30 abril 2020

Cteep mantém dividendos e ainda avalia aquisições apesar do coronavírus

Cteep mantém dividendos e ainda avalia aquisições apesar do coronavírus

 A transmissora de energia ISA Cteep não vê necessidade de alterar sua política de distribuição de dividendos aos acionistas no momento devido à pandemia de coronavírus, disse nesta quinta-feira um executivo da elétrica, destacando também que a empresa segue avaliando oportunidades de aquisições de ativos.

"A companhia segue ativa, no sentido de que este momento gera também oportunidades... empresas que possuem necessidade de caixa ou por outra razão, até para cumprir (obrigações de) outros projetos, têm buscado M&A (fusões e aquisições) e a companhia tem avaliado algumas oportunidades", afirmou o diretor financeiro, Alessandro Gregori.

"Estamos olhando, mas tudo isso com cautela, sabendo que o mercado hoje é um mercado com mais incertezas do que estava no começo do ano", acrescentou o executivo, em teleconferência com acionistas e investidores sobre os resultados do primeiro trimestre.

Ele também destacou que a Cteep, controlada pelo grupo colombiano ISA, não sofre até o momento reflexos maiores da pandemia em suas receitas, embora medidas de isolamento adotadas pelo país para evitar a propagação do vírus possam eventualmente impactar o cronograma de projetos em andamento.

"Obviamente, se a gente sentir algum tipo de agravamento que possa impactar a liquidez da companhia pode voltar e rever esse assunto, mas aparentemente, até o momento, não há necessidade de rever a prática de distribuição de proventos", afirmou Gregori.

A Cteep prevê distribuições de proventos em 2020 em abril, junho, outubro e dezembro (com pagamento em 2021).

"A forte geração de caixa permite crescimento e distribuição de proventos. Estimamos cumprir a distribuição de pelo menos 75% do lucro regulatório", apontou o diretor financeiro.

Os impactos da crise do coronavírus sobre o mercado de energia, que incluem queda do consumo e maior inadimplência de clientes, têm levado diversas elétricas a reduzir ou reter dividendos. Empresas puramente de transmissão como a Cteep, no entanto, são vistas por analistas como mais resilientes, uma vez que seus contratos de concessão não preveem riscos de demanda.

OBRAS E CAPTAÇÕES

O presidente da ISA Cteep, Rui Chammas, disse que a empresa tem buscado manter o andamento normal das obras de projetos de transmissão em execução, mas relatou dificuldades causadas por medidas de isolamento adotadas contra o coronavírus.

Os empreendimentos em construção pela elétrica, que precisariam ser entregues entre 2021 e 2024, somam cerca de 5 bilhões de reais em investimentos.

"Alguns fornecedores vêm sinalizando dificuldade em manter o ritmo das obras em consequência de quarentenas ou restrições municipais. Hotéis, entrega atrasada de alguns equipamentos... a Cteep tem monitorando a evolução do cenário atual e eventuais ajustes nos cronogramas poderão ocorrer", afirmou.

O executivo também disse que a companhia está "em situação confortável de liquidez" para enfrentar eventuais impactos da pandemia.

Para reforçar ainda mais o caixa, no entanto, a companhia tem preparado uma captação de cerca de 1,2 bilhão de reais, disse o diretor financeiro.

"A companhia já tem negociações, conversas avançadas com o mercado e não tem percebido riscos de captação, o mercado continua 'aberto' e isso para a gente é uma boa perspectiva, um bom sinal", disse.

Gregori apontou, no entanto, que incertezas associadas ao coronavírus tornaram mais atrativas dívidas com prazos mais curtos, enquanto os 'spreads' subiram, embora esse movimento possa ser parcialmente compensado pela queda da taxa Selic. (Por Luciano Costa) Reuters Leia mais em yahoo 30/04/2020


30 abril 2020



Combate ao coronavírus expõe concentração da indústria de medicamentos

Em meio à disputa por medicamentos no meio da pandemia do novo coronavírus, velhos problemas da indústria farmacêutica são trazidos à tona

Mercado farmacêutico é guiado por muitos interesses, e boa parte deles é financeiro, segundo especialistas

A disputa por medicamentos em meio ao combate ao novo coronavírus deixa em evidência problemas antigos de uma indústria trilionária que, segundo especialistas, não necessariamente atende aos interesses dos pacientes ou de governos, nem mesmo em tempos de pandemia.
A corrida das farmacêuticas para desenvolver medicamentos contra o coronavírus
O acesso a remédios mundo afora é desigual. E os investimentos em pesquisa priorizam a medicação de uso contínuo, ou princípios ativos mais rentáveis do que antibióticos e vacinas.

Concentrado nas mãos de um punhado de empresas poderosas, instaladas sobretudo em países ricos, o mercado farmacêutico é guiado por muitos interesses. E boa parte deles gira em torno das finanças, dizem especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

Nesse segmento que movimentou US$ 1,2 trilhão (pouco mais de R$ 6 trilhões) em 2018, as 10 maiores companhias do mundo em volume de vendas tiveram receitas de US$ 351,55 bilhões. Seis delas são dos Estados Unidos (Pfizer, Johnson&Johnson, Merck&Co, Abbvie, Amgen e Gilead), duas da Suíça (Roche e Novartis), uma da França (Sanofi) e outra do Reino Unido (GlaxoSmithKline).

Os dados constam do levantamento publicado pela Evaluate, empresa de análise de dados do mercado farmacêutico, em maio do ano passado, com base em informações de 2018.

São essas mesmas empresas que determinam preços e quem tem acesso aos medicamentos. O sistema de incentivo à inovação tem um desequilíbrio crônico e isso está nos relatórios da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) desde a década de 1990.


Não há, segundo a entidade, estímulo à criação de medicamentos para doenças negligenciadas ou ligadas à pobreza.

Por sinal, o mesmo documento da Evaluate indica que as dez maiores investiram US$ 66,14 bilhões em pesquisa e desenvolvimento, menos de 20% das receitas que obtiveram no período.

Monopólio pelas patentes
"O problema é que essas farmacêuticas têm a sua própria lista de prioridades. E a primeira é que querem estar nos mercados mais lucrativos (daí a opção de países), a segunda é que dedicam as suas pesquisas a medicamentos de uso contínuo para doenças crônicas. Ela rendem mais. Isso explica por que investem pouco em novos antibióticos, que, ainda que custem caro, são usados por um curto período de tempo", disse Felipe Carvalho, especialista em acesso da MSF.

Por mais complexa que seja a cadeia de produção de medicamentos, é inegável que fabricá-los é um bom negócio.

A indústria farmacêutica está entre as 10 mais lucrativas do mundo, com uma margem de lucro de 22,78%, já descontado o pagamento de impostos, de acordo com a pesquisa da revista Forbes no ano passado.

Para se ter uma ideia do que isso significa, a média das margens das indústrias em geral seria de 10,32%, segundo a revista.

"O governo geralmente paga as pesquisas básicas e a maior parte daqueles que oferecem mais riscos. Então, acaba tipicamente garantindo o monopólio na forma de patentes. No final das contas, ainda paga pela droga a partir dos seus sistemas de saúde. Então, onde está o livre mercado?", afirma à BBC Brasil, o professor de Economia da Universidade de Massachussets, Lawrence King.

Ele afirma, ainda, que as empresas definem preços quase sem concorrência, determinando os rumos do mercado.

Para ele, a concentração deste mercado imenso se justifica pelo poder cada vez maior das corporações, sobretudo pela falta da aplicação das leis antitruste a partir da década de 1980. "E a maneira como isso se intensificou nos anos 2000 aumentou de forma dramática os monopólios", explica.

Isso não quer dizer, contudo, segundo King, que as empresas sejam necessariamente "vilãs" ou que atuem de maneira imoral. A questão é a estrutura atual de incentivos, diz ele. Os lucros na casa dos bilhões que obtêm anualmente não se devem apenas à produção de medicamentos, por mais caro que custem, ou por mais necessários que sejam. A maior parte dessas companhias recorre a expedientes legais para maximizar o valor das suas ações em bolsa.

Estudos defendem que as estratégias de fusão e aquisição das farmacêuticas amplia seus custos de desenvolvimento e faz com que o público acabe pagando bem mais caro pelos medicamentos

Estratégias de mercado

King é coautor do estudo "Apostando na hepatite C: como a especulação financeira no desenvolvimento de drogas influencia o acesso a medicamentos", publicado quando ainda era professor de Sociologia e Política Econômica da Universidade Cambridge.

O texto foi a base da tese de doutorado de seu ex-aluno Victor Roy, que hoje é médico no Boston Medical Centre, onde atende 200 pacientes com covid-19, sendo 50 em estado grave na UTI.

Ambos defendem que as estratégias de fusão e aquisição das empresas farmacêuticas ampliam seus custos de desenvolvimento e fazem com que o público acabe pagando bem mais caro pelos medicamentos.

Roy não desmerece os esforços das empresas, mas afirma que existe uma espécie de "parasitismo" na cadeia produtiva. Ele conta que muitas grandes empresas compram pequenos laboratórios ou start-ups quando percebem que há projetos promissores e altamente rentáveis, como foi o caso do sofosbuvir, antiviral contra a hepatite C, considerado um marco no mercado, pelo poder de cura de 90%.

O princípio ativo foi criado por uma start-up, que estimou seus custos em US$ 200 milhões. A pequena empresa foi comprada pela americana Gilead, em 2011, quando o produto estava nas fases finais de teste, por nada menos que US$ 11 bilhões, diante da promessa de faturamento de US$ 20 bilhões nos anos seguintes.

"Essas empresas também têm o poder de acelerar a fase final dos testes de obter a aprovação mais rápida do FDA", conta Roy, referindo-se à agência reguladora do setor nos EUA.

A Novartis afirma que vendeu seus negócios relacionados a vacinas ainda em 2015, e que abandonou a pesquisa antibacterial e antiviral em 2018.

"Embora a ciência para esses programas seja atraente, decidimos priorizar nossos recursos em outras áreas em que acreditamos estar melhor posicionados para desenvolver medicamentos inovadores que terão impacto positivo para os pacientes", diz a assessoria de imprensa.

A empresa também diz que seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento no ano passado foram de US$ 9,4 bilhões ou 19,8% das vendas líquidas. E afirma que está "constantemente reavaliando esses planos" de acordo com as demandas não atendidas em populações com menos acesso. "Nosso objetivo é disponibilizar nossos produtos em países com o maior peso da doença a ser tratada", afirma a assessoria.

A companhia diz ainda que busca meios de expandir o uso clínico de medicamentos existes para novas indicações e populações, como é o caso da hidroxicloroquina, neste momento, que tem sido testada para uso em pacientes com a covid-19.

Eles ainda mencionam seu "compromisso para reduzir o fardo das doenças infecciosas e tropicais", destacando o Novartis Institute for Tropical Diseases (NITD), dedicado à busca de novos remédios para doenças negligenciadas. "E continuamos avançando em relação a várias doenças infecciosas como a malária, doença do sono na África, leishmaniose e doença de Chagas", informa.

Sobre o preço dos seus medicamentos, a empresa destaca levar em conta estratégias para que sejam acessíveis e tragam soluções inovadoras para gerir uma doença.

Para isso, "nos esforçamos para levar em conta níveis de renda, barreiras locais a remédios mais acessíveis e realidades econômicas, enquanto mantemos a sustentabilidade do nosso negócio". A empresa ainda explica que criou marcas locais para muitas terapias inovadoras em países em desenvolvimento para garantir que sejam mais acessíveis.

Pfizer pondera que, em meio a uma pandemia como esta, somente as grandes empresas, com operações globais, têm a capacidade de reagir depress (Foto: Getty Images via BBC News)
Pfizer pondera que, em meio a uma pandemia como esta, somente as grandes empresas, com operações globais, têm a capacidade de reagir depress (Foto: Getty Images via BBC News)
A britânica GlaxoSmithKline afirma que calcula os preços do seus medicamentos e vacinas para que sejam acessíveis a todos aquele que precisam, com base na realidade dos países e dos pacientes.

