13 setembro 2013

TI cresce com necessidade de controlar mais a gestão

Hospitais, clínicas e operadoras de planos e seguros de saúde aceleram a adoção de soluções mais complexas para a gestão de saúde no Brasil. Incluem desde grandes repositórios de dados, a partir de sofisticados sistemas de prontuários eletrônicos, a softwares de gerenciamento de todo o ciclo das informações que fluem na rede de assistência médica, programas de análises inteligentes, os chamados business intelligence, até avançados tablets, resistentes e antibacterianos, para uso à beira dos leitos hospitalares.

 Faz sentido. As despesas com os atendimentos aos beneficiários de planos de assistência médica da rede privada, por exemplo, cresceram de maneira exponencial nos últimos anos - atingiram R$ 30 bilhões em 2012 -, aumentando, portanto, a preocupação dos gestores da saúde. E induzindo à busca de soluções salvadoras na indústria de tecnologia da informação. "Está acontecendo uma mudança grande de paradigma na gestão de saúde, com hospitais e clínicas passando a trabalhar mais na prevenção de doenças do que no tratamento puramente reativo", comenta Carlos Eduardo Nogueira, diretor geral da InterSystems para a América Latina, empresa americana com faturamento global de US$ 500 milhões em 2012, que atua no Brasil com mais de 1,3 mil funcionários.

 A InterSystems tem como principal produto o TrackCare, um sistema de informações que permite a construção de um prontuário eletrônico de saúde avançado, com funcionalidades para aprimorar a produtividade clínica, com objetivo de melhorar o atendimento ao paciente. O sistema está em fase final de implantação no governo do Distrito Federal. Pretende fazer a integração de dados de gestão e dos prontuários médicos dos pacientes de 17 hospitais, 17 laboratórios, 44 farmácias, quatro Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 63 centros de saúde públicos.

 A tecnologia permite criar um portal onde são armazenados todos os exames realizados por quase seis milhões de pessoas e o prontuário eletrônico de cada uma, e que são acessados por mais de 19 mil profissionais de saúde do Distrito Federal.

 A grande novidade dos projetos atualmente em implantação no país é utilizar uma única plataforma informatizada para fazer a gestão integrada de todos os centros de saúdes, hospitais, ambulatórios e centros de emergência. O Sistema Sepaco de Saúde, operadora de saúde especializada no setor papeleiro, com atendimento a 70 mil beneficiários, utilizou dois softwares para fazer essa integração: o Tasy, da Philips, que faz a parte da gestão clínica, prontuário eletrônico e informações de atendimento econômico-financeiro, e o Top Saúde, da empresa brasileira Top Down Sistema, com foco na gestão dos planos de saúde. "Passamos a ter um maior controle da sinistralidade e sabemos onde o paciente está sendo atendido. Isso possibilita cortar custos, identificar gargalos e ter uma ampla visão dos gastos da companhia", diz David Oliveira, gerente de TI da Sepaco.

 Outra preocupação é automatizar processos que envolvem grandes fluxos de papel. A Tecnoset, que tem sede em São Paulo e faturou R$ 125 milhões em 2012, está implantando um projeto na Unimed-Recife, utilizando soluções para automação de processos e gerenciamento do ciclo de vida de documentos e informações.

 Utiliza uma solução de captura e digitalização de informações, o Perceptive Software, da Lexmark, e um sistema de gestão de conteúdo, desenvolvido pela própria Tecnoset. A Unimed-Recife tem 270 mil vidas seguradas e os documentos de faturamento chegam a somar um milhão de procedimentos por mês. "Tudo foi automatizado - processos de contas médicas e o intercâmbio com as operadoras. Não há mais papel, acabou o extravio de malotes e documentos. O processo de reembolso entre as operadoras teve um salto enorme de produtividade", conta Marcel Santos, diretor comercial da Tecnoset.

 Mais um passo está sendo dado com as análises mais aprofundadas sobre as bases de dados consolidadas. O objetivo é desenvolver ações preventivas e de qualidade de vida, melhorando a saúde dos usuários do sistema. A Gesto Saúde e Tecnologia (GST), que nasceu como startup no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), em São Paulo, com faturamento de R$ 3,5 milhões em 2012, avança nessa área. A empresa já tem 39 clientes, com um total de 320 mil beneficiários, que usam o Gesto, um software de business intelligence para gestão integrada de planos de saúde, atestados médicos, afastamentos, dados da medicina ocupacional e das ações de promoção de saúde. "É uma solução que auxilia grandes empresas a gerir de maneira eficiente a saúde de seus funcionários", diz Bento de Toledo, sócio-fundador da GST.

 A Orion Digital, empresa do Grupo Orion, criou uma solução empacotada para atender clínicas cardiológicas, dentro do conceito de computação em nuvem. Trata-se do CardioCloud, destinado a suprir necessidades de geração de laudos e colaboração entre equipes médicas. Segundo Danilo Pellegrino, diretor da Orion, o alvo são mais de dez mil cardiologistas cadastrados e pequenas clínicas. 

Já a Intel, maior fabricante mundial de processadores, desenvolve tecnologias para ajudar hospitais, clínicas e médicos a cuidar melhor dos pacientes, informa José Bruzadin, gerente de desenvolvimento de mercado de saúde da empresa. Junto com a fabricante Motion Computer, a Intel desenvolveu um tablet específico para o ambiente hospitalar, resistente e esterilizado. O equipamento, com processador Intel Core 17 vPro, com acesso remoto, permite à enfermeira fazer a leitura do prontuário do paciente na beira do leito, para posterior aplicação das prescrições médicas. "O cuidado colaborativo é o ponto principal das novas tecnologias na área de saúde", diz ele. Por Genilson Cezar | Valor Econômico
Fonte: tudofarma 12/09/2013

13 setembro 2013



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