06 março 2012

Carlyle e Paulus querem captar R$ 1,7 bilhão em IPO da CVC

Sócios querem retomar oferta de ações, cancelada em fevereiro, e avaliam que companhia vale o mesmo que TAM ou MMX.

O fundo de private equity americano Carlyle e o empresário Guilherme Paulus, fundador da operadora de turismo CVC, pretendem captar entre R$ 1,5 bilhão e R$ 1,7 bilhão na operação de oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), prevista para ocorrer entre o final de junho e o terceiro trimestre de 2012.

Para fazer o IPO a partir de junho, a CVC precisa solicitar novamente o pedido de registro de oferta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o regulador do mercado de capitais, a partir de meados de abril a maio.

Segundo apurou o Brasil Econômico, a operadora deve vender entre 20% e 30% do capital social. Se a operação sair na faixa de captação, a oferta indicará que o preço de mercado da CVC é de aproximadamente R$ 6 bilhões.

Com esse valor, a CVC será listada num grupo restrito de empresas que incluem a empresa de energia Eletropaulo, a companhia aérea TAM, a MMX Mineração, do empresário Eike Batista, companhias que são grandes players do mercado onde atuam.

Com esse valor, a CVC seria mais cara do que outros gigantes, como RaiaDrogasil, MDias Branco e Alpargatas (controlada pelo grupo Camargo Corrêa), que têm valor de mercado entre R$ 5,5 bilhões e R$ 5,7 bilhões.

A CVC, dona de aproximadamente 75% do mercado brasileiro de agências de viagem, chegou a fazer o pedido de registro de oferta à autarquia em agosto do ano passado, adiou a oferta e, no prazo limite para retomá-la, no dia 28 de fevereiro, comunicou desistência em razão das condições pouco propícias da bolsa para emissão de ações.

Segundo pessoas próximas aos acionistas, o Carlyle e a família Paulus decidiram adiar a oferta na tentativa de obter um preço maior na venda, sem ter que se desfazer de um lote maior de ações da companhia.

"A empresa entendeu que deve capturar maior valor mais para frente e não quis queimar uma boa história com mercado ruim", diz uma fonte.

"A decisão de levar uma empresa para fazer o IPO deve ter a combinação da companhia estar pronta, ter uma janela de oportunidade no mercado de capitais e, em alguns casos, aquisições em processo de acontecer."

Se a CVC decidir fazer o IPO no terceiro trimestre, poderá divulgar resultados do balanço referentes ao primeiro semestre do ano. Procurado, o executivo Fernando Borges, chefe do Carlyle no Brasil, diz que não comenta valorização de ativos.

O empresário Guilherme Paulus informou, por meio da assessoria de imprensa, que não comenta rumores de mercado.

A operação na BM&FBovespa deve ser apenas secundária, ou seja, o dinheiro da captação vai para o bolso dos acionistas e não para o caixa da empresa. Carlyle e Paulus estão redefinindo o percentual que cada um colocará no mercado.

A expectativa de quem acompanha a estruturação da operação de perto é que a venda será proporcional à atual participação de cada sócio no negócio. Hoje, o Carlyle detém 64% da CVC, enquanto Paulus é dono de 36%.

O fundo de private equity não vê problemas em deixar de ser controlador. Paulus já faz planos para investir os recursos da captação em novos hotéis. Hoje, ele é dono de três empreendimentos: (Iguassu Resort, no Paraná, Serrano Resort Convenções & Spa, no Rio Grande do Sul, e Marupiara Hotel, em Pernambuco. E ainda arrenda outros seis.

A operadora quase dobrou de tamanho desde que o Carlyle se tornou sócio de Paulus, em 2009. A empresa faturou R$ 3,8 bilhões no ano passado, com 700 agências. Por Denise Carvalho
Fonte:brasileconomico06/03/2012

06 março 2012



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