A empresa destaca que fato de estar no topo do ranking Índice de Acesso a Medicamentos (ATMI, na sigla em inglês) desde 2008 reflete a força do seu compromisso global de longo prazo com a melhora do acesso a saúde. E afirma ter políticas inovadoras para determinar seus preços em países em desenvolvimento, e em nações de menos desenvolvidas, de baixa renda, para quem abre mão das patentes dos medicamentos.

A Pfizer pondera que, em meio a uma pandemia como a atual, somente as grandes empresas, com operações globais, têm a capacidade de reagir depressa. "Podemos ser flexíveis", disse o porta-voz da companhia, Andrew Widger. Isso significa produzir em muito mais quantidade e remanejar estoques entre as 40 fábricas da empresa pelo mundo dos medicamentos mais demandados para lidar com a covid-19.

A Pfizer já identificou 70 produtos necessários, sobretudo para lidar com pacientes em UTIs. Entre eles estão antivirais, vacinas (para prevenir outras doenças neste momento) e remédios que podem ser usados para auxiliar no tratamento.

"A escala de produção que podemos ter ajuda", diz Widger. Segundo ele, a companhia está em constantes conversas com governo e autoridades do mundo inteiro. A produção de alguns itens já está 150% maior. Ele lembra que um medicamento novo leva de 12 a 15 anos para ser produzido.

A resposta para a covid-19 tem sido rápida, mas ainda assim, segundo ele, trata-se de uma doença identificada há seis meses. "E produzir medicamentos leva tempo, muitos investimentos e estamos lidando com a vida das pessoas. É preciso que funcione e seja seguro."

King afirma existem centenas de tipo de coronavírus e que pelo menos dois deles são extremamente perigosos (o SARS e o MERS). Só isso já justificaria que pesquisas básicas estivessem sendo feitas há mais tempo.

Se houvesse um repertório relevante de pesquisas em andamento, segundo ele, seria muito mais fácil desenvolver uma vacina agora. "Assim, não precisariam partir do zero. Isso nos leva de volta ao mesmo problema: não há incentivos para desenvolver vacinas ou essas drogas até que haja um surto, e aí todo mundo vai tentar correr atrás", diz o professor. "Qualquer custo para esse programa sairia barato do que as consequências econômicas que estamos enfrentando agora", decreta.

"O problema é a racionalidade de curto e longo prazo. E, para as empresas privadas, especialmente nos Estados Unidos, a preocupação está apenas nos preços das suas ações na bolsa. O grande negócio é apostar nos aumentos de curto prazo, na recompra das próprias ações e da distribuição de dividendos. Isso é absolutamente oposto do precisamos para estar protegidos", afirma King.

Uma das conclusões do relatório "Revisão sobre a Resistência Antimicrobiana" coordenado pelo economista Jim O'Neill, em 2016 era a de que, a falta de investimentos para resolver a questão de os antibióticos já não surtiam efeitos sobre certas bactérias, custaria ao Planeta 10 milhões de vidas por ano a partir de 2050 em função de infecções (e da falta de antibióticos para lidar com elas) e causaria um prejuízo de US$ 100 trilhões à economia global.

A Roche afirma que só se pode combater a resistência de bactérias à antibióticos de maneira bem sucedida se um grande número de diferentes medidas for tomado de maneira coordenada

O documento defende 29 intervenções que custariam US$ 42 bilhões entre pesquisas e outras ações. Segundo O'Neill, o valor era menos do que o que as três maiores companhias farmacêuticas haviam gasto recomprando suas próprias ações ao longo de uma década.

O estudo foi encomendado ao economista, que hoje é presidente de Chatham House, um dos think tanks mais importantes da Europa, pelo então primeiro-ministro britânico David Cameron.

A Roche afirma que só se pode combater a resistência de bactérias à antibióticos de maneira bem sucedida se um grande número de diferentes medidas for tomado de maneira coordenada.

"E se a indústria, a ciência, as instituições de saúde, governos, autoridades reguladoras e contribuintes trabalharem muito de perto", afirma por meio de sua assessoria de imprensa. A empresa destaca que investiu cerca de US$ 12 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no ano passado, o que significa um aumento de 6% em relação a 2018.

"É um dos maiores volumes de investimento em R&D (research and development) de toda a indústria farmacêutica. A Roche é um dos 10 maiores investidores do setor", diz. A empresa, porém, nunca investiu em vacinas. Mas garante que intensificou de maneira significativa os esforços no campo dos antibióticos nos anos recentes. "Lançamos uma alguns exames de diagnóstico que podem identificar bactérias em um curto espaço de tempo, o que permite consequentemente um tratamento mais específico."

Consórcio específico
Para King, a solução mais fácil seria os países riscos criarem uma espécie de consórcio, com um fundo para investir na criação de medicamentos cruciais sem patentes. "Sairia muito mais barato para eles, bem mais do que se resolvessem fazer individualmente", defende.

Mas o professor acredita que iniciativa semelhante ainda não existe por duas razões. A primeira é que o lobby das empresas farmacêuticas é grande. A segunda é que, de alguma forma, o formato das democracias não estimula ações como esta.

"Os benefícios não vão acontecer no mesmo ciclo político. Eu posso usar os meus recursos e isso é bom para a saúde púbica, mas o retorno será para talvez daqui a 10 amos, quando já não estarei mais nessa cadeira. Vou gastar dinheiro para resolver problemas futuro que não vão me ajudar a ser eleito em quatro anos. É melhor investir em algo que garanta minha eleição", explicou.

Em um contexto de pandemia como o atual, fica difícil enxergar a linha tênue que separa a economia da política, o que ficou ainda mais claro pela intervenção dos Estados com pacotes multibilionário de ajuda financeira para conter os efeitos dramáticos da covid-19 sobre as suas economias.

Para o professor da Universidade de Massachussets, mesmo os economistas da corrente dominante parecem ter esquecido o que já era sabido nos anos 1950 e 1960: mercados privados não lidam bem com sistema de saúde e medicamentos.

"É interessante ler a imprensa, quando discute sistema de saúde, e quando você vê as notas dos investidores. Eles falam abertamente: não faz sentido curar a doença, porque ela acaba com o seu mercado."

Para Roy, a maneira como os diferentes governos vão lidar com novo coronavírus — e outras futuras doenças —, a produção de medicamentos e vacinas daqui por diante, além da redução da dependência do monopólio das grandes empresas, vai depender das lideranças do futuro.

Enquanto países destacam "estratégias de guerra", como têm sido apresentadas pelas autoridades, para lidar com a economia, ele não vê os mesmos esforços de guerra para enfrentar a crise da saúde. Segundo o especialista, os governos deveriam investir no setor da mesma maneira que o fazem para a defesa.

"Ninguém ajuda a financiar as pesquisas de um novo modelo de caça para pagar duas vezes o preço dele lá na frente. É tudo negociado". afirma.

Os países, destaca o médico, estão sempre se preparando para ameaças de guerra, fazem exercícios militares conjuntos ou individuais. "Por que não agir da mesma maneira para enfrentar novas ameaças de novos vírus, ou futuras pandemias?", destaca.

Ele defende que deveria haver uma espécie de Nasa da biotecnologia para vacinas. "É do que precisamos hoje. Não podemos empurrar para frente as nossas mesmas vulnerabilidades ou piores", diz. "É tudo uma questão de escolhas políticas", reitera.

A Merck&Co (ou MSD, como é mais conhecida fora dos Estados Unidos e da América do Norte), procurada, afirmou que "não participaria da reportagem desta vez. Johnson & Johnson, Abbvie, Amgen e Sanofi não responderam aos e-mails enviados pela BBC Brasil aos endereços das respectivas assessorias de imprensa fornecidos nas suas páginas na internet. .. Leia mais em epocanegocios 30/04/2020




Acordo entre Boeing e Embraer proibia desistência em caso de pandemia, mostra documento

Segundo a Boeing, acordo foi cancelado por que a Embraer não cumpriu certas condições. Empresa brasileira está recorrendo na justiça

O acordo da Boeing para comprar a unidade de jatos comerciais da Embraer por US$ 4,2 bilhões e dólares incluía uma cláusula que proibia as partes de desistir do negócio por causa de uma pandemia ou recessão global, segundo documento visto pela Reuters.

Ações da Embraer desabam após fracasso em acordo com Boeing
Enquanto o setor de aviação enfrenta a pior crise em gerações devido à pandemia do coronavírus, analistas agora dizem que o contrato deixou a Boeing numa encruzilhada uma vez que as condições financeiras pioraram globalmente, pressionando-a a encontrar uma saída diferente no negócio. A Boeing diz que desistiu porque a Embraer não cumpriu certas condições.

Potenciais quebras de acordo são frequentemente descritas em contratos como eventos adversos relevantes. Mas Boeing e Embraer fizeram uma lista no contrato assinado em janeiro de 2019, revisado pela Reuters, de 10 condições que não se qualificariam como o tipo de eventos adversos relevantes que poderiam ser um pretexto para cancelar o acordo. Uma pandemia e mudanças na economia global estavam entre elas.

Na quarta-feira, a S&P cortou o rating de crédito da Boeing para apenas um nível acima do grau especulativo. Enquanto isso, a fabricante de aviões dos EUA anunciou que demitiria 16 mil pessoas - quase o número total de empregados da Embraer - e que já havia sacado toda a sua linha de crédito e estava trabalhando numa oferta de títulos de dívida.

"Seremos uma empresa menor por um tempo", disse o presidente-executivo da Boeing, David Calhoun, na quarta-feira, após a fabricante de aviões divulgar resultados trimestrais.

Porém, apenas alguns dias antes, ao cancelar o acordo com a Embraer, a Boeing não mencionou condições adversas na empresa ou na economia. Em vez disso, afirmou que seu ex-parceiro "falhou em satisfazer uma série de condições importantes no contrato".

A Boeing não divulgou publicamente quais eram essas condições, mas fontes disseram à Reuters no fim de semana que a empresa levantou objeções sobre financiamento e questões legais.

A Embraer diz que cumpriu todas as condições e levou a Boeing à arbitragem.

O contrato diz que a Boeing poderia ter renunciado a qualquer condição não atendida pela Embraer, mas a empresa dos EUA decidiu não fazê-lo e cancelou o acordo.

Embraer e Boeing se recusaram a comentar sobre o contrato.

"A Boeing não podia sustentar esse acordo e encontrou uma forma de se livrar de sua obrigação", disse Scott Hamilton, consultor de aviação da Leeham Company. "Eles apenas tiveram que encontrar uma forma de sair do acordo e reter esses 4 bilhões".

Segundo o contrato, a Boeing assumiria a unidade de aviação comercial da Embraer, pagando 4,21 bilhões de dólares por uma fatia de 80%. Na época, a demanda por jatos estava subindo e a Embraer estava sentindo o aperto de lutar como fabricante de aviões independente contra os titãs Boeing e Airbus.

A crise do coronavírus piorou em março e a Boeing começou a discutir abertamente obter alguma assistência do governo dos EUA, enquanto se aproximava de fechar o acordo com a Embraer. Vários países haviam concedido aprovações antitruste e a Embraer havia terminado de montar sua unidade de aviação comercial, além e construir uma nova sede para após a compra pela Boeing.

Além de "epidemias ou pandemias", mudanças na economia mundial, guerras e desastres naturais também foram barrados como razões para cancelar o acordo.

O valor de mercado da Embraer caiu mais de dois terços, para um bilhão de dólares durante a crise, levando os analistas a começar a temer a possibilidade de o negócio desmoronar ou pelo menos ser renegociado.

