Com a venda anunciada ontem do Top Center Shopping, em São Paulo, da General Shopping para a israelense Gazit-Globe, por R$ 145,5 milhões, a movimentação de negócios envolvendo a venda de shopping centers no país atinge quase R$ 490 milhões no acumulado do ano.
O valor pode ser maior, se consideradas também operações de empresas de capital fechado. Desde as primeiras aberturas de capital de empresas do setor em bolsa, a partir de 2007, as vendas de ativos não atingiam este patamar no período de janeiro a agosto, segundo levantamento do Valor.
Companhias de capital aberto informam que têm se desfeito de ativos dentro da estratégia de "reorganizar o portfólio". BRMalls e General Shopping fizeram movimentos nesse sentido. A Aliansce já informou que analisa se desfazer de ativos a curto prazo.
"Não anda fácil vender shopping, as ofertas aumentaram e o humor do mercado piorou. Está todo mundo tentando fazer mais caixa", diz um executivo do setor.
Segundo um diretor financeiro do setor, um mesmo empreendimento que era avaliado para venda com taxa interna de retorno (TIR, índice que mostra a valorização do imóvel, descontando inflação e dívidas) de 23% no fim de 2011, mostra uma TIR agora entre 17% e 19%.
Apesar do discurso de que se trata de "oxigenar a carteira", há casos em que a venda acontece para reduzir endividamento (atrelado ao dólar e à Selic); se desfazer de ativos "não estratégicos" - aqueles que não atingiram metas de desempenho; ou de ativos nos quais as empresas não têm o controle acionário.
O cenário reflete a perda de vigor da economia e o aumento da alavancagem de algumas empresas, após forte ritmo de crescimento. Apesar disso, o setor é considerado resiliente e sem grandes vulnerabilidades.
"Há investidores indo embora [do país] e quanto mais a economia se desacelerar, melhor para nós porque surgem oportunidades com melhores preços do que há dois ou três anos", disse Chaim Katzman, presidente mundial da israelense Gazit-Globe, em entrevista em julho ao Valor.
Neste ano, a BRMalls vendeu quatro shoppings por quase R$ 200 milhões. "O objetivo é continuar vendendo [shoppings]", disse Carlos Medeiros, presidente da empresa, em maio. "Esse é o interesse, mas por preço que faça sentido, considerando o que pagamos e o potencial do ativo". Como justificativa, a empresa informa que tem se desfeito de empreendimentos em que não pode ampliar sua fatia minoritária. Cerca de 20% da dívida bruta da empresa (hedgeada) é atrelada ao dólar. A dívida líquida em junho somava R$ 4,3 bilhões, alta de 3,5% sobre ano anterior.
Há cerca de três meses, a diretoria da Aliansce ressaltou que estudava a venda de participação, em até dois shoppings, com a intenção de ampliar recursos em caixa. O Valor apurou que esse estratégia está mantida. Há um mês, a empresa anunciou acordo para reduzir sua participação de 50% para 33% no Santana Parque Shopping. Os outros 50% eram da General Shopping, que vendeu toda a sua fatia. Os compradores das fatias da Aliansce e General Shopping foram grupos estrangeiros - Canada Pension Plan Investment Board (sócio da Aliansce) e o fundo soberano de Cingapura, numa operação de R$ 144,5 milhões.
No caso da General Shopping, com venda de fatia em dois ativos neste ano, há entrada de recursos em caixa. A empresa pode recomprar parte da dívida em dólar em 2015. O endividamento líquido total subiu de R$ 1,1 bilhão em março de 2013 para R$ 1,4 bilhão, vem março deste ano. Por Adriana Mattos | De São Paulo| Veículo: Valor Econômico | Leia mais em abrasnet 14/08/2014
17 agosto 2014
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domingo, agosto 17, 2014
Compra de empresa, Desinvestimento, Plano de Negócio, Private Equity, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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