07 julho 2016

Após reorganização e aquisições, Alcon vai crescer mais no Brasil

A Alcon, braço da suíça Novartis para a área oftalmológica e dona das marcas Opti-Free (soluções) e Air Optix (lentes de contato), registrou crescimento de dois dígitos no mercado brasileiro nos últimos anos, e o ritmo de expansão pode se acelerar em 2016. A nova estrutura global da divisão e três aquisições fechadas em um intervalo de apenas 100 dias contribuirão para esse desempenho, na avaliação do diretor-geral da Alcon Brasil, Luciano Marques.

Para o executivo, essas iniciativas da matriz são também sinal de que rumores de uma possível venda de parte dos negócios devem ser tratados, neste momento, apenas como especulação. No fim do ano passado, agências internacionais chegaram a informar, citando fontes, que o negócio de lentes de contato da Alcon poderia ser vendido, com potencial de gerar até US$ 1,6 bilhão para a Novartis.

No início deste ano, porém, a farmacêutica anunciou uma nova estrutura para a divisão, sem se desfazer de ativos, e apresentou um plano de crescimento acelerado para o negócio de oftalmologia. "A Novartis entendeu que havia uma oportunidade de revisar a estrutura da Alcon, o que maximiza as fortalezas das duas áreas de negócio", explicou Marques.

Após a reorganização, medicamentos oftalmológicos (como colírios) deixaram o portfólio da Alcon para integrar o da própria Novartis. Além disso, o executivo-chefe Jeff George foi substituído por Mike Ball em 1º de fevereiro, e o principal executivo da farmacêutica, Joseph Jimenez, indicou que a recuperação dos negócios da divisão era esperada ainda para 2016.

Anualmente, as vendas da Alcon, que eram de US$ 13 bilhões considerando-se medicamentos, somam cerca de US$ 7 bilhões (com a nova estrutura).

"A Alcon tem um plano de crescimento acelerado, e a operação brasileira também vai se beneficiar disso", afirmou o executivo. Como parte desse planejamento, neste ano, a divisão, cujo negócio se concentrou em equipamentos e dispositivos oftalmológicos e lentes de contato, já fechou três aquisições, em um intervalo de 100 dias.

Com isso, trouxe para seu portfólio um novo dispositivo para cirurgia de glaucoma de invasão mínima (MIGS), o Transcend Medical; firmou uma parceria com a TrueVision para comercialização da Ngenuity, plataforma digital cirúrgica de aquisição de imagem em 3D; e outra com a PowerVision para desenvolver uma lente intraocular à base de fluido para pacientes com catarata que têm presbiopia (conhecida como vista cansada). Em outra frente, traçou como meta o lançamento de ao menos dez produtos neste ano.

A transferência do portfólio de medicamentos para a Novartis, segundo Marques, dá condições de aceleração do crescimento ao permitir maior foco nas linhas de produtos que permaneceram sob o guarda-chuva da Alcon.

Especificamente no Brasil, no mercado de equipamentos, esses movimentos consolidam a liderança da marca. Em cirurgia de catarata, por exemplo, a Alcon tem participação estimada em 80%. "Onde temos mais a crescer é no mercado de lentes", acrescentou o executivo.

Globalmente, a divisão da Novartis é vice-líder no mercado de lentes de contato, atrás da Johnson & Johnson, dona da marca Acuvue. No Brasil, o ranking é parecido, mas o potencial de crescimento é maior, uma vez que o uso de lentes ainda é muito baixo em relação a outras mercados, com penetração de cerca de 1%.

Para ganhar posições no Norte e Nordeste do país, cujos mercados crescem a taxas expressivas, a Alcon inaugurou, há cerca de dois meses, um novo centro de distribuição, em Goiás. Jornalista: Stella Fontes - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 07/07/2016



07 julho 2016



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