16 janeiro 2018

BDO aumenta faturamento em 26% e negocia aquisições

Impulsionada por aquisições e pela demanda por serviços de consultoria e auditoria, a BDO encerrou o ano passado com faturamento de R$ 221 milhões, uma alta de 26% em relação a 2016.

O bom resultado e as perspectivas otimistas em relação à economia fazem com a empresa projete, para 2018, mais um ano de aumento de receita. "Nossa meta continua sendo crescer em um percentual similar [ao de 2017], na faixa de 25%", diz o presidente da BDO, Raul Corrêa da Silva, em entrevista ao Valor. "Isso através de investimento orgânico [operacional] e eventuais aquisições."

No ano passado, a BDO tinha filiais em 23 cidades e cerca de 1,5 mil profissionais em sua equipe, atendendo aproximadamente a 3,8 mil clientes ativos. Segundo o executivo, há planos para a abertura de mais duas filiais neste ano: uma em Macaé (RJ), nos próximos 60 dias, e outra na região Nordeste, numa cidade ainda a ser definida.

Quanto a possíveis aquisições, Corrêa diz estar conversando com duas companhias, sem revelar quais. "Temos hoje focos mais locais, em empresas menores", afirma.

Em julho do ano passado, a empresa acertou a compra da Performance, companhia de auditoria e consultoria com sede na Bahia, que faturou cerca de R$ 10 milhões em 2016 e contava com cerca de 90 pessoas em sua equipe.

Em relação ao crescimento orgânico, Corrêa mostra-se otimista com o atual momento do país. Para ele, um grande número de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) deve ocorrer em 2018 - no ano passado, dez companhias realizaram IPO no Brasil, movimentando mais de R$ 20 bilhões, considerando as colocações primárias e secundárias, de acordo com a B3. O presidente da BDO, no entanto, diz não acreditar que algum segmento específico irá se destacar em meio aos IPOs projetados. "Como o movimento ficou represado nos últimos anos, a abertura vai atrair todos os setores."

Ele ainda ressalta que a empresa investiu cerca de US$ 1 milhão em tecnologia ao longo de 2017, pensando na forte demanda por serviços neste ano. A BDO audita atualmente 56 companhias abertas.

O maior cliente é o grupo JBS, envolvido no escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato. Por causa dessa situação, a BDO se absteve de apresentar conclusões sobre as informações contábeis da processadora de alimentos em seu relatório de revisão relativo aos balanços do segundo e terceiro trimestres de 2017.

Questionado sobre a situação da JBS e um eventual novo relatório de revisão sobre os balanços, Corrêa evitou entrar em detalhes. "Tem uma série de trabalhos internos sendo feitos na companhia, e que não estão concluídos", disse.

Quanto ao processo administrativo aberto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para investigar os procedimentos de auditoria da BDO na JBS, o executivo limitou-se a dizer que averiguações como essa são normais. Além da JBS, um novo cliente de destaque da BDO é a Odebrecht, que também esteve envolvida nas investigações da Lava-Jato, e por décadas foi atendida pela PwC.

No entanto, Corrêa diz não existir, por parte da BDO, uma estratégia para atuação junto a companhias que enfrentam dificuldades judiciais. "São dois momentos diferentes. A JBS é nosso cliente há cinco anos, diferentemente da Odebrecht, que está no primeiro ano", diz. "É uma coincidência. O mercado é muito restrito, com poucas empresas de auditoria que podem atender as grandes companhias."Publicado em 16/01/2018 por Valor Online Leia mais em gsnoticias 16/01/2018

16 janeiro 2018



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