24 novembro 2017

Ri Happy contrata instituições para fazer IPO

Embalada pela recuperação do varejo neste ano, a varejista de brinquedos Ri Happy desengavetou os planos para abrir o capital na bolsa de valores.

Controlada pela gestora americana de fundos de private equity Carlyle, a Ri Happy fechou a contratação dos bancos BTG Pactual, Goldman Sachs, Itaú BBA, Credit Suisse e Bradesco BBI para realizar o IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês), segundo o Valor apurou com fontes com conhecimento do assunto.

A ideia da companhia é levantar recursos novos no IPO para financiar a expansão dos negócios. Único dono da Ri Happy, o Carlyle também pretende aproveitar a oferta de ações para vender parcialmente sua participação na empresa. A varejista de brinquedos está no portfólio do Carlyle desde 2012.

A transação pode movimentar algo entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão, de acordo com projeções preliminares. Procurados pela reportagem, Ri Happy e Carlyle não comentaram o assunto.

Depois de uma acelerada abertura de lojas neste ano, a varejista de brinquedos conta hoje com 273 lojas, com as marcas PB Kids e Ri Happy Baby, além da própria Ri Happy. A estratégia da varejista é ampliar principalmente o número de unidades voltadas para bebês, um negócio com margens mais elevadas que o tradicional.

Para fazer a Ri Happy crescer, até agora o Carlyle tem usado tanto aquisições quanto a abertura de novas lojas. Em 2012, a Ri Happy adquiriu a PBKids, na época a segunda maior cadeia do segmento no país. Em 2014, o grupo comprou a Everkid, de Manaus, e, no ano passado, a rede Planeta Brinquedo, com presença nas regiões Norte e Nordeste.

A expectativa é que o IPO seja lançado só no ano que vem, já com as demonstrações financeiras fechadas de 2017. Os números a serem apresentados aos investidores, portanto, vão incluir as vendas do Natal, data relevante para o faturamento da Ri Happy. No ano passado, a varejista teve um faturamento de R$ 1,6 bilhão e um prejuízo de R$ 3,6 milhões.

Não é de agora que o Carlyle tem planos de levar a Ri Happy para a bolsa. Em 2013, a varejista divulgou que pretendia realizar um IPO em 2015, quando alcançaria uma receita bruta de R$ 2 bilhões e cerca de 300 lojas. Em meio à recessão econômica, o planejamento acabou atrasado.

Dois dos cinco bancos contratados para o IPO da Ri Happy - Goldman Sachs e Credit Suisse - participaram em fevereiro deste ano da oferta inicial de ações da maior varejista de brinquedos da Rússia, a Detsky Mir (algo como Mundo da Criança em português).

Nos Estados Unidos, varejistas de brinquedos enfrentam problemas em meio à concorrência com o comércio eletrônico. Uma das principais redes do país e com presença em outros países, a Toy 'R' Us entrou com um pedido de recuperação judicial em setembro deste ano.

Com a Ri Happy, o número de candidatas a realizar um IPO no começo do próximo ano já soma quatro companhias, o que dá indícios de um primeiro trimestre agitado para o mercado de capitais. A fila já conta que a farmacêutica Blau, com a varejista de artigos esportivos Centauro e com a Algar Telecom, que decidiu postergar seu plano de abrir o capital em 2017.   Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 24/11/2017

24 novembro 2017



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