26 junho 2013

Lwarcel busca sócio para projeto de expansão de R$ 2,4 bi

O grupo paulista Lwart está em busca de um sócio para seu negócio de celulose, a Lwarcel. A intenção do grupo, que pertence à família Trecenti e atua ainda na coleta e rerrefino de óleo lubrificante e na produção de impermeabilizantes para construção civil, é atrair um parceiro de perfil financeiro ou operacional para o capital da empresa e levar a cabo investimentos de R$ 2,4 bilhões para quadruplicar a produção de fibra de eucalipto no município de Lençóis Paulista.

"Não temos nenhuma restrição quanto ao perfil do sócio. O grupo só não abrirá mão do controle da Lwarcel", diz o diretor-geral da empresa, Luis Künzel. No ano passado, a empresa de celulose representou cerca de 50% do faturamento do grupo Lwart, que ficou em R$ 750 milhões.

A butique de investimentos G5 Evercore foi contratada para conduzir o processo de prospecção do novo sócio. Hoje, 100% do capital da Lwarcel pertence à Lwart Participações Ltda, que, por sua vez, é controlada por quatro holdings ligadas à família Trecenti.

 O ideal, conforme o executivo, é que o novo quadro societário já esteja definido no momento em que se encerre a engenharia básica do projeto de expansão, contratada junto à consultoria finlandesa Pöyry. "O trabalho de engenharia deve levar de 10 a 12 meses", diz Künzel.

 Com a definição do sócio e a engenharia básica pronta, o investimento, cujos planos começaram a ganhar corpo em 2010 com a ampliação da base florestal, será levado à aprovação do conselho de administração da Lwart. A estrutura de financiamento inclui aportes dos acionistas e linha do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), tradicional financiador da indústria brasileira de celulose e papel.

 A Lwarcel produz atualmente 250 mil toneladas por ano de celulose de eucalipto e pretende instalar uma nova linha com capacidade para 750 mil toneladas anuais. Elevando a produção para 1 milhão de toneladas. Pelo cronograma atual, o início de operação está previsto para o começo de 2017.

 Do orçamento total do projeto, R$ 2 bilhões serão destinados à parte industrial e R$ 400 milhões, ao plantio de florestas. Para produzir 1 milhão de toneladas por ano de fibra, afirma Künzel, são necessários 80 mil hectares de floresta plantada. Ao fim de 2012, a Lwarcel contava com 48 mil hectares.

 Com a ampliação, a empresa se tornará majoritariamente exportadora. Hoje, apenas 25% da produção é destinada ao mercado internacional - Europa, América do Norte e Ásia. A partir da inauguração da nova linha, 75% do volume produzido será vendido a clientes no exterior, com destaque para os asiáticos - a região apresenta as maiores taxas de crescimento do mundo também em termos de demanda de celulose.

 A chegada de uma série de novas fábricas a mercado nos próximos anos não altera os planos da Lwarcel, segundo Künzel. Além de Eldorado Brasil, Montes del Plata (joint venture entre Stora Enso e Arauco), Suzano Papel e Celulose, CMPC Riograndense, Klabin e Fibria já colocaram em andamento ou podem oficializar planos de expansão até 2017, ampliando significativamente a oferta global de celulose de fibra curta.

 "Os mercados se ajustam. 2013 foi um ano rico nesse tipo de exemplo", disse o executivo, referindo-se ao impacto quase nulo, ao menos até o momento, da entrada em operação da primeira fábrica da Eldorado, em Três Lagoas (MS), nos preços da celulose - somente neste ano, foram três reajustes. 

Também não assustam o momento adverso do mercado financeiro e os solavancos da economia mundial. Na avaliação de Künzel, o perfil de longo prazo do investimento em celulose deverá ter peso mais relevante na avaliação de potenciais sócios.Valor Econômico -
Fonte: clippingmp 26/06/2013

26 junho 2013



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