05 setembro 2013

TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em agosto/2013

Anunciadas em agosto/13,  13 operações de Fusões e Aquisições na área de TI, representando uma queda de 41%, em relação ao mês anterior. O montante das transações chega a 1,2 bilhão de reais. Os segmentos de Comércio Eletrônico e Serviços de TI, foram os mais ativos. A operação de maior expressão foi a American Tower comprando do grupo NII Holdings — que controla a Nextel no Brasil — 2,79 mil torres no Brasil, da Nextel, por US$ 413 milhões. O Indicador de Volume de Transações de M&A do mês sinaliza viés de baixa do volume de fusões. 

Operações de Fusões e Aquisições de Tecnologia da Informação – TI e Telecom, noticiadas com destaque na imprensa brasileira no decorrer do mês de agosto de 2013. As informações estão apresentadas em blocos, detalhando as transações por Volumes e Valores, Segmentos, Racional do Investimento, Porte das empresas, Perfil do Investidor, Cloud Computing & Mobile, Destaques do mês e Relação das Transações. 

SUMÁRIO 
  • A pesquisa do mês de agosto constata 13 operações, sendo os segmentos de Comércio Eletrônico e Serviços de TI, os mais ativos. 
  •  No mês de agosto os valores das transações totalizaram R$ 1,2 bilhão e o acumulado no ano de 2013, alcançou R$ 8,0 bilhões. 
  •  Na segregação dos valores por segmento de TI, Hardware de TI & Telecom e Serviços de TI responderam por 91,7% em valor e 38,5% do nº das transações. 
  •  A operação de maior expressão foi a realizada pela American Tower, uma das principais companhias do segmento de gestão de torres de telefonia, que fez acordo com o grupo NII Holdings — que controla a Nextel no Brasil — para adquirir 2,79 mil torres no Brasil, da Nextel, por US$ 413 milhões. 
  • Em relação ao racional do investimento têm predominado as transações direcionadas à Escala - voltado para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias. 
  •  O maior volume de operações foi verificado com empresas de pequeno e médio portes, com faturamento até R$ 90 milhões. 
  •  Em relação ao perfil do investidor, os estratégicos - empresa que adquire outra empresa (controladora ou não) a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço - foram muito mais ativos nos negócios do que os investidores financeiros (private equity). 
  •  No que tange à participação de investidores de capital nacional versus de capital estrangeiro, o domínio foi do capital estrangeiro. 
  •  Os EUA continuam sendo o principal país de origem dos investidores estrangeiros de TI. 
ANÁLISE DO MÊS 

Principais constatações.
No mês de agosto/13 foram realizadas 13 transações, representando uma queda de 27,8% em relação a agosto/12 (18 operações). Se comparar o período de jan a ago/13, com o mesmo período de 2012, constata-se uma pequena queda de 1,4%.


O fluxo de transações realizadas nos últimos doze meses evidencia um mercado oscilante, com uma nova queda em ago/13.

O objetivo do Indicador de Volume de Transações de M&A é sinalizar uma expectativa de tendência, com base na análise do verificado nos períodos semestrais móveis. No período móvel findo em ago/13, mantêm as oscilações do volume de fusões e aquisições, com viés de baixa.

Os segmentos de maior volume de operações em ago/13, foram os de COMÉRCIO ELETRÔNICO e SERVIÇOS DE TI.

Na classificação entre os Segmentos de TI, os subsegmentos de COMÉRCIO ELETRÔNICO e os de BPO; serviços financeiros; contabilidade, recursos humanos...; Outsourcing; Treinamento de SERVIÇOS DE TI , foram os mais ativos


No que tange aos montantes das transações, incluindo as operações que divulgaram os valores e as não divulgadas (estimadas), o mês de agosto totalizou cerca de um bilhão e duzentos e quarenta e oito milhões de reais. Na segregação dos valores por segmento de TI, Hardware de TI & Telecom e Serviços de TI responderam por 91,7% em valor e 38,5% do nº das transações.

