07 novembro 2016

Brasil tem 4 das 10 maiores operações de fusão da América Latina

Quatro das dez maiores fusões e aquisições realizadas na América Latina nos 12 meses até junho ocorreram no Brasil, segundo relatório da divisão de inteligência de mercado da S&P Global.

Pelo critério de câmbio da empresa, o país teve a segunda maior operação do tipo, com a compra da central de depósitos de títulos Cetip pela BM&FBovespa por US$ 2,9 bilhões. Fechada em abril, a operação foi anunciada por R$ 12 bilhões.

O maior negócio veio da Colômbia, uma transação no setor de energia que somou US$ 3,17 bilhões. A fusão da Kroton Educacional e da Estácio Participações, que mexeu com a estrutura do ensino privado no Brasil, também aparece na lista, na quarta colocação. A transação totalizou US$ 1,9 bilhão.

O resultado deste ano é melhor que o do período de 12 meses encerrados em junho de 2015, quando o Brasil teve três das dez maiores operações da América Latina. Mas, no ranking passado, a maior transação foi brasileira: a compra da GVT pela Telefônica, por US$ 9,8 bilhões.

Mesmo respondendo por 40% das grandes operações na região, o valor dos negócios no país no primeiro semestre despencou quase à metade em relação ao mesmo período de 2015. Foram US$ 8,63 bilhões, ante US$ 15,94 bilhões em igual intervalo do ano passado. O volume também caiu: foram 282 na primeira metade do ano, ante 343 no mesmo intervalo de 2015.

Para Pedro Arlant, diretor da S&P Global Market Intelligence no Brasil, as "políticas macroeconômicas equivocadas e os escândalos sob o governo Dilma resultaram num forte sentimento de incerteza pelos investidores".

A situação foi a oposta da vizinha Argentina, onde o presidente Mauricio Macri, que tomou posse em dezembro, injetou confiança nos investidores e destravou o mercado de fusões e aquisições. Nos primeiros seis meses do ano, o país já registrou um valor de negócios maior do que no ano passado inteiro, mas ainda inferior ao de Chile, Colômbia, México e Peru.

Os negócios na América Latina estão minguando neste ano em relação ao ano passado, tanto em volume como em valor. No primeiro semestre, foram 64 operações a menos, queda de 14%. O valor das transações recuou 23,9% na mesma base de comparação.

"Houve uma combinação de forças globais que se tornaram desafios à região como um todo, como a desaceleração da China e a queda dos preços das commodities, causando maior pressão competitiva e retornos menores aos investidores, e a menor demanda por produtos, pela menor atividade de comércio no mundo", diz.

Apesar do cenário negativo na região, dois países tiveram aumento no volume de negócios: Equador e Uruguai. "Diria que, em razão da recessão e das incertezas circundando o Brasil e a Argentina, os investidores conseguiram identificar oportunidades de investimento atrativas nessas geografias", avalia Arlant. (DB)

"Houve uma combinação de forças globais que se tornaram desafios à região como um todo, como a desaceleração da China e a queda dos preços das commodities, causando maior pressão competitiva e retornos menores aos investidores Pedro Arlant, diretor da S&P Global Market Intelligence no Brasil Leia mais em bainhe 07/11/2016

07 novembro 2016



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