14 junho 2012

Eike Batista negocia venda de 49% de empresa de ouro por US$ 2 bilhões

A EBX pretende vender uma fatia de 49% da sua empresa de mineração de ouro, a AUX, por US$ 2 bilhões, disse ontem o controlador do grupo, Eike Batista. Com isso, o executivo desiste de levar a companhia à bolsa de valores, menos de 20 dias depois de dizer que uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) poderia sair ainda este ano.

 Segundo o empresário, a decisão foi tomada porque o momento atual não está favorável para operações no mercado de capitais. "Existe uma distorção louca no mundo, então não adianta você hoje querer acessar o mercado de capitais. Você pode acessar, mas terá de aceitar um desconto de 50% ou 60%. Todo mundo quer vender ativo para fechar as contas", justificou o executivo após participar do seminário Sustentabilidade: Desafios das Empresas do Século 21 - Um Olhar Sobre Gestão Integrada de Território, realizado pelo grupo EBX, na sede da empresa.

 De acordo com Eike, há cinco grupos no páreo, todos estrangeiros. Quatro deles têm experiência na área de atuação da AUX e o outro é um investidor financeiro. O negócio deve ser fechado até setembro. A AUX estava sendo preparada para o IPO e o objetivo de Eike era que a empresa estivesse pronta para isso até outubro, embora o executivo ainda não tivesse batido o martelo sobre a operação.

 A holding de Eike pagou US$ 1,3 bilhão para assumir todo o capital da canadense Ventana Gold, que detinha os ativos de ouro na Colômbia. Antes disso, a empresa já possuía 19,9% da companhia. Desde a compra, há cerca de um ano, as reservas passaram de 3,5 milhões de onças para 10,9 milhões de onças de ouro. Isso foi obtido com o aumento do número das sondagens, que dobrou. Hoje, há 17 sondas operando no local.

 Fundo. 
O empresário anunciou ainda que venderá uma fatia adicional da holding EBX a um fundo soberano asiático por US$ 500 milhões, operação que deve ser concluída em meados de julho. A venda representará a entrada do terceiro sócio na EBX. Em março, a holding vendeu uma fatia de 5,63% ao fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos. Na época, Eike disse que o objetivo do acordo era fortalecer as finanças do grupo e ganhar cacife para apostar em novos negócios, sem revelar exatamente o destino do reforço financeiro feito pelos novos sócios.

 No dia 24 de maio, o empresário anunciou a venda de uma outra participação, de 0,8% da holding, para a GE, por US$ 300 milhões. Eike tem insistido que a entrada de fundos estrangeiros dá uma espécie de carimbo de qualidade à suas empresas, em resposta às dúvidas do mercado sobre sua capacidade de entregar resultados.

 O empresário revelou ainda que já foi definida uma área para instalação de uma planta da taiwanesa Foxconn dentro do complexo industrial do Porto do Açu, empreendimento que está sendo construído por sua empresa de logística, a LLX, em São João da Barra (RJ), previsto para começar a operar em 2013.

 No local a gigante asiática deve instalar uma unidade para a construção de placas solares e lâmpadas LED, informou o empresário. Durante recente visita da presidente Dilma Rousseff ao Porto do Açu, Eike disse que o projeto em parceria com a Foxconn deveria ter investimentos de US$ 1 bilhão.

 A EBX tem hoje sete empresas listadas na bolsa: LLX (logística), MMX (minério de ferro), OGX (óleo e gás), OSX (construção offshore), MPX (energia) e CCX (carvão), a última a ser listada. Por GLAUBER GONÇALVES
 Fonte:estadao 14/6/2012

14 junho 2012



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