TOP 5 - MAIORES TRANSAÇÕES EM VALOR - AGOSTO/13 
  1. American Tower compra 2,8 mil torres no Brasil da Nextel A American Tower, uma das principais companhias do segmento de gestão de torres de telefonia, fez acordo com o grupo NII Holdings — que controla a Nextel no Brasil — para adquirir 4.456 torres no Brasil e no México por US$ 811 milhões. Pelo acordo, a companhia comprará 2,79 mil torres no Brasil, da Nextel, por US$ 413 milhões. No México, a American Tower vai adquirir 1.666 torres, por US$ 398 milhões. Conforme o acerto, os valores serão pagos em dinheiro e em moeda local (pesos mexicanos e reais). 09/08/2013 
  2. Raízen adquire 10% da empresa do Sem Parar e Via Fácil. A Raízen, joint venture entre a Cosan e a Shell, adquiriu 10% de participação acionária na STP - Serviços e Tecnologia de Pagamentos, responsável pelos sistemas de cobrança eletrônica Sem Parar e Via Fácil. O negócio deve alcançar a cifra de R$ 250 milhões, recursos que virão do caixa da empresa. 05/08/2013 
  3. Hotel Urbano recebe nova rodada de investimentos de US$ 20 milhões. O Hotel Urbano, agência de viagens online, recebeu nova rodada de investimentos de US$ 20 milhões, Série C. O fundo de capital de risco americano Insight Venture Partners liderou o aporte e já havia investido anteriormente na empresa. Com esta última rodada, a empresa contabiliza um total de US$ 40 milhões levantados nos últimos dois anos, o que, segundo ela, permitirá que continue crescendo em ritmo acelerado.08/08/2013 
  4. Site Restorando recebe aporte de R$ 30 milhões. O site de reservas de restaurantes Restorando, lançado em 2011, recebeu o terceiro e maior aporte - R$ 30 milhões - de um grupo liderado pelo fundo americano de investimentos em empresas novatas Flybridge Capital Partners. Os sócios fundadores Frank Martin e Franco Silvetti permanecem no controle da operação, mas o Flybridge terá uma fatia relevante do negócio (não divulgada). Também participam do investimento os fundos Endeavor Catalyst, Emergence Capital Partners, Kaszek Ventures, Atomico e Storm Ventures. Os quatro últimos já eram sócios-investidores do Restorando - ao todo, aplicaram US$ 3,7 milhões desde 2011. 19/08/2013 
  5. Joint-venture entre Brasp e JBR cria empresa focada em infraestrutura de TI e virtualização Faturamento previsto é de 50 milhões de reais em 2013 (25% a mais que em 2012) e mais de 2 mil clientes. Para 2014, a expectativa é chegar aos 100 milhões de reais. A capixaba Brasp e a paulistana JBR, dois dos principais canais premier da Dell no País, uniram forças para formar uma joint-venture focada em infraestrutura de TI, a Brasp | JBR. 16/08/2013 
 REPRESENTATIVIDADE POR SEGMENTO 
A representatividade dos valores das transações de M&A, por segmento e respectivos volumes evidencia significativa assimetria. O montante dos negócios em ago foi de R$ 1,2 bilhão. Nos primeiros oito meses de 2013, as 137 transações realizadas na área de TI alcançaram R$ 8,0 bilhões. O segmento de HARDWARE DE TI & TELECOM foi o que mais se destacou alcançando o valor de R$ 4,1 bilhões, representando 51% do total dos recursos envolvidos - divulgados e não divulgados, referente a 14 operações - 10% do total.

Comparando-se o número de transações compiladas nos primeiros oito meses de 2013, por segmento, com o mesmo período de de 2012, verifica-se uma mudança do perfil, com o crescimento do nº de operações de Software, Serviços de Internet e Hardware de TI & Telecom, e uma redução do nº de transações de Serviços de TI, Comércio Eletrônico e Serviços de Telecom.

REPRESENTATIVIDADE POR VERTICAL 
Com o propósito de mapear os setores econômicos para os quais estão sendo direcionados os investimentos no mercado brasileiro de TI, o gráfico abaixo retrata o número de operações e montantes envolvidos, segmentado por verticais de negócios, no período de jan a ago/13. Destaques para o total de negócios na Vertical "Consumer", com 37 transações - 27%, e para a Vertical “Telecomunicações” em função do investimento de R$ 5,8 bilhões - representando 72%.


