14 julho 2016

TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em junho/2016

O volume de operações de fusões e aquisições de empresas de Tecnologia da Informação – TI e Telecom no primeiro semestre/16,  foi o pior  dos últimos cinco anos.  O número de transações no primeiro semestre/16, no total de 100,  registrou uma redução de 24,8% sobre igual período do ano anterior. Em relação  ao valor total dos negócios verificou-se um crescimento de 116,2%, com o montante de  R$ 8,7 bilhões (sendo que somente uma operação representou 47% do total).
No mês de junho/16, foram realizadas 21 transações,  sinalizando uma queda de 36,4%  em relação ao mês do ano anterior.
Os segmentos de SERVIÇOS DE TI, SOFTWARES e COMÉRCIO ELETRÔNICO concentram o maior número de operações no mês.
Quanto ao racional do investimento as operações direcionadas à Escala predominaram.
Transações envolvendo empresas de pequeno porte foram em maior volume.
Em junho, os investidores financeiros foram  mais ativos em volume, como também os de capital nacional.
No acumulado do primeiro semestre de 2016, o Investidor Estratégico foi o mais ativo com 62 operações. Os Investidores Estrangeiros foram responsáveis por 88,6% dos investimentos no acumulado do semestre. Os EUA foram responsáveis por 25% dos negócios.
O Indicador de Volume de Transações de M&A do mês  sinaliza uma queda contínua.
A maior transação no mês foi a da Movile anunciando investimentos no valor de US$ 40 milhões, liderada pela Naspers Ventures, e pelo fundo Innova.
O destaque do mercado fica por conta do estudo Mercado Brasileiro de Software e Serviços 2016, produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Software em parceria com a IDC, mostrando que Mercado de TI no Brasil cresce 9,2% em 2015.

Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira ao longo do mês corrente As informações deste relatório, elaborado pelo Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES (http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br) estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, Destaques do mês e Relação das Transações.

ANÁLISE DO MÊS

Principais constatações.
O volume de transações no primeiro semestre/16, totalizou 100 operações,  registrando uma redução de 24,8% sobre igual período do ano anterior.  No mês de junho/16 foram realizadas 21 transações,  representando uma queda de 36,4% em relação a junho/15 (33 operações)  e  um crescimento de 40,0%  em relação ao mês imediatamente anterior (15 transações).



No fluxo de transações realizadas em junho, a queda verificada nos últimos meses foi interrompida.


O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. O período móvel findo em junho/16, mantém o viés de queda.


Os segmentos de maior volume de operações em junho/16, foram os de SERVIÇOS DE TI, SOFTWARES, e COMÉRCIO ELETRÔNICO com 81,0% do total


Na classificação entre os Segmentos de TI no mês de junho, o subsegmento  de BPO: serviços financeiros; contabilidade, recursos humanos...; Outsourcing; Treinamento de SERVIÇOS DE TI foi o mais ativo. No acumulado deste ano, SOFTWARE vem liderando o número de transações.


O montante de transações no primeiro semestre/16, alcançou   R$ 8,7 bilhões, representando um crescimento de 116,2% sobre igual período do ano anterior. No mês de junho, o total das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores (76,2%) e as não divulgadas (estimados) 23,8%, totalizou cerca de R$ 424 milhões, representando uma queda de 33,7%  em relação ao mês de maio/16.


Comparando-se o número de transações do 1º semestre, por segmentos, compiladas nos últimos três anos,  verifica-se que nenhum segmento acusou crescimento neste ano.


RACIONAL DO INVESTIMENTO
A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.
No primeiro semestre de 2016, as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram - voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias.


(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos
(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências
(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares
(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;

PORTE DAS EMPRESAS
O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada).
Em relação ao porte, os investidores deram preferência para empresas de pequeno porte no presente mês.

