27 janeiro 2009

Blindagem do Caixa

Boa parte das grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos está com muito dinheiro no caixa, por conta de uma postura bastante conservadora. Estão postergando as decisões relacionadas com o retorno dos recursos aos acionistas ou aquisições na fase de baixa do mercado.

Estão tratando a crise financeira com muita cautela. O crédito continua escasso o que vem deixando empresas de diversos setores extremamente carentes de recursos. "Continuaremos desejosos de caixa", diz Steve Ballmer, executivo-chefe da Microsoft, que possui perto de US$ 21 bilhões no momento. "Neste cenário, a maioria das pessoas vai dizer a você que caixa é tudo. A maioria tende a guardar caixa com unhas e dentes porque nunca se sabe quando você poderá precisar dele."

A forte posição de caixa vem diferenciando o setor tecnológico e proporcionando uma flexibilidade financeira considerável às maiores empresas do setor. Algumas companhias como a Microsoft e a Cisco mantêm grandes posições de caixa desde o estouro da bolha tecnológica no começo desta década. Outras, como a Apple e o Google, aproveitaram o sucesso dos últimos anos para entrar nessa elite de super-ricos.

Os colchões de caixa de empresas de tecnologia aplicados em partes do negócio que exigem menos capital superam em muito essas exigências no momento. Desde o estouro da bolha, muitas outras companhias do setor vêm respondendo às pressões dos acionistas para reduzirem parcialmente os saldos de caixa recomprando ações e fazendo pequenas aquisições.

Mesmo assim, manter um grande colchão de proteção também deixa a companhia com "uma série de opções" para o futuro, como fazer aquisições e investir nos negócios, além de enviar uma mensagem forte aos clientes sobre sua capacidade de resistência, afirmou Frank Calderoni, diretor financeiro da Cisco.

No entanto, embora afirmem que o caixa ajudará as empresas a empregarem melhor seu dinheiro em aquisições, a maioria dos executivos do setor tecnológico diz que elas continuarão realizando apenas negócios relativamente pequenos e que mesmo esses negócios poderão ser muito poucos. "Na verdade, trata-se de uma arma estratégica", afirma Schmidt.

27 janeiro 2009



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