"Normalmente, a Boeing teria reavaliado o acordo", afirmou Hamilton.

Mas o contrato proibiu a Boeing de se afastar devido a "qualquer alteração no preço de mercado" das ações da Embraer. Outras condições que não permitiriam que a Boeing se afastasse incluíam se os ratings de crédito da Embraer fossem rebaixados ou se suas previsões de receita ou lucro não se cumprissem.

Não está claro quem pediu que um contrato tão restritivo... Leia mais em epocanegocios 30/04/2020



Fusões e Aquisições - destaques da semana 20 a 26/abr/2020

Divulgadas 14 operações de Fusões e Aquisições com destaque pela imprensa na semana de 20 a 26/abr/2020.  Envolvem direta ou indiretamente empresas brasileiras de 5 setores e um investimento da ordem de R$ 1,9 bilhão.

Covid-19:  Nesta semana foi anunciada uma transação  de grande porte, acima de R$ 1,0 bilhão, possivelmente a única do mês de abril, e de acordo com o comprador as negociações já vinham há um ano e que “a maior” parte já havia sido concluída antes da entrada na quarentena. O aumento da incerteza, causada pela volatilidade dos mercados e pelas previsões contrastantes sobre o tempo necessário de isolamento social, fez diversas transações serem interrompidas temporariamente ou canceladas de vez. Há quem, no entanto, mantenha o ritmo de compras durante a pandemia. De outro lado, comentam-se também sobre às  formas mais usuais de avaliar uma empresa, seja pelo fluxo de caixa sustentado mas que as projeções de rentabilidade ficaram inconfiáveis, seja por múltiplo de Ebitda de empresa comparável, só que é discutível se o mesmo múltiplo pago num passado recente continuará fazendo sentido para o futuro próximo, sem ninguém conhecer a extensão dos impactos da crise atual. A dificuldade é que, neste momento, ninguém quer discutir preço, até para não ficar com a fama de oportunista. Pelo menos em curto e médio prazo, as negociações devem ser mais locais. O mundo pode até ter mudado definitivamente, mas continuará a ter empresas comprando umas às outras. O pôquer do M&A agora pede jogadores ainda mais frios. Concomitantemente, ao menos 500 grandes empresas brasileiras - com faturamento anual acima de R$ 500 milhões e dívidas de mais de R$ 300 milhões - terão de passar por processo de reestruturação, em decorrência da crise detonada pelo novo coronavírus. Não se descarta que, dessas 500, uma centena tenha pedidos de recuperação judicial. Os mais combalidos pela crise serão fagocitados pelos menos combalidos. Haverá um grande movimento de consolidação. Quanto aos estrangeiros, países em desenvolvimento vão sofrer mais. A desvalorização dos ativos no Brasil será maior que em outros mercados. Alguns fundos já estão procurando com interesse em olhar oportunidades de ativos baratos aqui.

ANÁLISE DA SEMANA

Principais transações





NEGÓCIOS DA SEMANA


"Market Movers" - Brasil

  • UOL vende operação de centros de dados  -  O fundo de investimentos americano Colony Capital comprou a operação de data center do UOL, conhecida como UOL Diveo, a partir da qual está montando um novo player no mercado brasileiro, a Scala Data Centers S/A.  Não foi revelado o valor do negócio. De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, o fundo avaliou os ativos adquiridos entre US$ 300 e US$ 400 milhões, algo entre R$ 1,6 bilhão e R$ 2,1 bilhões. 23/04/2020
"Market Movers” - Exterior


  • Facebook compra participação na indiana Jio Platforms por 5,25 bilhões de euros - A Jio Platforms incorpora vários serviços, incluindo a rede móvel Reliance Jio, que possui 388 milhões de assinantes e dominou seus rivais no mercado móvel na Índia desde o seu lançamento em 2016. A Reliance Industries chamou a parceria de "sem precedentes de várias maneiras" e disse que era o maior investimento minoritário por uma empresa de tecnologia em qualquer lugar do mundo e o maior investimento direto estrangeiro (IED) no setor de tecnologia na Índia. Com o investimento planejado, a Jio Platforms está avaliada em cerca de US$ 66 bilhões.  22/04/2020

HUMORES & RUMORES

M & A - VENDA

  • Liminar barra compra por Bunge de duas esmagadoras de soja no Paraná - Tanto a Imcopa quanto a Bunge contestaram a decisão que suspendeu a venda das unidades. Uma liminar prejudicou o plano da Bunge para assumir duas unidades de processamento de soja no Paraná pertencestes à empresa Imcopa, de acordo com documentos judiciais vistos pela Reuters. A decisão provisória, concedida no mês passado e ainda não divulgada, foi solicitada por duas entidades panamenhas identificadas como “terceiros interessados” nos autos do processo. A liminar suspendeu os efeitos do leilão de alienação de duas unidades produtivas da Imcopa, pelas quais a Bunge havia dado um lance de 50 milhões de reais. A oferta de 17 de fevereiro, feita no âmbito do plano de recuperação judicial da Imcopa aprovado pelos credores em 2017, também implicou a assunção, pela Bunge, de cerca de 1 bilhão de reais de dívidas relacionadas aos ativos.24/04/2020
  • Covid-19 impõe paralisação em aquisições de empresas, mas pode abrir mercado de ativos ‘estressados’ - A pandemia do novo coronavírus impôs uma parada obrigatória em grande parte das transações de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês), dada a dificuldade de estabelecer um preço para os ativos na mesa em um momento de paralisação da economia, com cerca de um terço da população mundial em isolamento social. Especialistas acreditam que, no momento, as partes que estavam em negociação antes da pandemia tentam ganhar tempo, para seguir com os planos após estabilização da economia. De outro lado, existe ainda a expectativa de que a crise comece a movimentar outros tipos de negócios, como a venda de ativos por empresas em dificuldades financeiras. 21/04/2020
  • 'Haverá apetite de investidores para infraestrutura no pós-crise', diz Montezano - O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, acredita que, passada a crise, o setor de infraestrutura ganhe mais relevância e volte a atrair o investimento. Está mantida, portanto, a agenda de privatizações, como da Eletrobras e Correios. Da mesma forma, o cronograma de venda de estatais de saneamento básico, que está em andamento nos Estados do Acre, Alagoas, Amapá e Rio de Janeiro. "Haverá, sim, apetite de investidores para infraestrutura no pós-crise", disse Montezano, acrescentando que não é possível, porém, calcular o "grau do apetite", diante da retração da riqueza no mundo. Para fazer frente aos desafios, o BNDES vai se concentrar nas ações de enfrentamento da crise. Com isso, sua atuação como credor deverá sofrer transformações, disse Montezano. A estratégia é segurar o caixa, reter liquidez, para atuar no que chamou de "segunda onda", de reconstrução da economia. Segundo ele, não está em discussão nenhum repagamento ao Tesouro Nacional. "Assim que o mercado tiver um horizonte mais claro, vamos voltar à nossa agenda", acrescentou....  19/04/2020
  • Conselho de administração da AES Tietê rejeita por unanimidade oferta da Eneva - O conselho de administração da AES Tietê rejeitou, de forma unânime, a proposta de combinação de negócios apresentada pela Eneva no início de março, conforme informou a companhia na noite deste domingo. Segundo fato relevante divulgado pela empresa, em reunião realizada neste domingo, o conselho concluiu que a proposta, classificada pela geradora como hostil, “subavalia a companhia”, e possui termos e condições “inadequados ao melhor interesse da companhia e do conjunto de seus acionistas, tendo em vista, principalmente, a incompatibilidade existente entre os negócios e as estratégias da companhia e da Eneva.” No fato relevante, a AES Tietê critica o modelo de negócios da Eneva, baseado em fontes fósseis como o gás natural e o carvão, e afirma que há uma série de incertezas e riscos relacionados às atividades da rival, por exemplo relacionados à atividade de exploração e produção (E&P) de hidrocarbonetos. 19/04/2020
  • Terra Santa Agro mira venda de áreas para reduzir dívida, diz CEO - A companhia conta com um portfólio de terras de aproximadamente 133,4 mil hectares. A Terra Santo Agro, uma das principais companhias produtoras de grãos no país, percebeu sinais de aquecimento na demanda por áreas agrícolas para a safra 2020/21 e está atenta a oportunidades de venda que contribuam para reduzir as dívidas da empresa, disse o CEO, José Humberto Prata Teodoro Júnior. "Os produtores de grãos estão mais capitalizados por causa do câmbio e interessados em aquisições... Sim, estamos atentos e podemos aproveitar o momento (para vender), e isso pode ser desde um negócio pontual até operações maiores e mais significativas que ajudam a melhorar nosso perfil de endividamento", afirmou o executivo em entrevista à Reuters. "É possível que tenhamos boas oportunidades de (negociação) de terras nos próximos meses", acrescentou o executivo, sem detalhar o que estaria em negociação. "Desde de janeiro fomos afetados pelos impactos da Covid-19 neste setor e, como não houve a entrega, ficamos sem a contrapartida, o caixa que seria gerado (com os pagamentos)", disse Teodoro. Passadas as medidas mais restritivas, as operações começam a ser retomadas "timidamente". "Eu diria que de 100% dos embarques postergados, 20% ou 30% vão acontecer nos próximos meses. O restante ficará para o segundo semestre", estimou.   20/04/2020

M & A  - COMPRA

  • Boeing desiste de comprar área de aviação comercial da Embraer - Em meio a maior crise de sua história – que envolve dois acidentes com seu principal avião e a paralisação do setor aéreo em decorrência da pandemia da covid-19 -, a Boeing anunciou que encerrou as negociações para comprar a divisão de aviação comercial da Embraer. As empresas haviam anunciado o acordo de US$ 4,2 bilhões em julho de 2018 e o fim das conversas deixa a empresa brasileira em situação delicada. A companhia americana, no entanto, responsabilizou a fabricante brasileira de aviões pela não conclusão do negócio. Em nota, a Boeing afirmou que “exerceu seu direito de rescindir (o contrato) após a Embraer não ter atendido as condições necessárias”, mas não especificou quais eram essas condições. O prazo limite para uma das partes romper o acordo era sexta-feira, 24. Os termos e condições aprovados em 17 de dezembro de 2018 definiram a criação de uma joint venture (Boeing Brasil Commercial) contemplando ativos do segmento de Aviação Comercial da Embraer e serviços relacionados (segmento de Serviços & Suporte) com 80% de participação da Boeing e 20% da Embraer. 25/04/20 
  • Pacote a grande empresa pode alcançar 10 setores, diz BNDES - Ainda segundo o presidente do banco, as primeiras operações para os setores já em discussão devem ser liquidadas ao longo do mês de maio. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, afirmou ontem, em evento virtual promovido pelo banco Itaú, que o pacote de ajuda às grandes empresas mais vulneráveis à pandemia mundial, em conjunto com um sindicato de bancos comerciais públicos e privados, pode alcançar de nove a dez setores. Hoje, as iniciativas do grupo de trabalho estão concentradas em quatro setores: elétrico, aéreo, automotivo, e varejo não alimentício.20/04/2020

PRIVATE EQUITY & VENTURE CAPITAL

  • O mundo não parou - O grupo Lorentzen criou um fundo, batizado de Helser, para investir na área da saúde. As primeiras compras de participações devem ser de um laboratório de diagnósticos e de um plano odontológico.  19/04/2020