RACIONAL DO INVESTIMENTO 
A intenção é distinguir as transações de M&A na área de TI, Telecom e Mídia, em função da Tese de Investimento, ou seja, os conceitos que prevaleceram para a aquisição da empresa-alvo. Na maior parte das vezes a notícia não é muito clara a respeito dos direcionadores de valor que levaram à aquisição. Mesmo assim, procurou-se identificar as premissas sobre o Racional da transação para segregar em 4 grandes grupos, de modo a permitir o entendimento das principais vetores que estão orientando os investidores estratégicos e financeiros.
Em ago/13, as operações com o racional do investimento direcionado para Escala prevaleceram com 10 operações - voltadas para ampliar a participação de mercado em alguns segmentos ou geografias. Nos primeiros oito meses de 2013, Escala predominou com 64% das transações, sinalizando o contínuo processo de consolidação setorial.
(1) Aumentar a atual capacidade ou faturamento; penetrar em novos mercados geográficos
(2) Aumentar ofertas de novos produtos e serviços – expansão/ complemento do mix, ampliar competências
(3)Aumentar market-share, aproveitar sinergias e economias de escala, geralmente entre duas companhias com negócios similares
(4) Empresa brasileira adquire empresa de capital estrangeiro – acesso a mercados globais seja no âmbito do escopo, seja de escala;

PORTE DAS EMPRESAS 
O objetivo é proporcionar uma visão das transações classificadas em função do porte das empresas. Utilizou-se o critério adotado pelo BNDES e aplicável a todos os setores para a classificação do porte em função da Receita Bruta anual (informada ou estimada). Em relação ao porte, os investidores no mês de ago/13 deram preferência para empresas de Pequeno ( 7 operações), Médio ( 2 operações ). Nos oito primeiros meses de 2013, predominou os negócios entre empresas de Pequeno e Médio portes.

 • Microempresa <= R$ 2,4 milhões 
 • Pequena empresa > R$ 2,4 milhões e <= R$ 16 milhões 
 • Média empresa > R$ 16 milhões e <= R$ 90 milhões 
 • Média-grande empresa > R$ 90 milhões e <= R$ 300 milhões 
 • Grande empresa > R$ 300 milhões 

PERFIL DO INVESTIDOR 
Em relação ao perfil do investidor, os Investidores Estratégicos predominaram os negócios em agosto, com 8 operações. Desse volume, 3 operações foram realizadas por empresas de capital nacional e 5 de capital estrangeiro. Os investidores financeiros, representados por Fundos de Investimentos realizaram 5 negócios, distribuídos entre capital nacional com 2 e estrangeiro com 3. No período de jan a ago/13, os investidores estratégicos foram os mais ativos com 87 operações.
(1) Empresa adquire outra empresa (controladora ou não) relevante do ponto de vista estratégico, a fim de ter acesso a tecnologia, produto ou serviço. 
(2) Fundo de Investimento Private Equity; Venture Capital, Angel; 
(3) Empresa de capital nacional adquirindo participação em empresa brasileira (controladora ou não). 
(4) Fundo de Investimento de capital estrangeiro adquirindo participação em empresa brasileira (controlador ou não). 

