09 fevereiro 2015

Rio Bravo capta fundo de R$ 240 milhões para investir no Nordeste

Pioneira no Nordeste, onde mantém um escritório desde 2002, a gestora Rio Bravo fechou o terceiro fundo destinado a investimentos em participações em empresas (private equity) na região. A primeira rodada de captação chegou a R$ 240 milhões, mas o objetivo final é levantar até R$ 400 milhões.

Com crescimento bem acima da média nacional, o Nordeste passou a atrair a atenção dos grandes fundos de private equity, como a Kinea, ligada ao banco Itaú, e a Vinci Partners, do ex-banqueiro Gilberto Sayão.

A gestora espera se aproveitar da presença local para garimpar boas oportunidades para se livrar da concorrência. "Queremos ir aonde ninguém vai", afirma Luiz Medeiros, diretor de private equity da firma, que conta com R$ 10 bilhões sob gestão.

A Rio Bravo vem empregando a estratégia de se deslocar pela região desde o fundo anterior. Com patrimônio de R$ 131 milhões, o portfólio conta com quatro empresas: a produtora de cereais infantis Multdia, a fabricante de estruturas de concreto T&A Pré-Fabricados, a Estaf Equipamentos, de aluguel de máquinas, e a Trevo Drywall, fabricante de chapas de gesso usadas na construção civil.

Medeiros, assim como os demais integrantes da equipe de gestão do fundo, nasceu no Nordeste e vê a proximidade com os empresários locais como um diferencial para fazer negócios. "O relacionamento se dá de forma muito mais pessoal do que no Sudeste", diz.

Com foco em empresas de médio porte, o novo fundo da Rio Bravo prevê fazer até seis investimentos.

O valor do cheque deve aumentar para uma média de R$ 40 milhões em participações minoritárias ou de controle, ante R$ 25 milhões médios do fundo anterior. Caso a captação atinja os R$ 400 milhões pretendidos pela gestora, o tamanho do aporte por negócio pode subir. "Preferimos manter o fundo com menos investimentos para acompanharmos melhor as empresas", afirma Medeiros.

Os principais investidores do fundo são bancos de desenvolvimento, fundos de pensão e institutos de previdência de Estados e municípios do Nordeste. Como o portfólio é o único do mercado dedicado a investimentos na região, a correlação com outros fundos da indústria é pequena, diz o gestor.

Entre os setores prioritários para compor a carteira do novo fundo, Medeiros destaca o de bens de consumo não-duráveis, incluindo alimentos, bebidas, higiene e limpeza. "A região ainda se beneficia da ascensão da classe C e conta com produtos adaptados ao gosto local", diz. A gestora também busca oportunidades na área de saúde e varejo especializado, incluindo refeições e artigos para residências.

Além do dinheiro, a gestora procura atuar na gestão das companhias investidas, afirma Deyllison Melo, gestor do fundo. "Esse discurso de arregaçar as mangas muitas vezes pode parecer discurso de private equity, mas no nosso caso acontece de verdade", diz o executivo, que também é presidente da Trevo Drywall e hoje vive em Juazeiro do Norte (CE), sede da empresa.

As companhias do portfólio da Rio Bravo vêm registrando expansão anual de pelo menos 25%, segundo Melo. A saída do fundo das empresas deve ocorrer com a venda para um investidor estratégico ou para outro private equity. "Existe uma demanda grande entre os fundos de empresas do porte que as nossas atingiram", afirma. Vinícius Pinheiro  Valor Econômico - Leia mais em resenhaeletronica 09/02/2015

09 fevereiro 2015



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