OFERTA DE AÇÕES

  • Estapar define faixa de preço para IPO e operação pode movimentar R$ 336 mi - Faixa indicativa de preços na sua oferta pública inicial de ações foi definida entre R$ 10,50 e R$ 13,00; a companhia pretende vender 28,6 milhões de ações ordinárias. A Allpark Empreendimentos, Participações e Serviços, que opera sob a marca de estacionamentos Estapar, definiu a faixa indicativa de preços na sua oferta pública inicial de ações ( IPO, na sigla em inglês),  24/04/2020
  • Ações de empresas aéreas têm as maiores quedas de 2020 - Com suspensão de voos por conta do coronavírus, entidades do setor lideram ranking de perdas na bolsa de valores, aponta levantamento do Yubb. O setor aéreo é, hoje, o principal afetado na bolsa de valores por conta da crise instaurada pelo coronavírus. É o que aponta levantamento realizado pelo Yubb, maior buscador de investimentos do país. Em um comparativo entre os meses de janeiro a abril, o mercado aéreo está no topo das 20 ações com maiores quedas no Ibovespa. No pódio, a Azul teve uma redução de 71% na rentabilidade de seus ativos. Confira o ranking completo: “O transporte aéreo é o setor mais afetado pela crise, segundo diversos especialistas. Nos Estados Unidos, por exemplo, os voos foram suspensos da noite para o dia, impactando imediatamente as empresas envolvidas neste mercado”, explica Bernardo Pascowitch, fundador do Yubb. No ranking, também estão ações da Gol (3º lugar, -68%) e da Embraer (9º lugar, -51%). “Classificamos a Embraer neste mesmo mercado porque, apesar de não ser uma companhia aérea, é uma fabricante de aviões, cuja queda é motivada pelo cenário negativo das demais”. Outro mercado afetado diretamente com a situação aérea é o de turismo, que também aparece entre as primeiras posições do ranking. Em 4º e 5º lugar, respectivamente, estão a CVC Brasil (-67%) e a Smiles (-64%).   23/04/2020
  • Bolsas globais caem com impactos econômicos do coronavírus e queda do petróleo - Bolsas asiáticas, europeias e americanas fecharam em queda; B3 permaneceu fechada hoje devido ao feriado. As bolsas globais fecharam com perdas nesta terça-feira (21) com os impactos econômicos do coronavírus e a continuidade do movimento de queda nos preços do petróleo no mercado futuro. Em Nova York, o Dow Jones recuou 2,67%, para 23.018,88 pontos; o S&P 500 caiu 3,07%, a 2.739,56 pontos; e o Nasdaq fechou em queda de 3,48%, a 8.263,23 pontos. As empresas do setor de energia registram queda forte, e dados do setor de moradia piores do que o esperado também pesam nas negociações. Na Ásia e na Europa, as bolsas fecharam em queda generalizada. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu mais de 3%. A queda do petróleo também pesou sobre os preços das empresas de energia, mas alguns dados econômicos também foram mal recebidos pelo mercado europeu No Brasil, a B3 permaneceu fechada nesta terça em razão do feriado de Tiradentes, mas o fundo de índice (ETF) EWZ, que representa ações brasileiras na bolsa de Nova York, recuou 3,21%. 24/04/2020

TOP TRENDS

  • PIB per capita terá pior década em mais de 100 anos, diz Ibre - Projeção aponta queda anual média de 0,6% em dez anos, resultado inferior ao da década de 1980. Com essa sequência de resultados, o PIB per capita deve encerrar esta década com queda média anual de 0,6%, o pior desempenho desde a primeira década do século passado. C om a economia caminhando para mais um ano de recessão, a década atual (2011-2020) pode ser a de maior empobrecimento médio da população brasileira em mais de 100 anos, tomado como referência o Produto Interno Bruto (PIB) per capita - definido pelo quociente do valor do PIB com a população total. Cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) obtidos pelo Valor mostram que o PIB per capita deverá recuar 4,1% em 2020, impactado pelas medidas de isolamento social do novo coronavírus, para R$ 30.780. Esse valor será o menor nível da renda desde 2007 (R$ 29.778). Se confirmada a projeção para 2020, o Brasil terá registrado quatro anos de queda do indicador no período de apenas uma década. O PIB per capita brasileiro também recuou nos anos de 2014 (-0,3%), 2015 (-4,4%) e 2016 (-4,1%). Desde então, exibia uma lenta recuperação. Com essa ponderação, o levantamento mostra que o PIB per capita brasileiro cresceu nas sete primeiras décadas século 20, considerando a média anual da década. O melhor desempenho foi na década de 70, período do chamado “milagre econômico”, com avanço de 5,8%.  23/04/2020
  • Guedes diz que retomada econômica pode ser em ‘V’: ‘vamos surpreender o mundo’ - Para Guedes, o Brasil tem tomado medidas melhores ou iguais que a de outros países, inclusive países avançados. O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda, 20, que a recuperação econômica, após a crise do novo coronavírus, será em "V", com retomada tão rápida quanto a queda. "Vamos surpreender o mundo", disse o ministro, em entrevista ao vivo para o BTG Pactual, no canal do banco no YouTube. Na visão do ministro, as hipóteses do governo para os efeitos econômicos do novo coronavírus, quando ainda se pensava que o choque seria apenas no comércio exterior, se revelaram razoáveis após os primeiros dados da balança comercial. "As exportações brasileiras não caíram ainda, estão subindo. A queda das exportações para Europa, de 1%, para EUA, de 30%, e para Argentina, de 30%, foi compensada pelo aumento acelerado das exportações para China", disse o ministro. Guedes defendeu que a economia cresceu no primeiro ano do governo mesmo sendo um ano de reformas e que indústrias e o crédito privado cresciam a dois dígitos. "Economia estava crescendo na margem em 1,7% e a arrecadação crescendo 20% acima do previsto", completou. 20/04/2020
  • Fusões e Aquisições devem ser retomadas no 2S20, aponta TTR - Se espera um forte aumento no volume de negociações para acordos de Fusões e Aquisições motivadas por distressed. A segunda edição do relatório apresenta alguns dos dealmakers mais importantes do país, que descrevem o impacto imediato e futuro que uma pandemia do Covid-19 está causando nos principais setores da economia. A maior economia da América Latina teve sua parcela de incerteza na década passada, mas nenhuma crise anterior levou a tal paralisação. No entanto, a rotina se mantém entre altos e baixos e duas grandes recessões nos últimos 10 anos amenizaram a euforia que os negociadores estavam sentindo no início de 2020. “Ficamos todos muito otimistas este ano em termos de fusões e aquisições, mercado de capitais e ações ”, concordou Reinaldo Grasson, diretor de M&A e Dívida Consultiva na Deloitte em São Paulo. “As empresas estavam obtendo bons resultados, tinham forte balanços patrimoniais, a bolsa de valores estava em alta histórica. Sob todos os ângulos, foi muito, muito positivo”. Perspectivas de Fusões e Aquisições — O contato pessoal que é exigido na negociação de acordos de fusões e aquisições tornou- se impossível nas condições atuais. A dificuldade de executar negócios sem reuniões presenciais, visitas ao local e due diligence levará as fusões e aquisições para o terceiro e quarto trimestre, com negociações realmente sendo retomadas apenas no segundo semestre, disse Reinaldo Grasson, diretor de fusões e aquisições de Deloitte.  Por enquanto, a maioria das empresas estão se concentrando em seus próprios negócios em questões de liquidez, após a acentuada redução na demanda que está aumentando a cautela dos investidores, disse Grasson; "Estamos vendo clientes colocando transações em espera para ver quando a quarentena terminará e as empresas poderão voltar aos negócios.” As fusões e aquisições motivadas por distressed vão decolar uma vez que a a incerteza sobre a duração das restrições à atividade econômica diminuam. Muitas empresas estão sofrendo apesar de possuir sólidos fundamentos e planos de negócio eficazes, semelhante ao que aconteceu após o escândalo "lava jato", disse Marcos Flesch, sócio da Cescon Barrieu. 21/04/2020
  • Confiança dos empresários é a menor da história com pandemia de Covid-19, diz CNI - O Índice de Confiança do Empresário Industrial registrou queda recorde entre março e abril, de 25,8 pontos. Entre janeiro e abril o recuo foi de 30,8 pontos. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, em meio à pandemia da Covid-19, a confiança da indústria brasileira é a mais baixa da história. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) registou queda recorde de 25,8 pontos e ficou em 34,5 pontos, numa escala de 0 a 100. É o menor patamar e a maior baixa da série histórica iniciada em 2010. O índice também já havia recuado em fevereiro e março; o recuo acumulado foi de 30,8 pontos. “A queda na confiança dos empresários pode contribuir para a paralização dos investimentos, ou seja, para o agravamento da crise econômica”, avalia o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi. “Há dificuldades no fluxo de insumos, mercadorias e trabalhadores e as medidas de isolamento social e o consequente 'desaparecimento do consumidor' resultou em forte queda na receita das empresas”, explica o relatório técnico do ICEI, que também pontua a redução e o encarecimento do crédito, enquanto as despesas fixas continuam. Antes da queda de 25,8 pontos, registrada entre março e abril, o maior recuo num único mês havia sido de 5,8 pontos, em junho de 2018, como consequência da greve dos caminhoneiros. A atual redução traduz o cenário atual de queda forte contração na atividade e elevada incerteza em razão da pandemia da Covid-19. O ICEI é o resultado de dois componentes: as condições atuais e as expectativas. A queda registrada no último mês está mais relacionada com as expectativas que são negativas e geram incertezas do que com as condições atuais, que são de redução da atividade até o momento. O índice de Condições Atuais caiu 20,2 pontos, para 34,1 pontos, enquanto o índice de Expectativas, caiu 28,6 pontos, para 34,7 pontos. 18/04/2020

