O Agibank, novo candidato a banco digital no país, comunicou o adiamento da sua abertura de capital na bolsa de valores (IPO, na sigla em inglês) em um comunicado nesta quinta-feira, 21.
A empresa gaúcha citou as “condições de mercado” na sua explicação, um clichê nesse tipo de ocasiões.
No final do ano passado, o Agibank anunciou planos de investir R$ 750 milhões em tecnologia e inovação ao longo dos próximos três anos.
O fato foi celebrado em Porto Alegre, por que a empresa mantém sua sede e centro de desenvolvimento na capital gaúcha. A previsão na época era de abertura de 150 vagas.
Não está claro se o adiamento do IPO pode reduzir a velocidade desses planos, ou se a empresa está capitalizada de qualquer forma.
O que fica por ser visto é até que ponto o adiamento é devido a problemas da própria proposição de valor do Agibank e quanto vai na conta das “condições de mercado”.
O banco gaúcho começou apresentando as ações por um valor entre R$ 13,87 a R$ 16,95, que havia sido reduzido para R$ 11,50 a R$ 13.
O preço inicial estimava a companhia em R$ 9 bilhões, cerca de 20 vezes o seu patrimônio, destaca a Exame, comparando que o Itaú é negociado a 1,8 vez seu valor patrimonial.
Além disso, segundo avalia o Brasil Journal, a decisão do PagSeguro nessa semana de fazer uma nova emissão de ações após o seu IPO bem sucedido do começo do ano pode ter roubado a atenção do Agibank.
Criado em 1999 como uma financeira, mudou seu nome de Agiplan para Agibank há seis meses, para dar uma guinada digital com o objetivo de quintuplicar o número de correntistas neste ano.
De acordo com a Exame, o modelo de negócio do Agibank, apesar do novo nome, ainda é o da financeira, com empréstimos consignados ou a altos juros para clientes nas classes C e D.
“As fintechs buscam entrar em segmentos que os grandes bancos não fazem tão bem e oferecer alternativas para os clientes. O Agibank tem um modelo de negócios difícil de entender porque eles pegam um público que não parece interessar nem aos grandes bancos”, disse à revista Tiago Reis, da casa de análises Suno Research.
A então Agiplan incorporou no começo de 2016 o Banco Gerador, com forte atuação de varejo e atacado no Nordeste do Brasil e 200 mil clientes.
Com a aquisição, a Agiplan, até então concentrada no mercado de empréstimos pessoais, se tornou um banco.
Em termos de tecnologia, o passo mais ousado foi o lançamento do Agipag no final de 2016.
Baseado na tecnologia de conta corrente do Gerador e tendo a Stefanini com uma participação minoritária, o Agipag é um sistema de micropagamentos móveis.
O Agipag tinha algumas funcionalidades equivalente a conta corrente, mas está longe de ser uma solução completa para banco digital.
Depois de algumas ações de lançamento, o serviço não voltou a ser colocado em primeiro plano.
Parte da preparação da Agiplan foi a nível de pessoal. Recentemente, a empresa andou fazendo contratações de profissionais vindos do Sicredi, uma instituição financeira de maior porte.
A TI do Banco Agiplan foi assumida por Fernando Castro, ex-líder de transformação digital do Sicredi. O cargo de gerente de segurança, por Marcos Donner, outro ex-Sicredi.
Com o adiamento, abertura de capital do Agibank deve ficar para depois das eleições presidenciais, o que por um lado dá um tempo extra para a empresa convencer os investidores, mas por outro dá mais margem para outras fintechs crescerem. Maurício Renner Leia mais em baguete 22/06/2018
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Desinvestimento, Investimentos, IPO, Plano de Negócio, Tese Investimento, TI, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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