30 novembro 2016

Linx seguirá com estratégia de aquisições em 2017, diz diretor financeiro

A companhia de software para o varejo Linx seguirá com política de aquisições no próximo ano, apoiada em um caixa de 674 milhões de reais, conforme busca crescer em segmentos como o comércio eletrônico, além de aumentar a oferta de seu portfólio de produtos.

"Alguma coisa vai acontecer...aquisições, para nós, não são eventos especiais, fazem parte do nosso dia a dia", afirmou à Reuters o vice-presidente de finanças da Linx, Dennis Herszkowicz. Ele não deu detalhes sobre os possíveis alvos de aquisição da empresa, uma das maiores produtoras de software do país e líder no segmento voltado ao varejo.

Desde 2008, quando realizou sua primeira aquisição, a Linx já comprou 22 empresas em diferentes segmentos. O anúncio mais recente foi a companhia de tecnologia voltada a postos de combustíveis Intercamp, em novembro deste ano.

Uma das áreas que a empresa está buscando aumentar a presença é no varejo online, que em 2015 foi alvo de aquisições da Linx, com a compra por cerca de 111 milhões de reais das brasileiras Neemu e Chaordic, focadas em busca e sugestão de produtos em lojas na Internet.

"Sem dúvida não temos a mesma presença que temos em loja física, mas estamos trabalhando para recuperar esse tempo", disse Herszkowicz.

Em setembro, a Linx levantou 444 milhões de reais em uma oferta primária de ações (follow on).

"Levantar recursos como levantamos agora...é um movimento constante da empresa, porque há constantemente oportunidades de aquisições que vão preenchendo essas matrizes que temos", disse Herszkowicz.

De acordo com o executivo, a expectativa da companhia em 2017 é continuar crescendo também em receita. Ele não comentou detalhes, mas disse que as previsões de analistas são adequadas e "estão dentro da realidade".

Analistas do Itaú BBA, por exemplo, preveem crescimento anual de 10 por cento em 2016 e de 12 por cento em 2017 na receita líquida da Linx. Em 2015, a receita operacional líquida da companhia subiu 21,8 por cento, para cerca de 449 milhões de reais.

Herszkowicz afirmou que a companhia também sente os efeitos da recessão econômica em seu desempenho, mas que o impacto tem sido amortecido pela busca das empresas por soluções de ganho de eficiência e produtividade, além da estratégia da empresa de cobrar assinaturas por seus produtos e focar na segmentação.

Em relação a segmentos dentro da varejo, ele disse que desde 2015 as áreas que têm apresentado melhor desempenho dentro de seu portfólio são postos de combustíveis e lojas de conveniência, fármacos e redes de fast food.

NUVEM

Acompanhando uma tendência global do setor de software, a Linx está, gradualmente, apostando também em computação em nuvem como fonte de receita. A área na empresa compreende transações de cartões de crédito e débito e franquias, por exemplo.

De acordo com Herszkowicz, em 2013, ano do IPO da companhia, a receita recorrente com produtos de computação em nuvem era de 30 por cento. No terceiro trimestre de 2016, o percentual subiu para 45 por cento.

O executivo destacou que a migração para produtos de nuvem ocorre mais rapidamente em produtos periféricos, como um sistema de Business Intelligence, que, entre outras funções coleta e monitora informações para suporte a gestão de negócio. Já ferramentas mais complexas voltadas a áreas mais críticas têm um ritmo de migração mais lento pelos clientes.

"O custo é muito mais alto e o risco é muito maior por causa da criticidade do serviço", afirmou, citando a chance de a empresa ter um sistema POS (sistema voltado para a operação do ponto de venda) na nuvem e a conexão cair, o que afetaria o processo de venda da mercadoria.  Por Paula Arend Laier e Natalia Scalzaretto  (Reuters) - Leia mais em yahoo 30/11/2016

30 novembro 2016



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