M&A - COVID-19 e seus impactos

  • A nova onda das fusões - Enquanto o mercado de aquisições e integrações está quase congelado, algumas empresas saem às compras. No pós-crise, o atual represamento de transações poderá resultar num boom? O mundo mudou. A frase ouvida, e sentida, por quase todos nas últimas semanas faz ainda mais sentido para quem estava em qualquer uma das pontas da mesa de negociações de alguma fusão ou aquisição logo antes da avassaladora chegada das contaminações com o novo coronavírus. O aumento da incerteza, causada pela volatilidade dos mercados e pelas previsões contrastantes sobre o tempo necessário de isolamento social, fez diversas transações serem interrompidas temporariamente ou canceladas de vez. Há quem, no entanto, mantenha o ritmo de compras durante a pandemia. Mesmo que de forma muito diferente do que fazia antes, as aquisições continuam fazendo parte da rotina de Bruno Haddad, presidente da operação brasileira da DaVita, empresa americana especializada em serviços de diálise  “A nossa expectativa é continuar com o nível de investimentos e de crescimento por este ano.” O desafio é aprender rapidamente como se adaptar aos novos processos em épocas de pandemia. Isso serve para todos os envolvidos. Não só para os negociadores das empresas, que ficam sem a possibilidade de fazer presencialmente o jogo de cena de cena de mostrar desinteresse para conseguir um acordo mais favorável, mas também para os advogados responsáveis pelos contratos e consultores especializados em fusões. José Diaz, sócio de fusões e aquisições do escritório de advocacia Demarest, diz que mudou o dia a dia. “Em vez de ficarmos cinco dias trancados numa sala com um monte de papel e sem dormir, levamos dez dias em conversas por videoconferência”, afirma. “Estamos aprendendo a ganhar mais eficiência. Trancado numa sala é mais rápido. Agora, o documento vai e volta, mas no fim chegamos no mesmo lugar.”  Por outro lado, entre os setores extremamente afetados pela crise estão a indústria, em especial, a de mineração e a petroquímica, e o setor de infraestrutura. Segundo Diaz, “também sumiu aquele dinheiro mais arriscado, para investir em startups.” Grandes processos que estavam no radar estão interrompidos e podem levar muitos meses para serem finalizados – se forem algum dia. São os casos da venda de refinarias da Petrobras  e da operadora de telefonia Oi. Também interrompeu tratativas o grupo Bloomin’ Brands, que colocou a rede de restaurantes Outback à disposição. O ativo interessava ao fundo Advent e à rede de hamburguerias Madero. A última entrou em processo de demissão de 600 pessoas e parece agora mais preocupada em atravessar a crise que expandir. Carlos Priolli, sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal, diz que o mercado está muito volátil. “Fica difícil fazer a precificação das empresas”, afirma. “E o problema é que o dono da empresa acha que ela ainda vale mais e quer vender pelo preço pré-coronavírus, e o comprador quer adquirir pelo pós-coronavírus”, observa. O impasse, então, se instala. Há duas formas mais usuais de avaliar uma empresa. Pelo fluxo de caixa sustentado, se traz a valor presente a projeção de lucro futuro – mas as projeções de rentabilidade ficaram inconfiáveis. Ou pega-se uma empresa comparável que foi negociada e se contabiliza qual foi o múltiplo de seu Ebitda, levado em consideração para definir o preço. Só que é discutível se o mesmo múltiplo pago num passado recente continuará fazendo sentido para o futuro próximo, sem ninguém conhecer a extensão dos impactos da crise atual.  Segundo Priolli, até existem fundos agressivos já de olho nos ativos mais desvalorizados. Há dinheiro no mercado para isso. “Mas eles aguardam uma visibilidade melhor das condições econômicas para voltarem ao ritmo normal”, diz. “A crise ainda é curta. Por sua intensidade, parece que ela começou há um ano, mas tem pouco mais de um mês”, destaca o executivo. Outra grande questão que prejudica as tratativas é o financiamento. Espera-se a procura por formas mais criativas para não perder valor nos negócios, como vendedores aceitando pagamentos em parcelas. Uma das mais importantes fontes de recursos para aquisições neste ano deveria vir da onda de aberturas de capital prevista para a bolsa de valores. Mais de 20 empresas programavam fazer IPO em 2020. Todas interromperam ou estão revendo essa decisão. Grande parte utilizaria o dinheiro levantado para ganhar mercado por meio de aquisições, o que, no mínimo, foi adiado. Com base no padrão das crises de 2001 e 2008, a Alvarez & Marsal prevê queda de 64% no volume de transações no Brasil, em comparação a 2019.  “Mas, quanto mais demorar para a economia reabrir, existirá mais inércia a dificultar a retomada. Ainda que ocorra um boom de transações represadas, esses negócios vão substituir processos novos que seriam realizados, porque os compradores serão os mesmos.” Empresas em recuperação judicial também podem buscar vender ativos mais rapidamente, para sobreviver. “A dificuldade é que, neste momento, ninguém quer discutir preço, até para não ficar com a fama de oportunista”, afirma Motta. Uma grande esperança para estimular o mercado, além dos ativos em desconto, é a desvalorização do real, que poderia atrair investidores estrangeiros com dólares em caixa. Mas, Priolli, da A&M, não acredita nessa alternativa: “O estrangeiro tem muito receio com o nível de volatilidade brasileira”. Por isso, pelo menos em curto e médio prazo, as negociações devem ser mais locais. “Quem está no Brasil já está mais acostumado a isso”, diz. “Existem discussões em curso em que ambos os acionistas mantêm interesse no negócio, mas agora eles estão focados em resolver os riscos de caixa.” Ou seja, com tanta instabilidade, dá para acreditar que os próximos meses serão marcados por poucos bravos investidores se juntando à DaVita e à Nutrien na contramão do congelamento do mercado de fusões e aquisições. Essa tendência, no entanto, deve ser revertida em algum momento. O mundo pode até ter mudado definitivamente, mas continuará a ter empresas comprando umas às outras. O pôquer do M&A agora pede jogadores ainda mais frios.  24/04/2020
  • "Mais de 500 grandes empresas terão reestruturação” - Para consultor à frente da reestruturação do Grupo X, de Eike Batista, e da Odebrecht, o avanço da covid-19 provocou evento 'sem precedentes' e incomparável a outras crises. À frente de 120 reestruturações corporativas e da renegociação de R$ 180 bilhões em dívidas nos últimos dez anos, Ricardo Knoepfelmacher calcula que ao menos 500 grandes empresas brasileiras - com faturamento anual acima de R$ 500 milhões e dívidas de mais de R$ 300 milhões - terão de passar por esse processo, em decorrência da crise detonada pelo novo coronavírus. Para ele, a pandemia da covid-19 é um evento "sem precedentes" e incomparável a crises anteriores, como a de 2008. "Temos hoje um choque de ausência de demanda. Setores inteiros da economia tiveram de parar durante meses", diz. Em relação aos setores mais afetados, como aviação e entretenimento, Ricardo K faz uma analogia ao que ocorreu no Brasil com a Lava Jato, quando empresas de infraestrutura e construção civil perderam de 70% a 90% de seu faturamento de uma hora para outra. "A diferença é que nós não sabemos quando vai acabar", afirma. 24/04/2020
  • Com queda das ações na Bolsa, empresas tentam se proteger de tentativas de compra de controle - Papéis desvalorizados pela crise do coronavírus favorecem ofensivas de investidores pelo comando das companhias. A crise gerada pelo coronavírus está aumentando o temor de ofertas hostis para a aquisição do controle de empresas. Com a perda de quase US$ 11,5 trilhões em valor de mercado das companhias de capital aberto no mundo desde 11 de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de coronavirus, governos e empresas dos mais diversos setores vêm criando mecanismos de defesa para aquisições indesejadas.. 21/04/2020
  • "Até com reabertura, recuperação da China é muito lenta", diz consultor - Após a queda de 6,8% no PIB no primeiro trimestre deste ano, ante o mesmo período de 2019, a China deve demorar para se recuperar - assim como ocorrerá com a maioria das economias após a pandemia da covid-19 -, segundo o americano Arthur Kroeber, fundador da consultoria Gavekal Dragonomics, especializada em China. Uma evidência disso é que hoje, seis semanas após começar a reabrir a economia, a China tem apenas 40% dos pequenos negócios operando. "A China está rodando entre 80% e 90% do nível de sua atividade normal. Voltar a 100% pode levar meses. A mensagem é que, até se você começar a reabrir a economia, a recuperação é muito lenta", afirma ele. Analistas acham que a China pode se tornar um líder global depois da crise, dado que respondeu melhor ao vírus. Concorda? Não. Na crise financeira de 2008, muita gente previu um declínio dos EUA e que, em dez anos, a China seria a líder global. Dez anos depois, os EUA continuaram sendo uma economia maior e, de longe, mais poderosos que a China. A China teve ganhos, mas foram moderados. Agora deve ocorrer algo parecido. Inicialmente, a China parece estar indo muito bem, conseguiu controlar as coisas, enquanto os EUA parecem estar no caos. O sistema americano é dinâmico e resiliente. Depois de um período confuso, ele descobre como colocar as coisas de volta aos trilhos, enquanto a China é fundamentalmente mais rígida. Mas, claro, a China deve ganhar um pouco mais de prestígio e credibilidade depois de mostrar que seu sistema é eficiente. É um ganho para a China, mas não muda a relação de poder entre os dois países.  20/04/2020

