09 fevereiro 2015

Fusões e aquisições em farmacêuticas superam US$200 bilhões, aponta EY

Valor é duas vezes maior que a média anual registrada na última década; farmacêuticas especializadas foram as que mais investiram no setor

O ano de 2014 foi robusto para fusões e aquisições no segmento da indústria farmacêutica, é o que indica a nova edição do Firepower Index, levantamento anual da Ernst & Young (EY) que mede a capacidade das empresas farmacêuticas em financiar fusões e aquisições com base na força de seus balanços e sua capitalização de mercado

Segundo o levantamento, em 2014 a arrecadação com fusões e aquisições em farmacêuticas subiu para mais de U$200 bilhões (cerca de R$ 530 bilhões). Grandes farmacêuticas voltaram a fazer negócios em 2014 gastando quase U$90 bilhões com fusões e aquisições. Seus principais negócios visaram a aquisição de empresas fora de seu core business e focadas no desenvolvimento de terapias para doenças crônicas, como câncer e diabetes. Contudo, farmacêuticas especializadas foram as que mais investiram no setor, aplicando mais de U$130 bilhões em novas aquisições.

Para Sergio Almeida, sócio da área de Transações da EY, a participação das grandes farmacêuticas nas fusões e aquisições do setor vem caindo devido à perda de algumas patentes. "Enquanto em outros países as fusões buscam complementar portfólios, no Brasil, elas ocorrem para aumentar a eficiência na produção.”, afirma Almeida.

A expectativa é que 2015 seja um ano desafiador e altamente competitivo para empresas que desejam crescer por meio de aquisições, uma vez que elas enfrentarão a escassez de oferta e um aumento na competição. Além disso, a redução das lacunas de crescimento continua sendo um desafio para as grandes farmacêuticas.

Este deve ser um ano de aspirações ousadas, com ênfase em desenvolvimento de novas terapias ou adição de escala de produção. De acordo com o relatório, o foco deve continuar sendo a palavra-chave das empresas na hora de investir em novos negócios.

Perspectivas para 2015 e adiante
O crescimento ainda é importante: Espera-se que a continuidade de um retorno mais consistente aos acionistas de empresas de biotecnologia e farmacêuticas especializadas, associada às projeções de crescimento do mercado, devem pressionar as grandes farmacêuticas com lacunas no crescimento a fazer mais negócios em 2015.

Alvos de primeira linha devem continuar em cena: A maior concorrência por ativos de alta qualidade, devido ao forte poder de compra tanto de farmacêuticas especializadas quanto de grandes empresas de biotecnologia, deve manter a tendência de aumento no valor de empresas-alvo em 2015.

Maior foco nas negociações: Em vista da expectativa de mais alvos de primeira linha, com ativos atraentes, em 2015, fusões e aquisições serão exclusividade de algumas poucas empresas. Como resultado, as grandes farmacêuticas devem continuar a enxugar seus portfólios e fazer aquisições importantes para desenvolver - ou manter - massa crítica nas principais áreas terapêuticas.

Aumento nas movimentações promovidas pelos acionistas: As atividades dos acionistas estão aumentando em um momento em que diversas empresas, que anunciaram cortes nos investimentos em 2013 e 2014, geraram retorno superior aos investidores.

Sobre o Índice Firepower da EY
Agora em seu terceiro ano, o Índice Firepower da EY mede a capacidade de as empresas realizarem transações com base no potencial de seus balanços financeiros. Ele tem quatro itens principais: 1. caixa e equivalentes de caixa; 2. atual endividamento; 3. linhas de crédito e capacidade de endividamento; e 4. capitalização de mercado. Ao elaborar o modelo, as seguintes premissas foram consideradas: primeiro, a empresa não pode adquirir alvos com mais de 50% de sua capitalização de mercado; segundo, o coeficiente de endividamento da empresa combinada gerada por uma transação não pode exceder 30%.

Embora algumas empresas farmacêuticas tenham realizado aquisições além dos referidos limites máximos, nossa intenção é aplicar uma metodologia uniforme para medir as diferenças relativas no poder de compra (firepower). O Índice Firepower mensura a capacidade de realizar transações de fusão e aquisição financiadas com caixa ou dívida. Ele não mensura a capacidade de realizar transações ação-por-ação (stock-for-stock).

Entretanto, segundo o Índice Firepower, os preços mais elevados das ações das empresas consequentemente aumentam seu poder de compra.

No relatório, as empresas foram classificadas como grandes farmacêuticas, farmacêuticas especializadas/medicamentos genéricos, ou de biotecnologia, com base em seu porte, cobertura geográfica e carteira de produtos. Neste relatório foram analisadas 17 grandes farmacêuticas, 11 farmacêuticas especializadas/medicamentos genéricos, e 12 empresas de biotecnologia.
Mais informações em: http://www.ey.com/GL/en/Industries/Life-Sciences Leia mais em maxpressnet 09/02/2015

09 fevereiro 2015



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