18 junho 2018

‘Brasil tem um cenário construtivo para os investidores’

À frente de um dos mais importantes negócios fechados este ano – a aquisição de 80% do Walmart Brasil pelo fundo americano Advent –, o Credit Suisse não vê uma fuga permanente de investidores do País por conta das incertezas políticas deste ano. Bruno Fontana, responsável pela área de Investment Banking do Credit Suisse no Brasil, continua enxergando um cenário construtivo para novas transações neste ano. Estima-se pelo menos 30 mandatos nas mãos do banco, entre operações de fusões, aquisições e mercado de capitais.

As incertezas políticas estão afastando os negócios no Brasil?
A indefinição eleitoral e a falta de clareza de propostas dos candidatos, aliadas às incertezas globais recentes, atrasam decisões no curtíssimo prazo, mas continuamos construtivos em relação ao interesse de investidores no País. Companhias e investidores sérios sempre estarão presentes.
Investidores estratégicos ou financeiros sabem que o Brasil sempre será um País relevante nas suas decisões.
A história mostra que grande parte dos melhores investimentos foi realizado em momentos de incertezas. Conseguimos enxergar certa convergência de ideias em relação à necessidade de uma agenda reformista, como a da Previdência e a fiscal.

Mas os investidores não recuaram diante da volatilidade? 
Logicamente, o ambiente faz com que investidores fiquem mais reticentes e tentem buscar clareza em relação ao movimento de ajustes em todas as classes de ativos e, principalmente, nas moedas. As perspectivas de longo prazo continuam bem razoáveis. Na nossa visão, o próximo presidente herdará um governo melhor do que o último. Apesar da volatilidade atual, os fundamentos são bons: inflação baixa, juros baixos. O governo atual entregou algumas reformas importantes, como a trabalhista.

E o impacto da greve?
Já a greve e impactos na economia e eventos similares do passado mostram que seus efeitos são passageiros e de curto prazo. Para aqueles investidores de longo prazo, que podem enxergar através da neblina do próximo semestre, o apetite permanece alto. Tivemos transações relevantes tanto em fusões e aquisições quanto em mercado de capitais anunciadas esse ano, corroborando a nossa visão sobre o interesse no País.

Mesmo com a volatilidade?
A volatilidade no câmbio não foi exclusividade do Brasil, foi uma reposta dos ativos globais à escalada dos juros americanos e ao fortalecimento do dólar. A maior parte dos emergentes se comportou de maneira similar. No Brasil, a resposta foi mais aguda por coincidir com a greve e a incerteza eleitoral. O Estado de S. Paulo - Leia mais em abinee. 18/06/2018'

18 junho 2018



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