Startups tentam mudar a construção civil, ainda com baixa interação com a tecnologia digital
Um dos alvos das construtechs é acelerar etapas no canteiro da obra
Apesar da construção civil ser apontada como um dos setores de menor interação com as tecnologias digitais, o ramo já conta no Brasil com 500 construtechs – versão das startups adaptadas ao segmento. São negócios de base tecnológica, com potencial de rápido crescimento e escaláveis (são aplicáveis em múltiplas regiões, como o Uber).
Segundo o cofundador da Terracotta Ventures, Bruno Loreto, as construtechs se dividem em quatro categorias principais – de pré-obra, obra, intermediação de compra e venda de imóveis e ocupação, que são basicamente serviços.
A própria Terracotta, empresa que aproxima startups e empresas da construção para viabilizar negócios de base tecnológica, mapeou as construtechs do país com apoio da MitHub.
O levantamento detectou que as 500 construtechs se ramificam por 54 especificidades, segundo contagem da Reportagem. Uma das maiores é a de gestão de obras, que se subdivide em diário de obras, gestão de tarefas e comunicação, inspeção e monitoramento e planejamento e controle, além de internet das coisas.
Há ainda as especializadas em burocracia pública, captação de recursos, tour virtual e reformas.
Loreto afirma que um quarto das construtechs atua com obras, um ambiente inóspito e difícil ao gestor, com a tradicional sujeira dos materiais e uma mão de obra menos qualificada e com canteiro muitas vezes em locais afastados.
Muitas das construtechs, diz Loreto, também desenvolvem soluções para otimizar processos e reduzir custos e desenvolvem softwares com inteligência artificial, internet das coisas e algoritmos.
Módulos
No caso da construção, Loreto diz que as startups estimulam a industrialização do setor, com o desenvolvimento de módulos na fábrica, com posterior montagem, com o imóvel pronto algumas semanas depois.
“Quem trabalha com ciclos curtos depende de tecnologia para isso’, afirma o cofundador. “A startup desburocratiza e também acelera a obra”.
O discurso da necessidade da inovação já está disseminado entre os construtores, mas partir para a implantação das novidades tecnológica não é uma tarefa fácil.
De acordo com Loreto, há uma minoria empolgada e que adere às novidades frente a uma grande maioria que começa a acreditar após os primeiros resultados obtidos. A consolidação fica para uma terceira leva, com os construtores tradicionais que se convencem após verem muitos concorrentes com resultados no mercado.
Fundo busca oxigenar modalidade
Uma das metas da Terracotta Ventures, com escritórios em Florianópolis (SC) e São Paulo, é estruturar o primeiro fundo de construtechs da América Latina para atrair capitais.
A ideia é seguir os passos das startups de finanças (fintechs) e de agrone-gócios (agtechs), que já têm seus fundos.
Segundo o cofundador da Terracotta, Bruno Loreto, quem aporta recursos quer não só investir, mas também aprender com as inovações. O retorno financeiro é esperado para até dez anos.
Grandes empresas também investem em startups como forma de atrair a inovação para revolucionar modelos de produção consagrados durante décadas.
É o caso da Duratex, fabricante de materiais de construção que investiu na aceleração, espécie de incubadora de startups. Entre as beneficiadas esteve a Ah!Sim, que utiliza a tecnologia para agilizar e padronizar a reforma de imóveis.
Loreto, que prospecta startups até no Chile, cita como case o da InCasa, voltada a loteamentos e que permite ao comprador visualizar projetos arquitetônicos, como número de quartos e estilo da construção no lote.
Há ainda a paranaense Tecverde, que tem uma fábrica automatizada de casas de 50 m² montáveis no terreno em poucas horas e que podem ser habitadas em menos de um mês. O material é de madeira reflorestada, o que dá sustentabilidade ao negócio. A infraestrutura do terreno, inclusive fundações, fica por conta das construtoras... leia mais ema tribuna 29/12/2019
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domingo, dezembro 29, 2019
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Ruy Moura
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