28 abril 2016

BM&FBovespa e Cetip explicam fusão aos seus investidores

A pouco menos de um mês das assembleias que deliberarão sobre a fusão de BM&FBovespa e Cetip, as diretorias das companhias começaram as reuniões com acionistas sobre a transação que criará uma gigante com o valor de mercado de mais de R$ 40 bilhões.

Os chamados roadshows, apresentações feitas pelas empresas, acontecerão no Brasil, Europa e Estados Unidos e têm como desafio convencer os acionistas de duas empresas de capital pulverizado a referendarem a operação nas assembleias marcadas para o dia 20 de maio.

"Busca-se, com a operação, criar uma empresa de infraestrutura de mercado de classe mundial, com grande importância sistêmica, preparada para competir em um mercado global cada vez mais sofisticado e desafiador, aumentando a segurança, a solidez e a eficiência do mercado brasileiro", destacam as empresas no protocolo de justificação da incorporação das ações. O documento ainda cita o ganho de eficiência e ganhos a clientes participantes de mercado, investidores e empresas que precisam de recursos para investir ou de instrumentos financeiros para administrar seus riscos.

As reuniões são mais um passo para a concretização da transação firmada entre as companhias há cerca de 15 dias, quando o Conselho de Administração da Cetip recomendou a proposta feita pela Bolsa brasileira. Após a aprovação dos acionistas será a vez do sinal verde dos três órgãos reguladores que analisam o negócio: a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central (BC) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A partir daí a integração entre as companhias poderá ser iniciada, o que poderá ficar para o ano que vem.

Pelas regras da Lei das Sociedades Anônimas (S/As), a assembleia geral extraordinária que tiver por "objeto a reforma do estatuto somente se instalará em primeira convocação com a presença de acionistas que representem dois terços, no mínimo, do capital com direito a voto". A lei diz ainda que a CVM pode "autorizar a redução do quórum previsto no caso de companhia aberta com a prioridade das ações dispersa no mercado".

Custos

A operação custará à BM&FBovespa cerca de R$ 12 bilhões, sendo que aproximadamente R$ 9 bilhões do pagamento aos acionistas da Cetip será feito em dinheiro e o restante em ações, em função da estrutura da oferta (75% em dinheiro e 25% em ações). Parte desse montante, a BM&FBovespa já levantou com a venda de sua participação integral na bolsa americana CME, que gerou um caixa em torno de US$ 1,5 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões).

Irá somar a esse montante, ainda, cerca de R$ 1 bilhão de caixa livre da Cetip. Até cinco bancos farão ainda um empréstimo-ponte de até R$ 2,5 bilhões para a bolsa, dívida que posteriormente será alongada por meio de uma emissão de debêntures ou bônus. Além disso, tais estimativas consideram que não será engatilhado o mecanismo de proteção para caso de baixa da ação da Bolsa brasileira para abaixo de R$ 12,51. Procuradas, Cetip e BM&FBovespa não comentaram. / - DCI Leia mais em portal.newsnet 28/04/2016

28 abril 2016



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