 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões
 • Grande empresa > R$ 300 milhões

PERFIL DO INVESTIDOR
Em relação ao perfil do investidor das 21 operações destacadas, os Investidores Financeiros foram responsáveis por 14 negócios em jun/16. Desse volume, 10 operações foram realizadas por empresas de capital nacional e 4 de capital estrangeiro. Os investidores Estratégicos realizaram  7 negócios,  sendo 4 de capital nacional e 3 de capital estrangeiro.
No acumulado do período do 1º sem/16, o Investidor Estratégico se destaca com maior número de operações - 62.  Entre eles sobressai o Investidor Nacional com 40. Já no que tange ao montante das transações, os Investidores Estratégicos representaram 80,8%.   Por sua vez, os Investidores Estrangeiros foram responsáveis por 88,6% dos investimentos e 36,0% do volume de operações.

(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço.
(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel;
(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não).
(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não).

VALOR MÉDIO
O valor médio das transações no primeiro semestre de 2016, por Segmento de TI,  foi de R$ 87,2 milhões, representando um crescimento de 188%  em relação ao mesmo período de 2015.


NACIONALIDADE DOS INVESTIDORES
Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no mês de junho/16, foram registrados 7 operações de países distintos. No acumulado do ano, foram 36 operações com investidores estrangeiros. Os EUA foram responsáveis por 25% dos negócios.



MAIOR TRANSAÇÃO DIVULGADA NO MÊS
A maior transação neste mês foi a da Movile anunciando rodada de investimentos no valor de US$ 40 milhões, liderada pela Naspers, por meio da divisão Naspers Ventures, e pelo fundo Innova, que fazem parte do grupo de principais acionistas da companhia. O montante será destinado para impulsionar a expansão global da companhia no segmento on-demand, por meio de serviços como delivery de comida, tickets e logística.  28/06/2016

DESTAQUE DO MERCADO:
Mercado de TI no Brasil cresce 9,2% em 2015. O estudo Mercado Brasileiro de Software e Serviços 2016, produzido pela Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES) em parceria com a IDC (International Data Corporation), mostra que o Mercado de TI no Brasil, incluindo hardware, software e serviços, aumentou 9,2% no ano passado, contra os 5,6% da média global de crescimento. No mundo, os investimentos neste setor somaram US$ 2,2 trilhões em 2015. Já no ranking de investimento no setor de TI na América Latina, o país se manteve em 1º lugar, com 45% dos investimentos, somando US$ 59,9 bilhões, seguido por México (20%) e Colômbia (8%). Ao todo, a região latino-americana soma US$ 133 bilhões. Responsável por quase metade dos investimentos em TI na região, o Brasil mantém uma liderança regional relevante. Ao fragmentar os investimentos por setor, o Mercado de Serviços de TI no Brasil cresceu 8,2%, em relação ao ano de 2014, com investimento de U$ 14,3 bilhões, e o de Software, que foi o responsável pelo aumento da média da taxa de crescimento de TI no ano passado, cresceu 30,2%, com investimentos de U$ 12,3 bilhões. Além disso, o Mercado de Hardware brasileiro bateu a marca de U$ 33,4 bilhões, atingindo um crescimento de 6,3%, o menor entre os três setores. Considerando os investimentos em TIC (TI + Telecom), que cresceram 4,3% no ano passado, e somaram mais de US$ 3,7 trilhões, o Brasil perdeu uma posição, e agora aparece em 6º lugar, no ranking mundial, com investimentos de US$ 152 bilhões no ano de 2015. No entanto, ainda fica próximo a países que são destaques na economia mundial, como Alemanha (5°) e Reino Unido (4°). Os Estados Unidos lideram também este ranking, seguidos pela China e pelo Japão. A pesquisa aponta que a relação entre TI e a área de negócios das empresas irá se estreitar ainda mais, por meio da digitalização dos processos e integração das linhas de produção. O estudo aponta que 54% das médias e grandes empresas no Brasil irão realizar investimentos na chamada Transformação Digital (DX) em 2016. Poucas tecnologias terão o crescimento que será experimentado por “Cloud Computing” ou solução em Nuvem: até o final da década, haverá crescimento de 20% por ano na adoção desse tipo de solução. 06/06/2016

RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES
A relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.


M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições, no setor de serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação, bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação mensal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.  

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14 julho 2016



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