07 março 2016

Com exterior, Tigre aposta em expansão

Aos 75 anos, a fabricante de tubos, conexões e portas e janelas Tigre projeta crescimento de 5% a 15%, neste ano, em relação ao faturamento de R$ 3,36 bilhões registrado em 2015, mesmo neste cenário de retração da economia e do setor de construção civil. A expectativa de expansão baseia-se no ganho de participação de outros materiais e no aumento das vendas fora do Brasil e das exportações. Rentabilidade é prioridade para a Tigre em relação a volumes, segundo o presidente da empresa, Otto von Sothen.

No ano passado, a Tigre manteve o faturamento nominal de 2014. No Brasil, houve "queda pequena de volumes", mas ganho de participação, à medida que as reduções de vendas do mercado de materiais de construção e de PVC foram maiores, de acordo com Sothen. A Tigre elevou os preços dos produtos em março, na faixa de 10% a 12%, em decorrência dos custos pressionados pelo câmbio. "O aumento do custo teria sido brutal se não fosse a queda da resina no mercado internacional", diz.

Na avaliação do executivo, nada vai mudar na economia brasileira até 2018, mas a queda das vendas do setor de materiais de construção será menor em 2016 do que no ano passado. Ainda assim, os planos da empresa preveem crescimento neste ano. Um dos vetores é o aumento potencial das vendas de tubos de polietileno - produzidos, no Brasil, em joint venture com a americana ADS - para o setor de infraestrutura em substituição ao concreto.

Há potencial também de aumento de vendas de janelas e portas de PVC, em substituição a produtos de alumínio.

Em 2015, a Tigre deixou de produzir e vender tubos e conexões na faixa econômica, que tinham a marca Cardinali. No segmento de acessórios - assentos sanitários, torneiras e caixas de descarga -, a empresa padronizou todos os produtos como Tigre, deixando de oferecer a marca Plena. Com exceção das portas e janelas de PVC, que continuam a marca Claris, todos os produtos passaram a utilizar a principal marca da empresa. "Tigre representa robustez, engenharia bem feita. Já a Claris requer conhecimento do arquiteto", diz.

Atualmente, o segmento predial é responsável por 70% das vendas da Tigre, enquanto os demais 30% incluem irrigação, infraestrutura e indústria.

Os mercados internacionais de outros países do continente americano respondem por um pouco mais de um terço do faturamento da Tigre. Em 2015, as maiores expansões das vendas da empresa foram registradas na Colômbia, no Equador e nos Estados Unidos. Fora do país, a Tigre possui fábricas na Argentina, Bolívia, no Chile e na Colômbia, no Paraguai, Peru e Uruguai, além de centro de distribuição no Equador. Nos Estados Unidos, a empresa atua pela ADS Tigre, com produção de itens de PVC para uso residencial.

Já as exportações correspondem a menos de 5% do faturamento. Há expectativa que os embarques a partir do Brasil cresçam, neste ano, devido ao câmbio. A Tigre exporta produtos para 30 países, principalmente da África e da América Central.

A empresa tem buscado também diversificar sua atuação em segmentos da construção nos quais ainda não está presente. Para os próximos anos, a Tigre mira ainda oferecer soluções completas, por exemplo, coordenando a assistência técnica na área de condução de água. Há intenção de aumentar a oferta de serviços. "Em dez anos, a proporção entre produtos e serviços será diferente", diz Sothen.

Segmentos ligados à automação de portas e janelas, relacionados ao "conforto de ficar em casa" também estão no radar, de acordo com o executivo.

Outro ponto de atenção é a co-criação de produtos com representantes de universidades e de start-ups. "Buscamos oportunidades de conseguir receita com valor agregado, não importa a escala. Estamos mais focados nisso do que na aquisição de concorrentes", afirma o executivo.

O presidente da Tigre defende que os empresários do país se organizem e façam propostas ao governo "que beneficiem a todos e não só a setores específicos".  Jornalista: Chiara Quintão Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 07/03/2016

07 março 2016



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