.
Em ordem cronológica de solicitações estão:
- Neoenergia,
- Grupo SBF e
- Blau Farmacêutica (segundo semestre de 2017);
- Ri Happy Brinquedos (janeiro de 2018);
- Banco Inter,
- Notre Dame Intermédica,
- Hapvida Participações e Investimentos,
- Dass Nordeste Calçados e Artigos Esportivos e a
- JHSF Malls (fevereiro).
Na visão de especialistas que acompanham o setor, esse volume de pedidos ao regulador já sinaliza uma safra de IPOs para os próximos dois a três meses.
“Isso confirma uma melhora do mercado de capitais brasileiro, refletida inclusive na alta do Ibovespa. O principal motivo dessa nova safra é a valorização dos preços das a ç õ e s”, afirma o especialista em investimentos e sócio-fundador da L&S Educaç ã o, Leandro Ruschel.
Em outras palavras, com a valorização das ações, os emissores (vendedores) estão mais dispostos a buscar outros sócios para o negócio num momento positivo de recuperação da economia.
Quanto ao interesse de investidores estrangeiros por IPOs no País, Ruschel afirmou que há um excesso de liquidez (dinheiro) nos mercados internacionais, e que os juros “a i n d a” estão baixos, o que favorece a diversificação em países emergentes.
“O estrangeiro tem uma posição neutra, faz uma análise fria dos números da economia brasileira que está melhorando.
Mas há um pouco de desconhecimento.
Não se tem a total compreensão da complexidade do cenário eleitoral”, argumentou o especialista.
Ele contou que o mercado de capitais brasileiro ficou relativamente pequeno. “Esse volume de recursos para a bolsa parece muito para o Brasil.
Mas, na verdade, apenas entre 0,5% a 1% das carteiras [ no fluxo mundial] é direcionada para o País”, comparou Ruschel que acompanha essa movimentação em Miami, na Flórida, onde atua. Os estrangeiros são os principais compradores em ofertas de ações locais, com mais de 50% de participação no volume financeiro das operações.
O analista-chefe da Rico Inve s t i m e n t o s, Roberto Indech, também confirma o bom momento para IPOs no Brasil.
“Dado o cenário de baixa dos juros, ainda deve haver uma janela para operações antes do período eleitoral”, considerou.
Em entrevista recente realizada na semana passada, o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da B3, Daniel Sonder, havia indicado a possibilidade de 10 IPOs no mercado. “Estamos vendo bons nomes vindo ao mercado e espero que isso continue. Não tenho os nomes de todas as empresas que pretendem abrir capital. O que sabemos é de conhecimento púb l i c o”, diz o vice-presidente.
Se na quantidade de IPOs, a expectativa para 2018 talvez repita o número de 10 ofertas iniciais registradas em 2017, quanto ao volume, as perspectivas são mais modestas.
No ano passado, as 10 operações captaram R$ 21,4 bilhões, mas com destaque para os volumes em: At a c a d ã o (Ca r refour Brasil) com R$ 4,9 bilhões, e da BR Distribuidora em R$ 5,02 bilhões. Para 2018, até o momento, não há nenhum prospecto anunciando oferta nesse porte. O único prospecto divulgado com valores ao regulador (CVM) é o da Blau Farmacêutica, previsto em R$ 850 milhões.
Riscos no caminho Embora o ambiente seja considerado favorável para IPOs e ofertas de ações para aumento de capital (f o l l ow - o n s ), Leandro Ruschel, da L&S Educação, considera alguns riscos pelo caminho. “Há o fator externo, a saúde dos mercados globais apresenta algumas rachaduras desde o mini - crash , queda do S&P e do Dow Jones em fevereiro.
E no ambiente interno, por enquanto, o cenário eleitoral está muito confuso”, alerta.
A depender do resultado das eleições, diz ele, o valor das ações tomará uma nova direção.
“Se for um populista anti-reformas, o driver será negativo.
Se for pró-reformas, o driver é positivo”, conclui. Fonte DCI Leia mais em portal.newsnet 07/03/2018
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