Quanto ao Nº de Operações
Quanto aos Valores

NACIONALIDADE DOS INVESTIDORES 
Em relação à nacionalidade das empresas que estão investindo no Brasil no mês de ago/13, foram registrados quatro países. No acumulado de jan a ago/13, foram realizadas 58 operações com investidores estrangeiros. Os EUA representaram 50% desse total, com 29 negócios, e o segmento de SOFTWARE foi o mais representativo, com 35%, desse total.
NEGÓCIOS DO MÊS  "Market Movers”  No Brasil 
HUMORES & RUMORES 
  • Investimentos-anjo podem atingir R$ 3 bilhões em 2014 O potencial de aportes via investimentos-anjo no Brasil chegará a R$ 3 bilhões em 2014. No entanto, a concretização da cifra depende da qualificação na estruturação de projetos atrativos e inovadores. O valor  está bastante acima do atual mercado nacional, que possui apenas R$ 495 milhões comprometidos por cerca de 6,3 mil investidores. 
  • Buscapé mira novos elos no e-commerce Para marcar presença em todo o ciclo de compras na internet, a companhia brasileira investe em mobilidade e processos do varejo. As aquisições também estão diretamente relacionadas à segunda prioridade estratégica da companhia: a oferta de serviços que aprimorem os processos realizados pelos varejistas. 
  •  BNDES espera dois IPOs em 2014; Altus entrará no Bovespa Mais O BNDES vai esperar até o segundo trimestre do próximo ano, quando prevê condições de mercado mais favoráveis, para dar andamento ao plano de realizar dois IPOs de empresas de sua carteira. 
  • Sob nova direção, Softtek avalia aquisições no país. Miguel Saldivar completa neste mês 22 anos na Softtek. A tarefa de Saldivar será aumentar a receita de 20% a 25% ao ano entre 2013 e 2017, uma meta ambiciosa. “Avaliamos companhias que possuem uma oferta de produtos complementar ao nosso portfólio”, disse Saldivar. A área de maior interesse é a de aplicações que permitem o acesso a serviços de TI de dispositivos móveis. 
  • Bessemer quer investir no Brasil. O fundo americano Bessemer Venture Partners abriu uma operação em São Paulo no começo do ano, com a meta de investir até US$ 50 milhões em empresas de tecnologia brasileiras.  De acordo com Pinheiro, dois tipos de empresas estão no foco do fundo. Um é formado por empresas de software mais maduras, com faturamentos entre R$ 10 milhões e R$ 80 milhões, que podem receber aportes de US$ 5 milhões até US$ 50 milhões. 
  • Mercado brasileiro investiu US$ 60 bilhões em TI em 2012 . O mercado brasileiro investiu US$ 60 bilhões no setor de TI em 2012, alta de 41,6% em relação ao ano anterior. A cifra representam 3% do mercado mundial, que registrou investimento de US$ 2 trilhões, e deixa o país atrás apenas dos Estados Unidos, China, Japão e Reino Unido, Alemanha e França, empatados. Desses US$ 60 bilhões, US$ 35,30 bilhões foram aplicados em hardware, US$ 15,449 bilhões em serviços e US$ 9,485 em software. Os dados foram fornecidos pela Associação Brasileira de Empresas de Software (Abes) e levantados pela IDC. 
  •  PMEs são a 'vitamina' da TI nacional. Mercado externo só com consolidação Ao destrinchar o desenho do setor de tecnologia da informação e comunicações no Brasil na década de 2000 a 2009, o Observatório Softex conclui que o país conta com um parque estabelecido, mas no qual as empresas nacionais, em geral, ainda gravitam em torno das grandes multinacionais aqui instaladas. A receita, sugere, é vitaminá-las com o atendimento de pequenos e médios clientes, que garantam a musculatura para, então, encarar a competição externa. “A consolidação das empresas de software e serviços de TI em nível nacional seria uma etapa importante no processo que prevê, futuramente, sua entrada no mercado externo. 
  •  Em uma breve análise da recente publicação da Revista Exame, Ranking das 250 PME que mais crescem no Brasil, merece destacar quando se segrega as empresas de Tecnologia da Informação, que elas responderam por 33% - com 83 - do total das empresas analisadas. Na subdivisão dessas empresas, por segmento, as de Serviços de TI são as de maior número, com 41 companhias - 49%. Sob a ótica de percentuais de crescimento anual - por intervalos, o grupo de empresas com expansão das vendas de 15% a 30% foi o mais representativo, com 32 empresas de TI, equivalente a 39%. E o Porte das empresas que mais cresceram, foram àquelas com receita líquida entre R$ 16 milhões a R$ 90 milhões, equivalente a 55% do total de empresas de TI. 
RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES 
A relação das transações de Fusões e Aquisições na área de TI, segue a data em que foram divulgadas pela imprensa e compiladas pelo blog fusoesaquisicoes.blogspot.com. Todas podem ser pesquisadas e localizadas no blog.
RELATÓRIO ANTERIOR TI - RADAR de Fusões e Aquisições, em julho/2013 

 M&A - QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 O RADAR de M&A em TI tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições, no setor de serviços de tecnologia da informação e comunicação, bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão mensal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidas a partir de notícias consideradas confiáveis publicadas pela imprensa e coletadas pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com.br , não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade ou qualidade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes.

05 setembro 2013



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