25 junho 2018

Família Bueno nega venda de hospitais de ex-donos da Amil


Aparelho de ressonância magnética em hospital Além das marcas de exames laboratoriais, grupo também possui empresas de outras áreas, como uma distribuidora de material e medicamento hospitalar -


“Não temos interesse em vender os hospitais agora”, diz Pedro de Godoy Bueno, presidente e acionista do grupo Dasa, uma das maiores empresas de medicina diagnóstica do país, que possui a Ímpar (de instituições hospitalares).

Depois da transferência de cerca de 90% de participação da família Godoy Bueno da Amil para a UnitedHealth, o mercado especulava a venda de ao menos cinco dos hospitais, estimados em cerca de R$ 8 blhões, que permaneceram com a família. Entre as instituições estariam o 9 de Julho e o Santa Paula, ambos de São Paulo; São Lucas, do Rio de Janeiro, Complexo Hospitalar de Niterói, além de Hospital e Maternidade de Brasília.

“Já se comentou que temos mais hospitais, mas temos seis e um sétimo em construção, que deverá inaugurar no final de 2019 em Brasília.”

Localizado na cidade-satélite da capital, terá foco no público de classe média alta e será o terceiro em Brasília do grupo. São todos hospitais gerais, exceto o Santa Paula, que tem uma torre adicional de oncologia.

Na Ímpar, Dulce Pugliese é a presidente do conselho, no qual Pedro Bueno atua como conselheiro.

“Não fazemos empresa para vender e a Ímpar não está à venda. O ano passado foi um ano muito difícil com o falecimento do meu pai, mas chegamos a um consenso que todas as empresas têm projetos interessantes com criação de valor muito grande. Não é pelo dinheiro, é pelo projeto e esses ativos juntos têm valor estratégico”, afirma.

“Como vamos continuar no setor, vale a pena ter todos esses braços em diferentes segmentos. As empresas vão continuar independentes, mas podemos usar os dados entre elas, por exemplo.”

Filho de Edson de Godoy Bueno, fundador e antigo controlador da Amil, falecido em fevereiro de 2017, Pedro foi o escolhido para seguir no comando da Dasa, onde trabalhava havia dois anos. Além dele, Edson teve Camila Grossi, do seu primeiro casamento com Dulce, que foi sua sócia desde o início. Pedro, filho da segunda esposa do empresário, tem também a DNA (gestora de investimento com outros sócios, que investe fundos da família).

Na Dasa, os Godoy Bueno eram minoritários, com 24,5% e há cerca de cinco anos e adquiriram o controle da empresa. “A DNA estruturou a OPA (oferta pública de aquisição), quando compramos 50% da companhia, depois fizemos um outro lançamento de ações e hoje tem quase 99% da companhia. Aí pudemos fazer uma série de mudanças. A empresa tinha um ótimo potencial, mas estava andando de lado, e até um pouco em declínio nesses últimos anos.”

Para Pedro Bueno, o ideal é uma empresa com controlador. “’Corporation’ funciona melhor nos Estados Unidos, há casos de sucesso, mas numa empresa de dono, você consegue fazer as coisas acontecerem muito mais rapidamente”, diz.

Além de Dasa e Ímpar [dona dos hospitais], a família possui outras 30 empresas, entre elas a Mafra, distribuidora de material hospitalar, que comprou por R$ 500 milhões, em novembro do ano passado a Cremer, fabricante de descartáveis para a área da saúde, uma companhia listada que os tornou líderes nesse segmento também.

“Somos um grupo de dono, com pouquíssimos acionistas, Dulce, eu e Camila, com um alinhamento fantástico e tomada de decisão super ágil entre nós. Pensamos no longo prazo e não somos de comprar para vender empresa.”

​Raio-X  Grupo Dasa

R$ 1,03 bilhão foi a receita operacional bruta do grupo no primeiro trimestre de 2018
R$ 221,6 milhões  foi o Ebitda no mesmo período
R$ 70,6 milhões  foi o total investido nos três primeiros meses deste ano
700  é o número aproximado de unidades das 30 marcas do grupo
Publicado em 25/06/2018 por Folha de S. Paulo Online Leia mais em gsnoticias 25/05/2018


25 junho 2018



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