A mineradora Manabi, fundada há dois anos por ex-executivos da Vale e da Samarco, anunciou nesta terça-feira detalhes de seu projeto de produção de minério de ferro em Minas Gerais orçado em R$ 6,25 bilhões.
Segundo o diretor presidente da empresa, Ricardo Antunes, parte dos recursos virá dos acionistas e parte será financiado. Entre os sócios estão, o fundo de pensão de professores de Ontário, no Canadá; o fundo soberano da Coreia do Sul, KIC; um fundo da Austrália e EUA, muito dedicado a infra-estrutura, o EIG; e um fundo americano, o South Eastern. "Todos são investidores de longo prazo, que contam com os dividendos da Manabi. Não são apenas especuladores". A Manabi, diz Antunes, está buscando também novos investidores.
Segundo uma fonte disse ao Valor, a empresa tem hoje em caixa pouco mais de 10% do valor do investimento anunciado.
No plano de negócios, 40% do investimento será de capital próprio e 60%, de bancos no Brasil e no exterior. Antunes disse a empresa já vem conversando com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que espera que a instituição se torne uma fonte relevante do financiamento do projeto.
O executivo e outros diretores da empresa assinaram na tarde de hoje com o vice-governador de Minas, Alberto Pinto Coelho (PP), um protocolo de intenções de investimento no projeto. As minas ficam nos municípios de Morro do Pilar e em Santa Maria do Itabira, na região central do Estado.
A expectativa de Antunes é que o minério de ferro comece a ser embarcado no fim de 2016. A capacidade de produção do projeto é de 31 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, das quais 25 milhões sairiam de Morro do Pilar. Este é o primeiro projeto da empresa. "Acreditamos que o mercado de minério de ferro vai continuar bastante relevante", afirmou a jornalistas após a cerimônia com autoridades mineiras. Para ele, haverá demanda, principalmente, para minério de ferro de alta concentração, disse. "O diferencial da Manabi é o alto teor de ferro 68,5%, um dos maiores do mundo",
O projeto da Manabi fica próximo ao município de Conceição do Mato Dentro, onde a Anglo American desenvolve seu maior empreendimento de minério de ferro no mundo e de onde sairá o gigantesco mineroduto, também em fase de construção, que ligará a mina até o Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Para escoar a futura produção, a Manabi planeja usar porto próprio que está sendo projetado em Linhares, no Espírito Santo, o Porto Norte Capixaba.
Morro do Pilar, onde o projeto da Manabi se concentrará, tem 3.500 habitantes. Tão pequena que nem delegacia de polícia tem. Sua economia se baseia em plantio de eucalipto, uma pequena produção de óleo de candeia, agricultura de modo geral. O maior empregador é a prefeitura.
O minério de ferro em seu subsolo nunca foi extraído como planeja a Manabi. Sua experiência mais relevante nesse assunto já faz parte dos livros de história. Há 200 anos, a primeira fundição de ferro da América do Sul era inaugurada na região de Morro do Pilar.
Para ajudar a cidade a lidar com o impacto econômico, social e ambiental que o projeto trará, Antunes fala em ajudar o município a elaborar um plano diretor. O empreendimento vai contratar mais 8 mil pessoas durante a construção, a maioria em Morro do Pilar. "Queremos que a preferência da empresa seja por mão de obra local. Mas a cidade tem um grande problema, que é um problema do Brasil, de qualificação", disse o secretário municipal de meio ambiente, Ezio Dornela, Por isso, ele espera que o projeto traga cursos de capacitação. Por Marcos de Moura e Souza | De Belo Horizonte
Fonte: Valor Econômico 27/03/2013
27 março 2013
Manabi busca mais sócios para projeto de R$ 6,25 b
quarta-feira, março 27, 2013
Infraestrutura, Investimentos, Plano de Negócio, Private Equity, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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