04 julho 2016

FUSÕES E AQUISIÇÕES: 60 TRANSAÇÕES REALIZADAS EM JUNHO/16

    O mercado de fusões & aquisições continua na sua trajetória de queda.  O volume de transações no primeiro semestre/16, no total de 337,  registrou uma redução de 14,2%. Em relação  ao valor total dos negócios verificou-se uma queda de 17,2%, com o montante de  R$ 87,9bilhões. No mês de junho/16, foram realizadas 60 transações no mercado brasileiro, correspondendo a um investimento da ordem de R$ 12,0 bilhões. Representa um crescimento de 22,4% em relação ao número de operações do mês anterior e um aumento de 5,6% dos montantes investidos. No gráfico do acumulado dos doze meses sinaliza queda de 2,6% do número de transações, com  786 operações.
    Verificou-se uma redução do número de transações de valor inferior a R$ 500 milhões, de 16,3%, no 1º semestre de 2016 e crescimento de 10%, do nº de transações de valor superior a R$ 1,0 bilhão. O valor médio das transações no primeiro semestre registrou uma redução de 3,4%.
    Os setores de TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) e OUTROS  foram os mais ativos no mês de junho.
    O maior apetite no mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 41 operações (68,3%), enquanto os Financeiros realizaram 19.  No acumulado do ano, os estratégicos, com 259 operações responderam por 76,9% dos negócios e 76,7 % dos investimentos.
    Sob a ótica do país de origem do investidor, os de origem Nacional realizaram em junho 37 operações, 61,7%,  e os Estrangeiros 23. No acumulado do ano, os Nacionais responderam por 57,3% do volume de operações e 49,0% do montante. Por país, os EUA, com 6 operações,  foi o mais ativo  investidor no mês entre os estrangeiros.
    A maior transação no mês foi a Ultrapar/Ipiranga  adquirindo a distribuidora de combustíveis Ale por 2,17 bilhões.  12/06/2016
   TOP 5 - As 5 maiores Fusões e Aquisições realizadas no 1º semestre 2016,  com valores divulgados, são: (1) BM FBovespa e Cetip  R$ 12 bilhões; (2) Banco suíço EFG International compra BSI do grupo brasileiro Pactual por quase R$ 5,4 bilhões; (3) Anglo American vendeu ativos no Brasil à empresa chinesa China Molybdenum por US$ 1,5 bilhão - cerca de R$ 5,4 bilhões; (4)  BM&FBovespa aliena participação no CME Group por cerca de R$ 4,5 bilhões; (5) CCR vende Sem Parar por R$ 4 bilhões para a DBTrans/Fleetcor.
    Quanto às Percepções de Mercado, vale destacar: (i)  Temer manda privatizar geral; (ii)  Venda de ativos pode ajudar no curto prazo, mas momento dificulta iniciativa; (iii) Empresário já enxerga 'estabilização'; (iv) Vários setores são alvos de processos de consolidação no Brasil. Exemplos noticiados: Setor de ensino vai entrar em nova fase de consolidação; No setor de moda, mais aquisições a caminho; Laboratórios caminham para nova rodada de consolidação; Hospitais se preparam para receber recurso estrangeiro - passam hoje por um processo de consolidação semelhante ao vivido pelo mercado de educação; Oi aciona gatilho para consolidação do setor.
 
A despeito da queda no número de transações no primeiro semestre de 2016, a expectativa de melhora no cenário econômico, associada à estabilidade política, pode acelerar o processo de conclusão de muitas operações em andamento, iniciando um novo ciclo de crescimento do número de transações com presença marcante de investidores internacionais, principalmente a partir de setembro de 2016.

Operações de Fusões e Aquisições divulgadas com destaque pela imprensa brasileira no decorrer do mês de JUNHO de 2016.

ANÁLISE DO MÊS

Setores mais ativos - Os 5 setores mais ativos responderam por 66,7% do total das operações e 62,5% do valor total dos investimentos.


Foram divulgadas com destaque pela imprensa neste mês 60  transações em 21 setores da economia brasileira, registrando um crescimento  de 22,4 % em relação ao mês anterior ( 49 operações).


Evolução nos últimos 4 anos  - No acumulado do primeiro semestre de 2016, apuradas 337 operações, registra-se uma queda  de 14,2% se confrontado com igual período de 2015,  quando foram realizadas 393 operações.



