23 janeiro 2019

Investimento em fintechs no Brasil aumentou sete vezes em três anos

Estudo realizado pelo boostLAB, programa do BTG Pactual, com aceleradora ACE Cortex mostra aumento no interesse pela área no país

O valor investido em fintechs aumentou mais de sete vezes entre 2016 e 2018 no Brasil. O dado faz parte de um estudo realizado pelo boostLAB, programa de potencialização de startups do BTG Pactual, realizado em parceria com a aceleradora ACE Cortex, obtido com exclusividade por Época NEGÓCIOS. O salto, que leva em conta o investimento por anjos, fundos e empresas, subiu de R$ 203 milhões em 2016 para um recorde de US$ 1,5 bilhão em 2018. E o número deve continuar a crescer.

“IPOs, como da Stone e da PagSeguro, mostram que há oportunidade de saída. O investidor sempre quer o retorno. Deve haver crescimento no interesse por investir nesse tipo de negócio”, afirma a Época NEGÓCIOS Frederico Pompeu, sócio responsável pelo boostLAB. O estudo ainda relembra que, entre os cinco unicórnios anunciados no ano passado, três são empresas de meios de pagamentos: Nubank, PagSeguro e Stone.


Uma particularidade do mercado brasileiro é que, das 422 fintechs em atuação no Brasil, 114 atuam em meios de pagamentos—como as citadas acima.

Pompeu faz uma analogia para explicar a relação entre bancos e as fintechs. O banco é um urso e as fintechs, abelhas. Em uma mãozada, o urso pode derrubar muitas abelhas, mas se o enxame for grande, elas podem vencer o grandalhão. “Existe um movimento dos bancos de se aproximar e não ver mais as fintechs como concorrentes, mas como parceiros para viabilizar oportunidades”, afirma Pompeu.

A opinião é compartilhada pelo analista do BTG Pactual Eduardo Rosman. “Os bancos vencedores terão que abrir a cabeça. Não dá para ir contra as fintechs. Eles podem perder alguns negócios, mas terão de focar no que são bons e deixar interação e serviços para o cliente com as fintechs”, diz.


Ambos concordam que a parte de crédito dos bancos, porém, deve demorar para ter uma atuação mais ameaçadora das fintechs. Por outro lado, o setor de pagamentos eletrônicos tem sido atingido pelas fintechs.

Futuro
Pensando em cenários para o futuro, um dos exemplos citados no estudo é do mercado chinês. Com inovações desde a biometria facial usando sorriso como forma de autenticação, até ecossistemas complexos, como os desenvolvidos por Alibaba, com o AliPay, e o WeChat podem apontar o futuro dos pagamentos eletrônicos.

O Banco Central brasileiro, porém, deve atuar para evitar uma característica daquele mercado hoje: o duopólio das duas empresas citadas. “O BC tem deixado claro que quer pagamentos instantâneos e mais baratos, democratização do pagamento eletrônico no BR, mas com várias empresas participando”, afirma Rosman.

O estudo ainda cita modelos de pagamentos com menor fricção para o usuário. A Amazon Go, supermercado sem filas e caixas registradoras da Amazon, é um exemplo de como o pagamento eletrônico pode evoluir para formas ainda mais simples para o consumidor... Leia mais em epocanegcios 23/01/2019

23 janeiro 2019



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