05 junho 2018

Votorantim e canadenses miram expansão em energia limpa no Brasil com aquisições

Uma joint venture entre um dos maiores conglomerados brasileiros e um fundo de previdência canadense que está entre os 10 maiores do mundo planeja se tornar uma grande e relevante geradora de energia renovável no Brasil, principalmente por meio de aquisições.

A Votorantim Energia e o Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB) concluíram na semana passada um acordo para formar uma joint venture 50/50 que irá investir em energia renovável no Brasil em busca de um crescimento agressivo no setor, disse o presidente da empresa do grupo Votorantim, Fabio Zanfelice, em entrevista à Reuters nesta segunda-feira.

O negócio havia sido originalmente anunciado pelas empresas em dezembro do ano passado."Nós temos grandes ambições, e se você olhar para o tamanho dos sócios, nós queremos construir uma empresa de presença, de relevância neste mercado", afirmou o executivo.

Entre as oportunidades que a joint venture poderá avaliar estão ativos que devem ser colocados à venda pela estatal Eletrobras, segundo ele.Por enquanto, a empresa administra dois grandes parques eólicos no Nordeste, com uma capacidade combinada de geração de 565 megawatts. Zanfelice disse que a companhia avalia várias oportunidades de expansão no setor de renováveis, onde diversas empresas com dificuldades financeiras têm buscado vender ativos após o Brasil passar por sua pior recessão.

Os dois sócios têm o desejo e o capital para crescer. Nós não estamos estabelecendo alvos, estamos procurando bons negócios para entregar bons retornos para os acionistas", disse Zanfelice.

O conglomerado Votorantim já é um grande gerador de energia no Brasil, com uma capacidade instalada de cerca de 2,2 gigawatts. A empresa focava até recentemente em gerar energia para fornecer às suas subsidiárias, como a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).

Mas a decisão de entrar o mercado de energia brasileiro de uma maneira mais ampla, buscando contratos regulados de longo prazo, é mais recente, segundo Zanfelice.

Ele disse que a atual instabilidade política e financeira do Brasil não é um impedimento para o investimento canadense, acrescentando que contratos no setor de energia do país são sólidos, com retornos fixos. Os parques eólicos administrados pela joint venture, por exemplo, têm contratos de fornecimento por 20 anos. A joint venture também vê potencial no Brasil para os chamados parques híbridos, que combinarão no mesmo local capacidade eólica, solar e, no futuro próximo, de armazenamento, através de baterias.

"Adicionar painéis solares nos parques eólicos complementaria a produção, e as baterias estabilizariam a geração", disse o executivo. A solução também ofereceria ganhos de sinergia, já que as estruturas usariam um sistema único de transmissão de energia.

Esse modelo, no entanto, ainda depende de aprovações pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), segundo o executivo, que avalia que uma evolução regulatória nesse sentido não deve demorar.Por Marcelo Teixeira (Reuters) - Leia mais em dci 05/06/2018

05 junho 2018



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