14 julho 2016

Engelhart é um ativo que vale US$ 5 bilhões

Apesar de ser responsável por um quinhão considerável do lucro do BTG Pactual nos últimos trimestres, a Engelhart Commodities Trading Partners (ECTP) é um ativo de US$ 5 bilhões que estava praticamente escondido no balanço do banco. Até a cisão feita neste ano, poucos detalhes desse negócio eram conhecidos.

Fundada do zero, a trading começou suas atividades em 2013 com a negociação financeira de commodities sob o comando de Ricardo Leiman, ex-presidente do Noble Group. Rapidamente, o negócio de commodities ganhou musculatura global, em 18 países, abrigando 825 dos 4.859 funcionários do BTG Pactual.

Sem deter diretamente minas, usinas, fazendas, armazéns ou navios, a Engelhart atua em três principais segmentos: trading financeiro, comércio físico e restituição de crédito. Café, açúcar, algodão, minérios e gás são alguns dos produtos negociados pela companhia.

Só no ano passado, a Engelhart transportou e negociou 15 milhões de toneladas de commodities agrícolas, de acordo com informações fornecidas pelo BTG Pactual aos acionistas. Na parte de armazenamento, a plataforma tem uma capacidade de abrigar 1,3 milhão de toneladas em locais como Roterdã e Detroit.

As atividades desenvolvidas pela Engelhart seguem um modelo que diversos bancos estrangeiros, como Goldman Sachs, J.P. Morgan e Morgan Stanley, criaram há mais de 30 anos. Diante da pressão de reguladores do setor financeiro, porém, essas instituições têm vendido alguns desses ativos, que, diferentemente do BTG Pactual, incluem até minas e armazéns.

Sem estar sob o controle do BTG Pactual, a expectativa é que a Engelhart tenha um custo de captação inferior ao atual, já que ela não estará debaixo de um banco brasileiro. Como o próprio nome Engelhart Commodities Trading Partners indica, porém, a companhia seguirá o modelo de sociedade do BTG Pactual. No "partnership", os executivos do banco são também seus sócios. Essa estrutura é tida como um dos principais pilares da cultura do BTG Pactual. É por isso que os administradores da Engelhart já receberam 8% da empresa.  Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 14/07/2016

14 julho 2016



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