Rodrigo Soeiro afirma que aquisições recentes já são indícios de que o mercado local está seguindo a tendência internacional
O mercado brasileiro assistiu este mês ao anúncio de três aquisições feitas por fintechs. Na avaliação de Rodrigo Soeiro, presidente da Associação Brasileira de Fintehcs (ABFintechs), os casos são indícios de um movimento mais amplo de consolidação de mercado, que está em fase inicial no Brasil. Segundo o dirigente, o processo de consolidação já acontece lá fora e acontecerá também por aqui. “É uma tendência”, diz o dirigente.
A primeira aquisição foi a do controle da UZE e da Biz, empesas de cartões de crédito private label tradicionais no mercado, pela Trigg, concorrente do NuBank fundada pouco mais de um ano. No dia seguinte, foi divulgada a aquisição da Wabbi, de sistemas de gestão de escritórios de contabilidade, pela ContaAzul, plataforma de gestão para empresas de pequeno porte. O terceiro anúncio foi o da aquisição da área de seguros da corretora Bidu pela Thinkseg, fintech que vende seguros através de sua plataforma digital.
Uma das próximas empresas a figurar na lista pode ser o Banco Inter. Primeira fintech brasileira a abrir capital na B3, em maio deste ano, a empresa já divulgou que pretende usar parte dos R$ 541,5 milhões captados na oferta primária de ações em aquisições estratégicas.
O início do movimento de consolidação reflete uma mudança no cenário competitivo, afirma Soeiro. Segundo ele, os grandes bancos estão investindo pesado em tecnologia e se movem rápido para fechar a lacuna tecnológica que os separa das fintechs. Em cerca de três ou quatro anos, já terão condições para enfrentar as startups do setor de igual para igual em velocidade e inovação, disse recentemente o dirigente da ABFintechs.
Para sobreviver, as fintechs que estão no mercado terão que ser rápidas e ganhar escala para se manter competitivas. Na avaliação de Soeiro, sobrarão só as empresas já bem estabelecidas, com capacidade para captar centenas de milhões em capital no Brasil e lá fora, ou startups com atuação periférica, dedicadas a nichos de mercado. “Só vai sobreviver quem tiver certo tamanho”, afirma Soeiro, que é sócio fundador da fintech Allgoo.
As aquisições feitas este mês dão nova dimensão à Trigg, à ContaAzul e à Thinkseg. Com UZE e Biz, a Trigg passou a ter atuação nacional no mercado B2B e mais de um milhão de clientes – a empresa, que já atuava no mercado B2C, não divulga o número anterior e diz apenas que a aquisição foi grande para a operação que tinha. “Construímos uma marca leve, criativa e de credibilidade no segmento B2C. Acreditamos que esses ativos nos ajudarão a quebrar barreiras de entrada no B2B, sobretudo, as culturais e de tecnologia”, afirma Marcela Miranda, presidente e fundadora da Trigg.
De acordo com informações do Valor Econômico, a ContaAzul fechou o ano passado com 23 mil clientes e soma à carteira, com a Wabbi, outros 2 mil. Conforme Vinicius Roveda, presidente e fundador da ContaAzul, a ideia é se aproximar dos escritórios de contabilidade e usá-los como canais de venda para dobrar o número de clientes, ano a ano.
Após a compra da Bidu, a Thinkseg saiu de 3 mil para 23 mil clientes ativos, e de 80 mil para perto de 2 milhões de clientes cadastrados.
“Acho que, em dois ou três anos, o termo fintech deixe de caracterizar empresas e passe a ser apenas uma forma de se relacionar com os clientes”, afirma Soeiro Leia mais em epocanegocios 28/06/2018
29 junho 2018
Fintechs caminham para consolidação, diz presidente da ABFintechs
sexta-feira, junho 29, 2018
Compra de empresa, Investimentos, Oportunidades, Private Equity, Riscos, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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