06 junho 2013

Fundo da CEF assume 22% da Brado

A Brado Logística, empresa de transporte ferroviário de contêineres, ganhou um novo sócio, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia por Tempo Indeterminado de Serviço (FI-FGTS), da Caixa Econômica Federal. Com um aporte de R$ 400 milhões na companhia, o fundo passou a ter 22,22% de participação em seu capital. Controlada pela ALL, com 62,22%, a Brado tem ainda a participação da Standard Logística, que agora fica com 15,56%.

Com os recursos, que dão musculatura à empresa, como definiu Eduardo Fares, diretor de produtos industrializados da ALL, a Brado pretende alavancar sua atuação na logística brasileira e conquistar um espaço que atualmente é detido pelo transporte rodoviário.

Atualmente, a companhia é a única empresa de logística ferroviária independente - ou seja, que não possui concessões - a transportar contêineres por ferrovias no Brasil. Sua meta é quadruplicar sua presença e chegar a uma participação de 12% no mercado de transporte de contêineres brasileiro. Hoje, 97% do volume é transportado por rodovias. Umas das possibilidades consideradas para alavancar seu crescimento é a aquisição de empresas que façam serviços complementares ao seu na cadeia da logística de ferrovias, segundo Jose Luis Demeterco Neto, presidente executivo da companhia. A princípio, entretanto, os recursos deverão ser utilizados para investimentos em terminais ferroviários, vagões e locomotivas, de acordo com o executivo.

 Hoje este é o destino [do capital], mas vamos analisar com mais clareza as oportunidades que temos. Temos acontecimentos importantes no setor, como a entrada de Rondonópolis e ampliações em terminais, disse, em referência à expansão de um ramal ferroviário na cidade do Mato Grosso, que deve ser inaugurado neste mês.

 Criada em abril de 2011, a Brado estava em busca de um parceiro investidor há cerca de dois anos, e o aporte da Caixa vinha sendo negociado há um ano. A empresa foi assessorada pela TozziniFreire Advogados. Neste período, a empresa vinha concentrando seus esforços para se transformar de um projeto em uma empresa rentável. Agora, os R$ 400 milhões obtidos com o novo sócio se somam ao R$ 1 bilhão que a empresa já havia informado que pretendia investir nos próximos cinco anos. Desde o que foi constituída, a Brado investiu R$ 250 milhões.

 Pesou na decisão do fundo, segundo Fabio Cleto, vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, o potencial de retorno da empresa, que ele considera elevado, a experiência de seus executivos em logística, o fato de a ALL ser acionista e os bons resultados que a empresa vem apresentando. A Brado tem potencial para crescer dois dígitos ao ano nos próximos dez anos, disse ao Valor.

 A receita cresceu 23,4% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2012, passando de R$ 54,4 milhões para R$ 67,1 milhões. O lucro da empresa cresceu 18,8%, para R$ 1,9 milhão, e a geração de caixa operacional (Ebitda) aumentou 18,5%, para R$ 10,3 milhões. Em volume transportado, o aumento foi de 47,9% na mesma base de comparação, para 392 milhões de toneladas por quilômetro útil (TKU).

 Cleto afirmou ainda que a gestão do fundo FI-FGTS considera que o Brasil precisa de operadores logísticos que consigam maior eficiência operacional.

 Apesar de ser considerado pela ALL o seu principal projeto no momento, a Brado tem participação pouco significativa nos números da empresa. No primeiro trimestre deste ano, foi responsável por 7,5% das receitas totais da ALL, de R$ 890 milhões. A expectativa da companhia é de elevar esse número. 

Segundo Fares, o segmento de transporte ferroviário por contêineres é um dos próximos grandes vetores para a ALL. Ele destacou que a Brado tem entre suas vantagens a realização de um transporte de contêineres de maior segurança, o fato de ser um negócio competitivo e mais sustentável. A Brado terá cada vez mais presença em nossa base de volume.

 O fundo FI-FGTS poderá fazer um novo aporte na companhia caso seja necessário no futuro. Isso se a empresa superar as expectativas e seus gestores considerarem interessante, afirma Cleto. Hoje, o fundo tem R$ 24 bilhões investidos, sendo cerca de 20% em logística, incluindo portos, rodovias, hidrovias e ferrovias.- Valor Econômico e Reuters
Fonte revista ferroviaria 06/06/2013

06 junho 2013



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