13 abril 2012

Mobilidade é prioritária para executivos

O roteiro é bem conhecido no mundo da tecnologia da informação (TI): uma nova tecnologia chega e atrai a atenção e o investimento de grande parte das empresas. Ainda em sua infância, a inovação pode ser bem aproveitada por algumas companhias, enquanto outras não conseguem resultados tão positivos. Anos depois, mais madura, a tecnologia torna-se um alvo de investimento prioritário para todo o mercado.

Foi assim em momentos como a explosão da internet nos anos 90, e está sendo agora com a adoção da mobilidade no meio empresarial. Os celulares, e mais recentemente os tablets, que chegaram às empresas como uma extensão das atividades realizadas no escritório, estão ganhando novas aplicações tanto para uso dos funcionários das companhias quanto de seus clientes. "O potencial que essas tecnologias têm para impulsionar os negócios das empresas é maior do que o da internet, porque os dispositivos móveis estão junto das pessoas no seu dia a dia", diz Renato Improta, líder da área de mobilidade da consultoria Accenture.

A companhia, que fez uma pesquisa com 240 executivos de tecnologia de empresas de 12 países, incluindo o Brasil, constatou que a mobilidade está na lista dos cinco assuntos mais importantes para 78% deles. Mais de dois terços (69%) pretende investir acima de 20% de seu orçamento em projetos nessa área.

Entre os projetos que vêm sendo realizados no mundo, Improta cita o monitoramento de pacientes com doenças crônicas por seguradoras e planos de saúde. Ao acompanhar os hábitos do paciente, é possível verificar se ele toma sua medicação, ou se mantém um peso compatível com seu tratamento. Com isso, as empresas conseguem reduzir seus gastos com consultas e atendimentos de emergência. Improta também cita projetos para redução de acidentes de trabalho no setor de mineração.

O especialista destaca que a mobilidade não deve ser pensada apenas para quem fica fora do escritório. Em sua avaliação, mesmo os profissionais que estão dentro das organizações precisam ter essas opções. "Um funcionário que passa muito tempo em reuniões não quer ter que esperar até retornar à sua mesa para aprovar um relatório", diz.

Na pesquisa feita pela Accenture, um dado que surpreendeu Improta foi que as empresas de países emergentes como o Brasil mostraram ter planos na área de mobilidade mais estruturados do que os das companhias sediadas em mercados mais maduros: foram 48% de respostas nos emergentes, ante 12% nos mercados mais desenvolvidos. Para o especialista, uma das explicações para esse resultado pode ser o fato de os emergentes estarem sendo menos atingidos pela crise econômica mundial, o que dá maior liberdade para que as empresas planejem projetos de crescimento e inovação.

Mas o otimismo com as iniciativas não faz com que os executivos de TI deixem de pensar em aspectos que podem atrapalhar a adoção de sistemas de mobilidade. Para metade dos entrevistados, a questão da segurança é o aspecto mais preocupante. Em segundo lugar ficaram os custos (43% das respostas), seguidos por questões de compatibilidade dos sistemas e a compreensão sobre os benefícios da tecnologia.

Para Improta, um aspecto importante que deve ser levado em consideração é a facilidade de uso dos sistemas. Em sua avaliação, não adianta ter um projeto que funciona perfeitamente do ponto de vista técnico, mas que tem complicações para quem vai usá-lo. "A Apple teve um papel importante em disseminar a cultura de sistemas intuitivos. E os usuários das tecnologias querem isso", diz. Por Gustavo Brigatto
Fonte:ValorEconômico13/04/2012

13 abril 2012



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