Fusões e aquisições no Brasil podem ganhar força após a eleição presidencial de outubro, fazendo compradores darem menos atenção ao risco político e se concentar no potencial de longo prazo do país, disse um executivo do Itaú BBA.
A lista de operações de fusões sob coordenação do Itaú BBA é recorde, após ter crescido de 15 a 20 por cento em relação ao ano passado, disse Fernando Meira, diretor de fusões do banco. A diversificação geográfica e setorial está crescendo, à medida que o Itaú se expande para fora do Brasil, acrescentou.
Na esteira de quatro anos de crescimento econômico abaixo da média e de lucros em declínio, os preços dos ativos têm caído, atraindo a atenção de compradores. No entanto, alguns investidores seguem cautelosos antes da eleição, dificultando a convergência entre ofertas de compra e de venda.
"A desaceleração que estamos testemunhando era esperada e é natural. Uma vez que a eleição acabou, devemos ver a atividade retomando", disse Meira.
No ano até quarta-feira, o Itaú BBA liderou o rankings de fusões, ao assessorar 44 ofertas, quase o dobro do segundo classificado, o BTG Pactual, segundo dados da Thomson Reuters. O BBA ficou em segundo em remuneração, logo atrás BTG Pactual, com cerca de 50 milhões de dólares em receitas, segundo dados da Thomson Reuters/Freeman Consulting.
Meira disse que os compradores estratégicos estão gradualmente pondo a cautela de lado e buscando maior exposição ao Brasil, alguns em busca de ativos específicos e outros para acessar o mercado consumidor do país ou infraestrutura. Empresas de aquisições também estão à espreita, de olho em alvos em setores como serviços financeiros e tecnologia, enquanto também procuram oportunidades para sair de alguns investimentos.
Atingir as fontes de receitas em mercados fora do Brasil pode ajudar a compensar o efeito de uma economia doméstica em desaceleração. As economias e os mercados de capitais de países como Chile, Colômbia e Peru estão se expandindo mais rápido.
O BBA foi um dos assessores da Liberty na compra de 20 por cento de participação que não possuía na empresa chilena de telecomunicações e provedora de televisão a cabo VTR GlobalCom, num negócio avaliado em cerca de 440 milhões dólares. Por Guillermo Parra-Bernal | REUTERS AAP LB
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