RELAÇÃO DAS TRANSAÇÕES

  • Há quem, no entanto, mantenha o ritmo de compras durante a pandemia. Mesmo que de forma muito diferente do que fazia antes, as aquisições continuam fazendo parte da rotina de Bruno Haddad, presidente da operação brasileira da DaVita, empresa americana especializada em serviços de diálise  “A nossa expectativa é continuar com o nível de investimentos e de crescimento por este ano.”Desde que a empresa comprou a sua primeira clínica no Brasil, em 2016, aproveitando a abertura do mercado de saúde para companhias estrangeiras, a DaVita foi consolidando o mercado. Em 42 meses, adquiriu 55 operações, para chegar ao porte atual de 48 clínicas e seis unidades de atendimento intra-hospitalar, além de um centro de acesso vascular. Nos primeiros 100 dias de 2020, parece até que o mundo não mudou para a empresa: foram cinco aquisições. Ao todo, o investimento foi de R$ 100 milhões em expansões, considerando também a compra de máquinas. Duas das aquisições aconteceram em mercados novos para a empresa – Natal e Goiânia –, a última delas na segunda-feira 13. “O número de clínicas avaliadas para aquisição até aumentou com a crise”, afirma Haddad. “A demanda atual gera um desafio claro para as clínicas menores, que não têm grande capacidade de investimentos, e elas reveem os seus planos de continuarem independentes.” De fato, um dos efeitos do tratamento de doentes graves da Covid-19 é o aumento do uso de máquinas de hemodiálise, por conta de falhas nos rins de diversos pacientes.  Com a necessidade de isolamento, o que mais mudou na rotina de Haddad e de sua equipe de aquisições foi a intensificação do trabalho a distância. Os processos de compras ainda levam o tempo usual, entre quatro meses a um ano, desde a auditoria prévia ao fechamento da transação. “A grande dificuldade está em estruturar uma forma de fechar aquisições a distância”, diz Haddad. Finalizada a compra, começa a fase de integração, que precisa ser feita presencialmente. Na compra da clínica de Goiânia, um pequeno grupo gestor foi deslocado de Brasília para evitar viagens aéreas. 24/04/2020
  • Startup especializada em marketing de influência adquire empresa curitibana - Com o mercado de marketing digital em constante mudança, uma das tendências que mais chama a atenção atualmente de especialistas são comunidades. Analisando este cenário, a Squid, empresa especialista em marketing de influência, anunciou hoje a aquisição da Duopana, plataforma de construção de comunidades online. O valor da transação não foi revelado e o movimento é parte de uma nova fase da Squid, que no ano passado, com o reposicionamento trouxe foco justamente para esse tipo de estratégia. Além de novas funcionalidades para os influenciadores engajarem suas audiências, a plataforma traz um ambiente que também poderá ser explorado por empresas, engajarem clientes e colaboradores para compartilhar conhecimento por texto, vídeos e até mesmo criando cursos. 24/04/2020
  • UOL vende operação de centros de dados por mais de R$ 1,5 bi - Fundo Digital Colony faz aquisição de olho na demanda por infraestrutura digital. O valor da operação não foi revelado, mas executivos com conhecimento do mercado consultados pelo Valor estimam que o negócio seja superior a R$ 1,5 bilhão.O fundo de investimentos americano Colony Capital comprou a operação de data center do UOL, conhecida como UOL Diveo, a partir da qual está montando um novo player no mercado brasileiro, a Scala Data Centers S/A.  Não foi revelado o valor do negócio. De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, o fundo avaliou os ativos adquiridos entre US$ 300 e US$ 400 milhões, algo entre R$ 1,6 bilhão e R$ 2,1 bilhões, com o dólar em R$ 5,46. Quase uma década atrás, no final de 2010, a UOL comprou a americana Diveo por R$ 693,5 milhões, o equivalente a cerca de US$ 412 milhões, em um ano no qual o dólar chegou a bater na hoje inacreditável quantia de R$ 1,68. Ganzi também revelou que as negociações já vinham há um ano e que “a maior” parte já havia sido concluída antes da entrada na quarentena (certamente, o coronavírus não deve ter prejudicado muito o comprador, num momento em que o Grupo Folha precisa de capital). "A estratégia de investimentos da Scala na América Latina é bastante agressiva e seus data centers de qualidade viabilizarão a chegada da nova geração de conectividade e mobilidade na região", afirma Peigo. A Digital Colony, braço de investimentos digitais da Colony, tem muita bala na agulha. No ano passado, a empresa gastou US$ 14,3 bilhões para levar a rede de fibra ótica da Zayo Group Holdings, presente nos Estados Unidos e Europa. 23/04/2020
  • Vinci Energies adquire a Planus Informática e Tecnologia - A VINCI Energies adquiriu a empresa brasileira Planus Informática e Tecnologia , que se dedica a soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação, localizada em São Paulo. Fundada em 1987 por Marcos Ierizzo, a empresa conta com mais de 200 colaboradores e opera no país inteiro, com unidades em três cidades. A Planus Informática e Tecnologia entrega soluções em TI B2B personalizadas, integradas e flexíveis. Em 2019, a receita gerada foi de 110 milhões de reais em quatro segmentos principais: Redes Corporativas, Suporte, Gerenciamento de Impressoras e Dispositivos e Soluções em Nuvem.  24/04/2020
  • Pomartec capta R$ 687 mil - Em rodada na CapTable, startup voltada à fruticultura contou com aporte institucional do Badesul. A Pomartec, startup voltada à fruticultura de precisão, captou R$ 687 mil em investimentos na rodada aberta na CapTable, operação de equity crowdfunding da Startse.Até agora, foram mais de 300 investidores com valores a partir de 500 reais, além de um investimento institucional do Badesul, agência de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio Grande do Sul. A organização fez um aporte de R$ 99 mil no que parece ser o primeiro investimento feito por um banco de fomento por meio de uma plataforma de crowdfunding no Brasil.  23/04/2020
  • Empresa nacional de medicina é vendida e gera retorno de seis vezes para o Criatec - O Fundo Criatec anunciou a venda do Grupo RPH para a Ygeia Medical. O Grupo RPH, vanguardista no mercado de medicina nuclear no Brasil, entrega soluções completas para médicos, clínicas e hospitais, através de suas diferentes unidades de negócio. A planta fabril localizada em Porto Alegre, produz e comercializa Kits Liofilizados. Estes são “ligados” a elementos radioativos (radioisótopos) nos Serviços de Medicina Nuclear, formando um radiofármaco final. A tecnologia é usada em exames de imagem e tratamentos em Medicina Nuclear. 22/04/2020
  • Empresa de Curitiba compra startup do segmento de previdência e estima crescer 55% - A empresa de tecnologia Gateware anunciou a aquisição da Bexpo, companhia especializada em soluções de inovação voltada para a área da Previdência Social. A transação colaborará para aumentar a cartela de clientes da Gateware em 50% e impulsionar o crescimento da empresa, previsto para 55% este ano. Atualmente, possui atuação em três estados do Brasil e também na Argentina. Com a compra, a Bexpo será incorporada pela Gateware. O principal produto da Bexpo é o aplicativo LivID, que permite que os idosos possam fazer a prova de vida de maneira totalmente digital, por meio de dispositivos móveis, para a obtenção de pagamentos de aposentadorias ou de pensão. A solução inclui tecnologias de inteligência artificial, reconhecimento facial e serviços antifraude. Atualmente fundações privadas de aposentadoria em diversos estados do Brasil já utilizam a solução.20/04/2020
  • Mobbuy e Infocards unem operações e expandem oferta de serviços - A Mobbuy, plataforma de pagamentos móveis baseada em smartphones, acaba de anunciar sua fusão com a área de processamento de subadquirentes da Infocards. Com a fusão, nasce uma nova Mobbuy, agora com capacidade de atender o mercado desde a captura de transações até o processamento de pagamentos, atendendo seus clientes com mais rapidez e segurança. Na verdade, a Mobbuy está se fundindo com a parte da Infocards – sistema de subadquirência – que permaneceu com o Marco Antonio José, ex-sócio e fundador da Infocards. Parte da Infocards – a área de cartões Private Label, já havia sido adquirida pela DMCard no final do ano passado. De acordo com os sócios da nova empresa, Luciano Barbezani e Marco Antonio José, as soluções das duas companhias são complementares, o que deve ampliar a atuação da companhia, que continuará se chamando Mobbuy.Com 11 clientes, a Mobbuy espera chegar a 60 clientes nos próximos cinco anos, atingindo um faturamento de R$ 12 milhões/ano e atendendo cerca de 12 mil estabelecimentos comerciais em todo o Brasil. 20/04/2020
  • Bahema adquire Escola Viva por R$ 50 milhões - O grupo educacional Bahema (BAHI3) informou na última sexta-feira (17) que fechou um acordo de aquisição da Escola Viva pelo valor de R$ 50 milhões, entre dívidas bancárias e passivos fiscais. A Bahema exerceu a opção de compra de 100% das ações da empresa. Com a transação, a Escola Viva, localizada na Vila Olímpia e com aproximadamente 830 alunos do ensino Infantil até o ensino médio, passará a integrar o Critique, grupo de escolas que reúne as instituições com metodologia de estímulo do pensamento crítico e da autonomia. A companhia submeterá a operação à ratificação dos acionistas na próxima Assembleia Geral Extraordinária (AGE), marcada para acontecer até abril de 2021. A Bahema exerceu a opção de compra de 100% das ações da Escola Viva, que passará a integrar o Critique  20/04/2020
  • JHSF compra fatias de Alexandre Accioly nos restaurantes Fasano do Rio -  A JHSF (JHSF3) parece ter encerrado uma briga societária que atrapalhava o bom andamento dos restaurantes do Fasano no Rio de Janeiro. Segundo um comunicado enviado ao mercado na noite desta sexta-feira (17), a empresa acertou a compra das participações que o empresário Alexandre Accioly possui no Gero (40%) e no Marea (30%). A participação societária da AALU Participações, holding de Accioly, na São Sebastião do Rio de Janeiro Administração de Restaurantes também foi adquirida. 18/04/2020

RELATÓRIOS - DESTAQUES DA SEMANA


QUEM, O QUÊ, QUANDO, QUANTO, COMO e POR QUÊ
 A pesquisa FUSÕES E AQUISIÇÕES - DESTAQUES DA SEMANA tem o propósito de captar o “clima” do mercado das operações de Fusões e Aquisições bem como sinalizar suas principais tendências. Trata-se da compilacão semanal das notícias visando tornar mais acessíveis e conhecidos os negócios de fusão, aquisição e venda realizados entre empresas com atuação no Brasil. Todas as informações sobre os negócios citados no presente relatório são obtidos a partir de notícias publicadas pela imprensa e divulgadas no “estado" pelo blog FUSOESAQUISICOES.BLOGSPOT http://fusoesaquisicoes.blogspot.com, não sendo feita qualquer verificação quanto à sua veracidade, precisão ou integridade do conteúdo. Sempre que possível, serão mencionados os nomes dos compradores – investidor estratégico ou fundos de private equity, dos vendedores, a tese de investimento e principais “value drivers”, o valor da transação, forma de pagamento, múltiplos praticados (Valor da Empresa/EBITDA, Valor da Empresa/Receita) etc. Muitas vezes a notícia não é clara a respeito dos valores/forma de pagamentos e respectivos múltiplos. É bem-vinda toda e qualquer contribuição para tornar as informações mais precisas e transparentes. Caso o conteúdo estiver em desacordo, nos contate que estaremos retirando o mesmo ou corrigindo a respectiva  informação. Blog FUSÕES & AQUISIÇÕES



Grupo Esser, de sobrinhos de Elie Horn, pede recuperação judicial

Dois dias depois de a construtora carioca João Fortes entrar com pedido de recuperação judicial, mais uma do setor sucumbiu diante da crise do coronavírus. A paulista Esser também decidiu recorrer ao instrumento para renegociar suas dívidas, que somam R$ 590 milhões.

A Esser tem entre seus sócios os irmãos Alain e Raphael Horn, sobrinhos de Elie Horn, fundador e controlador da Cyrela, uma das mais tradicionais construtoras do País. A crise da Esser começou bem antes da chegada do covid-19, mas a atual crise foi o golpe final para problemas que emergiram principalmente entre 2013 e 2017, quando ocorreram paralisações de obras e falta de pagamento a fornecedores e bancos.

Distratos. No pedido de recuperação judicial, a construtora disse ter sido duramente afetada por uma avalanche de distratos no período, apoiados em decisões judiciais que estimularam, segundo a companhia, especulação imobiliária. Isto é: compradores de apartamentos na planta teriam ficado insatisfeitos com a baixa valorização dos imóveis e resolvido desistir do negócio.... Leia mais em estadao 30/04/2020



Multinacional adquire brasileiras de genética de tilápia

A GenoMar Genetics AS anunciou a aquisição dos ativos de genética e distribuição da AquaAmérica e AquaPorto

A GenoMar Genetics AS, subsidiária integral do EW Group GmbH, anunciou a assinatura de um acordo para a aquisição dos ativos de genética e distribuição da AquaAmérica e AquaPorto, empresa brasileira independente de melhoramento genético e distribuição de tilápia, com sede em Minas Gerais.

Como parte do acordo, o programa de melhoramento e a genética da AquaAmérica se juntarão a um portfólio de importantes marcas de tilápia, incluindo GenoMar Supreme e Aquabel, que serão gerenciadas pela equipe de pesquisa e desenvolvimento da Genomar. AquaAmérica, que se tornará empresa de distribuição independente e com atividades comerciais separadas.

Alimentando a indústria brasileira de tilápia

Jorge Barbosa, CEO da AquaAmérica, concorda que a estreita associação com a GenoMar e o Grupo EW agregará grande valor à base de clientes da AquaAmérica.

 “Estou muito orgulhoso de fazer parte de uma organização com atuação mundial, como GenoMar & EW Group. Estamos ansiosos para utilizar a experiência e o conhecimento em tecnologia, produção e distribuição para oferecer gerações de tilápias com constantes melhorias genéticas aos nossos clientes”, afirmou Barbosa. “Compartilhamos com a GenoMar a visão definitiva de tornar o setor de tilápia um fornecedor sustentável e econômico para os mercados doméstico e global, onde o Brasil vem se destacando nos últimos anos como uma estrela no cenário global de tilápia. Com isso, nossa responsabilidade de fornecer segurança e qualidade para nossos clientes se torna mais importante do que nunca. A GenoMar tem os recursos, a experiência e a visão de longo prazo para cumprir isso”.

Fornecendo aos clientes produtos superiores

"Damos às boas-vindas à AquaAmérica na família GenoMar Genetics", disse Alejandro Tola Alvarez, CEO do GenoMar Genetics Group. “O programa de melhoramento, a equipe de liderança e a infraestrutura de distribuição da AquaAmérica contribuirão enormemente para nossos negócios em expansão na região. Esperamos compartilhar conhecimento, tecnologia e recursos para melhorar ainda mais a posição da AquaAmérica no Brasil e na América Latina. Enquanto falamos, um novo centro de melhoramento genético está em construção e será a nova casa genética da AquaAmérica. Isso garantirá a implementação de modernas tecnologias de melhoramento e a alocação de recursos a longo prazo. Também estaremos investindo na infraestrutura de distribuição existente para beneficiar os clientes da genética AquaAmérica. As duas empresas continuarão trabalhando para apoiar seus clientes, sem interrupções no fornecimento e nos serviços”... Leia mais em agrolink 29/04/2020



International Paper perde US$ 141 mi no trimestre com venda de ativos no Brasil

Alguns analistas esperavam lucro líquido de US$ 186 milhões

A americana International Paper registrou prejuízo de US$ 141 milhões no primeiro trimestre de 2020, ante lucro de US$ 424 milhões no mesmo período do ano anterior. O resultado foi afetado por uma baixa contábil de US$ 337 milhões relacionada à venda de seu negócio de embalagens de papelão ondulado n0 Brasil para a Klabin. .. Leia mais em valoreconomico 30/04/2020




Kroma Energia busca sócio para investir em complexo solar em Pernambuco

O empreendimento possui cerca de 80 megawatt-pico (MWp) de capacidade

O grupo nordestino Kroma Energia busca um investidor para assumir participação majoritária em um complexo de geração de energia solar que será construído no interior de Pernambuco. Chamado de São Pedro e Paulo, o empreendimento possui cerca de 80 megawatt-pico (MWp) de capacidade e venceu contrato de fornecimento de energia em leilão realizado em 2018. O investimento previsto no projeto é de R$ 150 milhões a R$200 milhões.. Leia mais em valoreconomico 30/04/2020



DOMO Invest lança fundo para investir em startups que atendem empresas

O DOMO Enterprise aportará em até 20 startups que atuam no modelo B2B. Cerca de 30% do fundo, que terá de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões, já foi captado

As startups que atendem outras empresas não costumam ser muito conhecidas do público, mas atraem um interesse crescente dos investidores. A DOMO Invest, gestora de fundos de investimento em venture capital (capital de risco), criou um fundo especialmente para investir nessas startups.

