15 novembro 2016

Investidor volta a olhar medicina diagnóstica

Com a abertura de capital do grupo Alliar, que levantou R$ 760 milhões na semana passada, o mercado de medicina diagnóstica se prepara para um novo boom. Esse setor já passou por uma forte movimentação de fusões e aquisições lideradas por Dasa e Fleury.

A JK Capital, por exemplo, tem em andamento dez projetos na área de medicina diagnóstica. "Há três fundos, dois estrangeiros e um nacional, trabalhando com teses de investimentos para criação de plataformas de laboratórios", disse Saulo Sturaro, sócio da JK Capital. A ideia desses fundos é formar uma rede com vários laboratórios de pequeno porte e depois vender para um investidor maior.

Os laboratórios de medicina diagnóstica também são alvo de interesse das operadoras de planos de saúde, na opinião de André Staffa, sócio da consultoria Lógika e consultor do fundo Advent no setor de saúde. "As operadoras também estão interessadas em medicina diagnóstica porque elas perceberam que podem controlar a sinistralidade. Quando o paciente faz exames de rotina, o custo cai", disse Staffa.

O mercado de medicina diagnóstica já passou por uma primeira consolidação, mas foram processos mais concentrados em laboratórios de análises clínicas. "Na Dasa e Fleury, o segmento de exames de imagem cresceu, principalmente, de forma orgânica e não por aquisições. Acredito que agora a consolidação se dará no mercado de exames de imagem", disse Sturaro, da JK Capital. "Esse é um segmento muito pulverizado, ainda há espaço para crescer", complementa Fernando Oliveira, do HIG.

Segundo dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed), há no país cerca de 10 mil laboratórios privados. Para efeitos de comparação: a Dasa, líder do setor, com marcas como Delboni e Lavoisier, tem cerca de 530 unidades. O setor de medicina diagnóstica registrou em 2015 um faturamento de R$ 25,1 bilhões, sendo que 60% vieram da área de análises clínicas e 40%, de exames de imagem. A margem de lucro dos exames de imagem é maior, mas é preciso ter escala, uma vez que um equipamento de ressonância custa em média US$ 1,5 milhão. A Alliar tem mais de 100 equipamentos de ressonância distribuídas em suas unidades.

Fundada em 2010 pelo fundo Pátria, a Alliar cresceu graças a uma série de fusões e aquisições, cerca de 20 neste período, entre elas do CDB - Centro de Diagnósticos do Brasil. Em 2015, a receita líquida da Alliar foi de R$ 818,7 milhões e somou R$ 460 milhões no primeiro semestre deste ano. Valor Econômico Leia mais em pptasaude 01/11/2016

15 novembro 2016



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