Maiores apetites x maiores quedas. O segmento com maior apetite  neste mês foi o de TI, com a realização de 22 transações representando 36,7% do total.
No gráfico dos setores mais ativos no primeiro semestre de 2016, além de TI, destacam-se OUTROS  e ALIMENTOS, BEBIDAS E FUMO.
Os setores que apresentaram maiores quedas no nº de transações nos seis primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2015, foram TI e COMPANHIAS ENERGÉTICAS. Por sua vez, os setores que mais cresceram no nº de operações foi PRODUTOS QUÍMICOS E FARMACÊUTICOS e INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.



O acumulado do volume de transações dos últimos doze meses sinaliza queda - O mês sinaliza nova queda, de 2,6% do número de transações de M&A acumuladas nos últimos doze meses -  junho de 2016, com  786 operações, comparativamente com o mesmo período do mês anterior.
No gráfico do acumulado dos 12 meses, pode-se inferir ciclos distintos de crescimento e queda do número de transações,  incluindo prováveis fatores que mais estão repercutindo nos investimentos.  Os desdobramentos dos fatos políticos recentes estão influenciando as expectativas e confiança dos investidores, aliadas à contração da economia e restrições de crédito, traduzindo-se num novo ciclo de queda do volume de negócios nos seis primeiros meses de 2016.



Operações de pequeno porte são maioria nos últimos 3 anos. Nos últimos três anos as operações de pequeno porte - até R$ 49,9 milhões - são maioria.
Interessante notar que enquanto se constata queda  do nº de transações de valor inferior a R$ 500 milhões (redução de 16,3% de 2016 em relação a 2015), verifica-se um crescimento de 10%, do nº de transações de valor superior a R$ 1,0 bilhão


Porte das transações: 57% das transações são do porte de até R$ 50 milhões - Das 60 transações apuradas no mês,  34 são de porte até R$ 49,9 milhões -  56,7% do total e responderam por 3,6% do seu valor.
Para este mesmo porte de operações, no acumulado do ano de 2016, registraram 207 transações representando 61,4% do total  e  3,3% do valor.



No primeiro semestre/16,  cerca de 6% das operações  respondem por 66% dos montantes envolvidos - No topo da pirâmide foram apuradas 4 transações neste mês, com porte acima de R$ 1,0 bilhão, representando 6,7% do número de operações e responderam por  56,3% do valor das transações. No acumulado do primeiro semestre são 22 transações que correspondem a 6,5% e respondem por 66,4% do valor total das transações.

Crescimento de 5,6% do montante das operações em relação ao mês anterior. Quanto aos montantes dos negócios realizados em junho de 2016, estima-se o total de R$  12,0 bilhões, representando um crescimento  de 5,6% em relação ao mês anterior - considerando Valores Divulgados ( 90,1%) e Não Divulgados/Estimados (9,9%).



Queda de 17% dos investimentos no primeiro semestre. O valor total dos negócios no primeiro semestre de 2016, alcançou R$ 87.9 bilhões, representando uma queda de 17,2%  em relação ao mesmo período do ano anterior.


Valor médio das transações no primeiro semestre de 2016 tem queda de 3,4%. O valor médio das transações realizadas neste ano alcançou R$ 260,8 milhões, contra R$ 269,9 milhões no mesmo período de 2015, representando uma queda de 3,4%.


Predomínio dos investidores Nacionais no volume de transações. Os investidores de Capital Nacional foram responsáveis por 37 operações, no mês, enquanto os investidores de Capital Estrangeiro realizaram 23 operações.
No acumulado ano, os Nacionais - 193 operações - responderam por 57,3% do volume de operações e 49,0% do montante.
Investidores estratégicos estão com maior apetite - O maior apetite neste mês ficou por conta dos investidores Estratégicos  com 41 operações (68,3%), e responderam por 84,8% dos montantes investidos. No acumulado do ano, os estratégicos, com 259 operações responderam por 76,9% dos negócios e 76,7 % dos investimentos. Os Financeiros, por sua vez, realizaram 19 operações no mês e 78 no primeiro semestre de 2016.


Os investidores Estrangeiros responderam por 51% dos investimentos realizados no primeiro semestre de 2016. Estima-se que no mês de junho/16, os investimentos estrangeiros representaram 42,8%, com  R$ 5,1 bilhões. No acumulado do ano, os investimentos estrangeiros totalizam R$ 44,8 bilhões, correspondendo a 51,0%.
Por país, os EUA, com 6 operações,  foi o maior investidor no mês, representando 26% dos investimentos estrangeiros. No semestre, com 37 transações, os EUA lideraram, seguidos pelo Canadá, França e Reno Unido.