Chamado de DOMO Enteprise, esse novo veículo aportará entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões em até 20 startups.

A DOMO Invest foi criada em 2016 para investir capital de terceiros em negócios escaláveis, inovadores e tecnológicos. As soluções devem ser transversais a diversos setores -- como finanças, logística e recursos humanos.

Seus fundadores são Felipe Andrade, Gabriel Sidi, Guga Stocco, Marcello Gonçalves e Rodrigo Borges. Os sócios participaram de mais de 50 operações de investimentos ao longo dos últimos dez anos em negócios tecnológicos como Descomplica, Gympass, Hotmart, Loggi e Quero Educação. Também participaram da fundação de empresas como o comparador de preços Buscapé.

O DOMO Ventures é o primeiro fundo da gestora. O veículo é focado fazer aportes semente em startups que acreditam na mudança de comportamento do consumidor e atendem diretamente essas pessoas -- um modelo conhecido como B2C.

Com R$ 104 milhões captados, o DOMO Ventures investiu entre R$ 2 milhões e R$ 4 milhões em 15 startups. Exemplos são negócios como Goomer, Turbi, Grão, Noverde e AgendaEdu. O capital restante é usado para acompanhar as startups em rodadas subsequentes (movimento chamado de follow on).

A DOMO Invest também é gestora de um fundo de investimento anjo financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A DOMO Invest pretende gerir o investimento anjo em 50 startups neste ano, colocando metade de cada investimento, com tíquete médio de R$ 1 milhão.

A gestora identificou no final do ano passado a oportunidade de criar um fundo focado em startups B2B. Marcello Gonçalves e Cesar Pinela são gestores do DOMO Enterprise. Gonçalves tem experiência em gestão empresarial e mercado financeiro, enquanto Pinela tem vivência como empreendedor na área de software B2B.

"Temos teses diferentes para empreendedores diferentes. As empresas B2B têm outras necessidades de caixa", afirma Gonçalves. "O B2B tem uma operação com ciclo de venda mais longo e menos desistência de clientes. Por isso, pode precisar de mais capital para se manter até a próxima captação com investidores." Para Pinela, as empresas precisam passar por um processo de transformação digital e veem as startups B2B como um caminho para tal. "Os consumidores passaram a usar aplicativos como Rappi e Uber. As empresas também procuram acessar uma tecnologia de ponta a custos menores dentro de suas organizações."

O DOMO Enterprise já captou 30% dos R$ 150 milhões a R$ 200 milhões projetados. O fundo está no processo de diligência de duas startups e pretende investir em até 20 empreendimentos. O valor médio do investimento ficará entre R$ 3 milhões e R$ 5 milhões, também na categoria de investimento semente.

Segundo Gonçalves, há uma mudança de perfil no investidor de venture capital. A DOMO Invest atendia principalmente family offices e pessoas físicas com alta renda. Mas começou a ver uma demanda maior por parte de corporações com fundos próprios de venture capital (também conhecidos como CVC).

"As empresas usam seus CVCs para investir diretamente em soluções B2B aderentes e para apostar em fundos de venture capital com teses que ajudam seus negócios, como a nossa tese de soluções transversais", diz o cogestor. O Grupo Ultra é um investidor corporativo do DOMO Enterprise. Fundações e fundos de pensão também buscam esse capital de risco para diversificar sua carteira de investimentos. Esse panorama dá uma perpspectiva melhor ainda para as startups B2B.
leia mais em revistapegn.globo 30/04/2020



29 abril 2020

Dívida das empresas mais afetadas pela pandemia soma R$ 900 bilhões

Comércio, serviços e transportes estão entre os setores mais atingidos

A dívida total das empresas mais afetadas pela pandemia de covid-19 no Brasil soma R$ 900 bilhões. Desse total, R$ 556 bilhões são dívidas com o sistema financeiro nacional, informou hoje (29) o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Paulo Souza, em entrevista coletiva, transmitida pela internet, para apresentar o Relatório de Estabilidade Financeira.

De acordo com Souza, os setores mais afetados são comércio, serviços, transporte, indústria de transformação, eletricidade e gás.

No relatório, o Banco Central divulgou uma simulação do impacto econômico gerado pela pandemia de covid-19. O BC selecionou 1,6 milhão de empresas (1,5 milhão dos setores mais afetados e 100 mil fornecedores) e 9,9 milhões de empregados (7,5 milhões das empresas afetadas diretamente e 2,4 milhões dos fornecedores). Na simulação, o BC considera que essas empresas entrariam em default (quando a empresa não consegue pagar os seus credores).

O resultado da simulação, chamado de teste de estresse, mostra que seria necessário aumento de R$ 395 bilhões em provisão (reservas para casos de perdas) dos bancos, devido à quebra das empresas. Desse total, R$ 207,3 bilhões seriam das empresas mais afetadas; R$ 48,1 bilhões dos empregados diretos; R$ 96,5 bilhões da cadeia de fornecedores; R$ 23,1 dos empregados dos fornecedores; R$ 8,9 bilhões referentes a reclassificação de risco de empresas afetadas, mas que não entrariam em default; e R$ 11,1 bilhões de contágio interfinanceiro.

“Devido ao volume de provisões que seriam necessárias, a capacidade de o sistema gerar novos créditos e sustentar o crescimento da economia ficaria temporariamente comprometida”, diz o relatório.

“Seria o impacto mais severo, dependendo da duração da pandemia”, disse Paulo Souza. Ele acrescentou que, com esse impacto, para o sistema financeiro voltar a se enquadrar no nível regulatório mínimo, seriam necessários R$ 70 bilhões, o que corresponde a 7,2% do patrimônio de referência (PR) do Sistema Financeiro Nacional. Segundo o relatório, considerando a rentabilidade em períodos de crises anteriores, seriam necessários três anos para o sistema recompor sua atual capacidade.

“Para se ter uma ideia, no estudo realizado em 2015 sobre os setores envolvidos na Lava Jato esse impacto era de R$ 3,4 bilhões, representava 0,4% do PR. De qualquer forma, o sistema financeiro mostra-se capaz de absorver esse impacto com os resultados que vão ser auferidos futuramente”, disse o diretor do BC.

Souza destacou que, na época da operação Lava Jato, as empresas envolvidas eram acusadas de crimes relacionados à corrupção, com risco de imagem. “Tanto o governo quanto o sistema financeiro não tinham como prestar auxílio naquele período. No caso específico [da pandemia de covid-19], os efeitos estão sendo causados por fatores que não estão relacionados à gestão das empresas. É um caso sanitário, de saúde. E tanto o sistema financeiro quanto o governo têm todo interesse em contribuir na solução. Portanto, a gente espera que esse impacto sejaer muito inferior ao cenário de estresse apresentado, mas temos que estar preparados”, afirmou... Leia mais em epocanegocios 29/04/2020





29 abril 2020



As fusões e aquisições mundiais em abril caem para a mínima de 18 anos

Fusões e aquisições  em todo o mundo caíram em abril para o nível mais baixo desde setembro de 2002, de acordo com dados da Refinitiv, de monitoramento do mercado financeiro,  já que os bloqueios dificultam as negociações.

Os acordos com um valor combinado de US $ 69 bilhões anunciados globalmente em abril de 2020, indicam uma queda de 72% em relação a março e o menor valor mensal desde setembro de 2002, disse Refinitiv. A atividade acumulada no ano está no nível mais baixo em sete anos, disse Refinitiv, com US $ 789,8 bilhões em acordos anunciados globalmente durante os primeiros quatro meses de 2020, queda de 39% em relação a um ano atrás e o menor acumulado no ano nível desde 2013.

O maior impacto ocorreu na atividade transfronteiriça, com acordos no valor de apenas US $ 18,4 bilhões anunciados em abril de 2020, queda de 67% em relação a março, marcando o menor total mensal desde fevereiro de 2002. No acumulado do ano, foram anunciados negócios de US $ 231,3 bilhões, queda em um terço do ano anterior e o menor total acumulado no ano desde 2013.

Em abril, também houve uma grande queda nos mega negócios, ou transações no valor de mais de US $ 1 bilhão. Apenas nove acordos no valor de US $ 1 bilhão ou mais foram anunciados, em comparação com 56 em abril de 2019. O valor combinado dos acordos de bilhões de dólares em abril de 2020 é de US $ 27,4 bilhões, o menor valor mensal desde agosto de 2003.

"Nem uma única transação avaliada em US $ 1 bilhão ou mais foi registrada durante a semana que começou em 12 de abril de 2020, marcando o primeiro fechamento semanal desde 2004".

As fusões e aquisições na Europa foram as mais atingidas, com as fusões e aquisições envolvendo uma meta europeia totalizando US $ 6,1 bilhões em abril, caindo 91% de março para o menor total mensal desde agosto de 1992.... Mumbai Swaraj Singh Dhanjal Leia mais em livemint 29/04/2020;



A hotelaria terá de se reinventar. E a Accor está em busca da fórmula

A Covid-19 foi brutal para a economia, mas devastadora para o turismo. Patrick Mendes, CEO do grupo Accor na América do Sul, diz que a indústria mudou para sempre, novos elementos entrarão na escolha das pessoas e revela como está se preparando para a retomada

Há cinco anos, o francês Patrick Mendes comanda as operações do grupo hoteleiro Accor na América do Sul. Desde então, vinha lidando com a crise econômica no Brasil e preparando a rede para uma forte retomada.
No ano passado, vislu
mbrando 2020, dizia que, pela primeira vez, “todos os planetas estavam alinhados”. Era um sinal de que a operação cresceria e este ano prometia. Mas um “meteoro” chamado Covid-19 tirou os planetas de órbita e impactou o mercado.

“Em 10 de março, tínhamos os hotéis com uma boa taxa de ocupação, previsão de crescimento, um mar calmo”, diz Mendes ao NeoFeed. “De repente, em dez dias, tudo foi cancelado. Foi muito abrupta, muito radical a queda.”

A perda de faturamento foi de 90% e até hoje boa parte de seus hotéis estão fechados. Das mais de 300 unidades no País, 80% estão de portas cerradas. Dono de marcas como Ibis, Mercure, Sofitel, Novotel, Fairmont, Pullman, entre outras, o grupo agora está se preparando para voltar a operar diante da realidade imposta pelo novo coronavírus.

A rede, com faturamento global de 4 bilhões de euros em 2019, fechou um contrato com a consultoria Bureau Veritas para implementar rigorosos padrões sanitários que, na opinião do executivo, vão ajudar a nortear a indústria em todo o mundo.

Mendes acredita que possa reabrir seus hotéis no País entre meados e fim de maio. “O turismo de lazer só volta ao patamar de 2019 em 18 meses”, diz ele. “O corporativo vai levar dois anos”, afirma. Nesse novo cenário, o executivo também aposta que uma nova indústria está surgindo.

“Novos elementos vão entrar em jogo. As partes da sustentabilidade, da descoberta da natureza, da humanidade vão virar mais importantes”, diz ele.