Maior transação do mês  -  A maior transação em junho/16, foi a Ultrapar por intermédio de sua subsidiária Ipiranga acertou a aquisição da distribuidora de combustíveis Ale por 2,17 bilhões de reais, com o objetivo de complementar sua rede na região nordeste. A Ale encerrou 2015 com receita de 11,4 bilhões de reais e Ebitda de 275 milhões de reais.  12/06/2016

TOP 5 BRASIL do semestre - As 5 maiores Fusões e Aquisições realizadas no 1º semestre 2016, envolvendo empresas brasileiras - com valores divulgados. 01 - BM FBovespa e Cetip chegam a acordo para combinar negócios. A BM&FBovespa e a Cetip anunciaram que chegaram a um acordo para a fusão das duas companhias, conforme já esperado pelo mercado.  BM&FBovespa compra Cetip em negócio avaliado em quase R$ 12 bilhões. 08/04/2016; 02 - Banco suíço EFG International compra BSI do grupo brasileiro Pactual. O banco suíço EFG International anunciou a compra do BSI (Banca Svizzera Italiana), uma filial do grupo brasileiro Pactual, por 1,328 bilhão de francos suíços (1,342 bilhão de dólares, quase 5,4 bilhões de reais).22/02/2016; 03 - Anglo American vendeu ativos no Brasil por US$ 1,5 bilhão. A  mineradora britânica Anglo American anunciou a venda de seus ativos relacionados à produção de fosfato e nióbio, localizados no Brasil, por 1,5 bilhão de dólares à empresa chinesa China Molybdenum. 28/04/2016; 04 - BM&FBovespa aliena participação no CME Group e dá 1º passo para fusão com a Cetip. A BM&FBovespa (BVMF3) comunicou que alienou todas as ações de emissão do CME Group que detinha, o que equivale a 13,6 milhões ações classe A, ou 4% do total de ações emitidas pelo grupo. E esta venda pode ser o primeiro passo para a confirmação da fusão da Bolsa com a Cetip (CTIP3). 07/04/2016; 05 - CCR vende dona do Sem Parar por R$ 4 bi. A CCR, junto com os demais acionistas, vendeu a Serviços e Tecnologia de Pagamentos (STP), dona da Sem Parar, para a DBTrans, que é garantida pela Fleetcor. O valor total da venda, que corresponde a 100% das ações representativas do capital social da STP, foi de R$ 4,086 bilhões, 15/03/2016