Acompanhe a entrevista:

Em junho do ano passado, você disse em uma entrevista ao NeoFeed que era a primeira vez que “todos os planetas estavam alinhados” e que, depois de quatro anos de crise, a economia estava indo bem, a indústria estava melhorando. Esse novo coronavírus foi um meteoro que desalinhou os planetas?
Tínhamos organizado a nossa empresa para surfar na onda da retomada. Comunicamos os números há dois dias. Até 10 de março, a operação brasileira estava bem. Estávamos com um crescimento de 8% em relação a 2019, que tinha sido um bom ano. Realmente, os planetas estavam alinhados e teríamos um bom ano de 2020. Mas chegou esse meteoro que desalinhou os planetas.

Qual foi o impacto?
Em uma semana, a nossa indústria basicamente explodiu. Em 10 de março, tínhamos os hotéis com uma boa taxa de ocupação, previsão de crescimento, um mar calmo. De repente, em dez dias, tudo foi cancelado. Foi muito abrupta, muito radical a queda. As indústrias do turismo e das companhias aéreas foram as mais impactadas. Várias indústrias foram impactadas em quedas de 25%, 30%. A nossa foi impactada em 90%.

Noventa por cento do seu negócio desapareceu?
Exatamente. Comunicamos agora em abril dados que mostram que a América do Sul teve 46% de ocupação até o fim de março. O pior será nos meses de abril, maio e junho. Serão os mais difíceis. Em termos de queda, para a indústria de turismo, será uma queda de 95% em abril. Em maio, será uma queda de 92% e estamos prevendo alguma abertura de hotéis em junho. Temos hoje quase 400 hotéis em operação na América do Sul, sendo 330 no Brasil, e 80% estão fechados. Mais de 300 hotéis estão fechados. Os poucos que estão abertos é porque tem gente que mora ou porque são pedidos de governos para estender para hospitais. Também tem os profissionais de saúde que estão ligados no tratamento da Covid-19 e pessoas que são de outros países, que trabalham numa Air France ou American Airlines, perto dos aeroportos. Mas estão com 25% de ocupação. A amplitude dessa crise é muito violenta.

“O pior será nos meses de abril, maio e junho. Serão os mais difíceis”

O plano da Accor era chegar a 650 hotéis até 2022 na América do Sul. Era um investimento de R$ 10 bilhões. Esse plano continua?
Nosso plano é chegar a 500 hotéis em operação e 150 hotéis em construção até 2023. Nós continuamos. Em 2019, abrimos 26 hotéis. Neste ano, vamos abrir 24 hotéis. Alguns vão adiar uns quatro meses. Por enquanto não tivemos cancelamentos, tivemos construções suspensas temporariamente. Não vejo projeto cancelado por conta da Covid-19, vejo o setor de construção civil se organizando.

O que está sendo feito para organizar a empresa?
A hotelaria é um negócio de alto custo. Se a receita cai 20%, você consegue aguentar. Se cai 95%, é impossível aguentar. A primeira coisa que fizemos foi analisar o futuro, as reservas que chegariam, a queda de volume, para tomar decisões drásticas. Essa primeira parte está acabando agora. Foram três semanas muito violentas para nós, de decisões de fechar hotéis, de desligar pessoas, suspender contratos, negociar com fornecedores, de revisar os nossos acordos com clientes e distribuidores. Ou seja, um trabalho de gestão de crise.

A perda de receita é mais crítica na indústria hoteleira?
Não temos estoque. Não é como uma indústria, uma agropecuária, que você pode estocar e vender mais tarde. Cada noite perdida, cada quarto não vendido, não tem volta. Você passou um dia com 5% de ocupação, não vai recuperar, não vai revender, o custo está lá. A primeira decisão de um grupo como o nosso é ser muito rápido na gestão da crise. A segunda coisa que fizemos foi negociar com os governos. Eu fui protagonista nisso falando com governadores, ministros e entidades para sensibilizar sobre a importância da indústria do turismo e também do emprego. A indústria do turismo, bares e restaurantes emprega 10% dos brasileiros. O governo brasileiro foi rápido nas Medidas Provisórias, que permitem suspender contratos, receber subsídios do Estado e limitar os desligamentos. A terceira medida foi comunicar. Tenho passado metade do meu tempo falando com colaboradores, proprietários, franqueados, investidores. Agora estamos no fim dessa fase.

Nessa fase vocês demitiram, negociaram contrato ou reduziram salários?
Fizemos as três coisas. Depende dos proprietários dos hotéis, mas em alguns deles, a demissões chegaram entre 15% e 20% e tem outros que chegaram até mais.

“A hotelaria é um negócio de alto custo. Se a receita cai 20%, você consegue aguentar. Se cai 95%, é impossível aguentar”

Quantas pessoas trabalham na Accor?
Cerca de 550 pessoas trabalham na sede, na operadora e estamos desligando menos de 10% delas. Estamos negociando com as pessoas e os sindicatos para preparar a máquina para a retomada.

Como seria essa preparação?
A nossa estratégia é ter uma solidez para aguentar dois ou três meses difíceis e nos preparar, à frente dos outros, para uma retomada que vai ser lenta. A Accor tem uma vantagem de ser uma antiga proprietária, operadora e franqueadora. Temos os três modelos e sempre fomos cautelosos com o caixa. Temos (o grupo globalmente) 2,5 bilhões de euros em caixa e uma linha de crédito de 1,5 bilhão de euros, o que dá R$ 24 bilhões. Isso é fundamental. Não quer dizer que somos ricos, quer dizer que somos capazes de aguentar um tsunami violento durante um ano e meio ou dois anos mantendo o nosso motor vivo.

Quais são as peças desse motor?
Website, distribuição, TI, sistema contábil, venda, marcas, organização operacional. Esse é o motor de uma operadora. Quando retomar, um cliente que buscar um hotel vai procurar um que tem tudo funcionando. Tive de explicar isso para os meus colaboradores e, em vez de desligar, pedi um esforço para eles. Suspendemos os contratos de trabalho por dois meses, na maioria dos casos, e entramos com o subsídio do governo. Complementamos o salário para eles terem 70% do salário durante esse período e reduzimos a jornada de trabalho dessas pessoas. Esse foi o caminho que tomamos na sede. Nas operações, é mais difícil.

Como foi nos hotéis?
Em alguns hotéis, as demissões chegaram a 50% do quadro. No Brasil, os hotéis da Accor têm cerca de 15 mil funcionários, que são dos franqueados, dos proprietários e alguns nossos. Minha atuação junto às entidades é de negociar uma extensão da Medida Provisória porque nossa indústria não vai retomar em julho como estava antes da crise. Vai demorar mais de nove meses, no mínimo. É fundamental o governo ser responsável por isso.

Você tem falado bastante na retomada. Como ela será feita?
Estamos estudando como a pessoa vai viajar, como vai escolher. Nosso papel, como líderes da indústria, é dar um caminho, tranquilizar o turista que vai viajar amanhã. Ser melhor, não será suficiente. Controles de higiene, origem dos alimentos, processo de segurança dos funcionários, no sentido de ter máscaras, são importantes. Fizemos uma parceria com a consultoria Bureau Veritas que vai nos ajudar a definir os padrões a serem implementados nos 5 mil hotéis Accor no mundo.

Teria exemplos concretos do que seriam essas mudanças?
Limpeza do quarto terá um processo mais longo, estamos revendo a filtragem do ar nos quartos, máscaras nos funcionários, placas em todos os lados indicando a lavagem das mãos. E mais controle de todos os processos. É uma mudança importante, mas é fundamental.

Quando você acha que a indústria voltará ao patamar de 2019?
Ainda é cedo para dizer. Mas acredito que o turismo de lazer vai demorar cerca de 18 meses para voltar e o de eventos, no mínimo, dois anos. Vou te dar o exemplo do que aconteceu com a Accor na China. Lá, temos cerca de 380 hotéis Accor e 5 mil hotéis do grupo Huazhu, empresa na qual temos 10% de participação. Os primeiros casos começaram em janeiro e fechamos todos os hotéis em 1 de fevereiro. Em 15 de março, depois de um confinamento muito radical, eles começaram a ser reabertos e no fim de março estavam quase todos abertos. Depois de 15 dias, os hotéis da rede Huazhu já estavam com 45% de ocupação, agora estão com uma ocupação acima de 45% e, em maio, estão prevendo mais de 65% de ocupação.

É uma boa retomada…
É surpreendente. Mas são hotéis econômicos de US$ 25 de diária média e basicamente de negócios. Já na outra parte, dos 380 hotéis de lazer da Accor, começamos com 7% a 8% em março. Em abril, devem fechar com 25% de ocupação e, mês que vem, estamos falando de 35% a 40%. Não é tão bom, mas dá uma luz. Essas pessoas não estão viajando de avião, estão viajando de carro, para destinos mais próximos.
                                   “Essas pessoas (na China) não estão viajando de avião, estão viajando de carro, para destinos mais próximos”

Quando você acredita que seria possível reabrir os hotéis?
Poderíamos reabrir a partir de 15 de maio ou fim de maio. Mas tem de ser viável, precisa ter cliente, entre 20% a 25% de ocupação. Precisamos comunicar também que é seguro viajar e o governo também terá de comunicar sobre as belezas do Brasil, será um turismo local.

O que volta mais rápido? Turismo de lazer ou corporativo?
Vai voltar o segmento midscale e econômico, principalmente business e também pessoas que vão visitar a família e querem comodidade. Paralelamente, já estamos vendo pedidos de reservas para julho e agosto, caso do Novotel Itu (SP). As pessoas querem sair do confinamento.

Você não acha que vai ter uma mudança no perfil dos turistas? Por exemplo, muita gente tem dito que não vai gastar mais tempo pegando uma ponte aérea para uma reunião, pois fará por videoconferência. Isso não vai impactar a indústria?
Vai ter um grande impacto, vai mudar sim. Todos estão vendo que Zoom, Skype, Teams, home office, que eram coisas difíceis de aceitar em empresas tradicionais, funcionam. Especificamente no Brasil, temos uma demanda grande e temos uma oferta que é muito inferior aos padrões europeus e americanos. Na Europa, temos 14 quartos para cada 1 mil habitantes, aqui temos dois quartos para cada 1 mil habitantes. Vai ter um impacto na demanda. Mas, hoje, 75% do turismo brasileiro é doméstico.

Como a Accor deve fechar neste ano?
Estamos prevendo chegar no fim do ano a um volume de 50% a 60% do ano passado. Ou seja, uma queda de 40% em 2020. Em 2021, chegaríamos ao patamar de 2019 e, em 2022, ultrapassaríamos.

Como você define o turismo daqui para frente?
Novos elementos vão entrar em jogo. As partes da sustentabilidade, da descoberta da natureza, da humanidade vão virar mais importantes. Agora, que estamos fechados em nossas casas, estamos valorizando cada vez mais as relações humanas, o abraçar. Estamos falando com amigos que não falávamos há meses, valorizando a família como nunca valorizamos. O medo de perder alguém despertou, em cada um de nós, novas necessidades. O turismo vai ser mais responsável em termos de impacto, de carbono, ajudando o próximo, as comunidades. Vamos ter que nos reinventar para estimular pessoas. Outra coisa que vai mudar é a experiência.

De que forma?
Vai desaparecer essa viagem de um dia. Uma pessoa que viajava por um dia para uma reunião e voltava. Se amanhã ele viajar, será por mais tempo. A pessoa que vai para Santiago, por exemplo, irá menos vezes, mas vai querer ficar mais tempo, vai ficar três ou quatro dias. Você vai ter que alimentar a agenda corporativa com outras coisas. Aproveitar o lugar, descobrir o destino, um hotel que vai oferecer novas experiências.

Então o atendimento terá de ser mais caloroso?
Esse é um movimento que iniciamos há dois anos, chamamos de heartist (artistas do coração). Ter uma relação muito mais amigável, do coração, mais humana, entre o colaborador e o cliente. Isso vai se revelar cada vez mais importante. O turismo, no futuro, vai procurar isso. A hotelaria será bem menos sistemática, bem menos processual.... Leia mais em neofeed 29/04/2020