“PERCEPÇÕES” DO MERCADO - notícias que se destacaram:
     Radar TVeja: Temer manda privatizar geral. Michel Temer reuniu alguns dos principais ministros  para dar um recado claro: a ordem é privatizar geral. A frase literal do presidente interino foi a seguinte: “Senhores, tudo que puder ser transferido à iniciativa privada, façam. Não temos preconceitos!”. Os aplicados ministros, nem bem ouviram, saíram querendo mostrar serviço e apontar o que, nas respectivas pastas, pode ser objeto de concessão ou parceria público-privada.
     Venda de ativos pode ajudar no curto prazo, mas momento dificulta iniciativa. Diante de um governo que prometeu um forte ajuste fiscal mas que, desde que tomou posse, não conseguiu emplacar nenhum corte significativo de gastos, a venda de ativos pode ser a salvação de curto prazo, dizem especialistas. Num cenário complicado, receitas atípicas continuam a ter papel fundamental na recuperação das contas públicas.  Exercício feito pela GO Associados aponta que se a União se desfizesse integralmente de sua participação no capital social de empresas como Petrobras, Caixa, Banco do Brasil, Correios, Infraero, IRB e Eletrobrás, o potencial de recursos que poderiam ser obtidos seria de pouco mais de R$ 127 bilhões. Somada à carteira do BNDES, de R$ 47,2 bilhões, segundo dados do primeiro trimestre, o governo conseguiria arrecadar R$ 174,2 bilhões, ou algo próximo a 3% do Produto Interno Bruto (PIB). 13/06/2016
     Empresário já enxerga 'estabilização', mas quer mais sinais para investir. O "fundo do poço" da crise pode ter sido atingido e a recuperação da economia parece estar sendo conduzida pelo rumo certo pela equipe econômica do governo interino de Michel Temer. Os relatos de empresários e associações do setor produtivo mostram que boa parte das empresas já fez ajustes de estoque e estrutura e vê sinais de melhora da confiança, o que poderia levar a um ciclo melhor a partir do segundo semestre. No entanto, eles ainda demonstram cautela para retomar os investimentos e aguardam medidas mais concretas do governo e uma ACOMODAÇÃO maior de alguns riscos no horizonte, como questões do próprio cenário político e o nível do câmbio.  "Já conseguimos enxergar uma luz no fim do túnel. A incerteza agora está na questão política, mas a economia está encaminhada com as pessoas certas nos lugares certos”. 13/06/2016
     Momento da consolidação da indústria, eliminando o excesso de capacidade e redução de custos através de economias de escala e escopo. No mês de junho/16, vário setores foram mencionados como alvos de processos de consolidação no Brasil. Alguns exemplos noticiados: Setor de ensino vai entrar em nova fase de consolidação. A eventual fusão da companhia de ensino carioca Estácio com a Kroton ou com a Ser Educacional deve provocar uma nova onda de aquisições no setor de educação superior privado. "Acredito que haverá uma movimentação intensa, principalmente das 10 maiores instituições de ensino, para se defenderem do grande grupo que se formará a partir da fusão" 14/06/2016 No setor de moda, mais aquisições a caminho. O cenário macroeconômico no país tem favorecido as operações de fusões e aquisições no setor de moda, que foi afetado pela queda nas vendas e a consequente dificuldade em fazer caixa ou obter recurso com bancos para pagamento de dívidas. Para KPMG, a tendência para o ano é de um número maior de operações no setor. "O último ano foi muito difícil para o varejo por causa da queda do consumo e do aumento dos juros para financiar os negócios. A junção de operações torna-se uma opção para melhorar rentabilidade porque gera redução de custos fixos e aumento de poder de negociação com fornecedores, shopping centers e bancos”.. 15/06/2016 Laboratórios caminham para nova rodada de consolidação. A indústria farmacêutica instalada no Brasil é palco, neste momento, de negociações que podem dar origem a uma nova rodada de consolidação, com maior concentração no segmento de genéricos. Notícias sobre potenciais operações, que podem chegar à casa do bilhão, circularam entre executivos de laboratórios na última semana e envolveram grandes nomes do mercado, entre os quais Medley, Teuto e TheraSkin, todas na ponta vendedora. Dois dos maiores fabricantes...Hospitais se preparam para receber recurso estrangeiro. Entre as iniciativas estão mudanças de gestão, busca por certificação internacional, auditoria externa e estímulo a políticas de compliance. Hospitais privados do país têm tomado medidas para profissionalizar seus negócios e torná-los mais atrativos a investidores estrangeiros. Entre as iniciativas estão mudanças de gestão, busca por certificação internacional, auditoria externa e estímulo a políticas de compliance. O setor passa hoje por um processo de consolidação semelhante ao vivido pelo mercado de educação nos últimos anos, afirmam analistas. Oi aciona gatilho para consolidação do setor. A recuperação judicial da operadora Oi pode ser o gatilho que investidores esperavam para deflagar a consolidação do setor de telecomunicações no país.  A Oi tem pela frente um percurso longo, mas importante para equalizar a dívida de R$ 65,4 bilhões e arrumar sua estrutura de capital. Essa é uma condição que investidores estrangeiros sempre consideraram essencial para arriscar uma proposta de fusão ou aquisição.23/06/2016 Experiente no setor, Wilson Ferreira defende consolidação em distribuição. De saída da CPFL Energia depois de 18 anos, Wilson Ferreira Junior permanece sendo um defensor da consolidação e escala no segmento de distribuição de energia e de maiores investimentos no segmento de infraestrutura, fundamental para a retomada da economia do país.. 23/06/2016

SUMÁRIO DOS DESTAQUES DO MÊS - FUSÕES E AQUISIÇÕES
A ordem da relação das transações de Fusões e Aquisições segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e/ou  postadas no blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. e podem ser localizadas nos endereços abaixo.

DESTAQUES DA:


DESTAQUES DO MÊS ANTERIOR


M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DO MÊS tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilação de notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda anunciados/realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.

04 julho 2016



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