30 setembro 2019

A nova onda chinesa de investimentos no Brasil

A China já investiu quase US$ 60 bilhões no Brasil nos últimos dez anos, segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China; agora o foco dos asiáticos no país são as fintechs, o varejo online e as indústrias de mobilidade e celulares

No final do ano passado a Aihuishou, líder de mercado chines na revenda do iPhone, investiu US$ 3 milhões na Trocafone, empresa brasileira com operações em São Paulo e Buenos Aires. Fundada em 2014, a Trocafone comercializa mais de 35 mil celulares e tablets por mês e opera, por meio de parceiros, em mais de 2 mil lojas, além de seu site.

O investimento, como outros de empresas chinesas em empresas nacionais, sinaliza uma nova etapa do interesse dos asiáticos por startups de tecnologia, um ciclo que teve início em 2018, quando a Didi Chuxing, plataforma de transporte e mobilidade urbana, adquiriu, por US$ 600 milhões, o controle da 99, dona do segundo aplicativo de transporte mais usado do país, depois do Uber.

No total, nos últimos dez anos, o chineses investiram quase US$ 60 bilhões no Brasil, segundo levantamento do Conselho Empresarial Brasil-China; agora o foco dos asiáticos são as fintechs, o varejo online e o mercado de smartphones e celulares usados.

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Segundo Enrique Dussel Peters, coordenador-geral da Rede Acadêmica da América Latina e Caribe sobre a China, o comércio entre China e Brasil e a transferência financeira decorrente dele sustentam 1,6 milhão de empregos no país, afirmou o pesquisador em entrevista ao jornal O Globo.

A China vem construindo a imagem de nova economia digital. Parte desta estratégia é baseada no fortalecimento de sua presença global por meio de empresas de tecnologia. E o Brasil se beneficia muito deste projeto. Um exemplo disso foi a inauguração da primeira loja da fabricante de celulares Xiaomi, em junho. Com 200 produtos com preços que vão de R$ 25 a R$ 9 mil.

A Xiaomi prevê uma segunda loja no país até o final do ano e uma agressiva expansão em 2020.

Outra empresa chinesa que intensificou os seus investimentos no Brasil é a BYD,  gigante chinesa que produz painéis solares, carros, caminhões e ônibus elétricos. A empresa venceu recentemente uma licitação para a implantação do monotrilho de Salvador, cujas obras começam em outubro, segundo o governador da Bahia, Rui Costa.

Segundo Adalberto Maluf, diretor da BYD Brasil, a empresa está fazendo parcerias com outras empresas nacionais como a catarinense WEG, de motores, para o desenvolvimento de materiais e novas tecnologias.

Novo ciclo de expansão da 99
A 99, que representou a nova fase dos investimentos chineses no Brasil, por meio de startups de tecnologia, está trazendo um novo executivo da Didi para o Brasil nas próximas semanas. Mi Yang, líder de expansão da Didi para a América Latina, está baseado há 10 meses em Bogotá, na Colômbia.

Yang deve aterrissar em breve no Brasil para expandir a operação, com foco em segurança do passageiro e no desenvolvimento de um novo centro de atendimento, que funcionará 24 horas por dia. Está última informação é de O Globo.

As novas oportunidades de investimento dos chineses no Brasil, no entanto, poderão vir da velha economia, nas concessões de estradas federais e estaduais, e no setor de energia renovável.

O maior volume de recursos chineses direcionados ao Brasil vem fazendo com que mais estudantes tenham interesse em aprender o mandarim. Os universitários, em particular, veem a China como uma opção de trabalho.

E isso se reflete na maior procura pelo idioma em escolas e centros de estudos e cultura chinesa como o Instituto Confucio, parceria iniciada há quatro anos entre o Ministério da Educação da China, a Unesp e a Universidade de Hubei... Leia mais em starse 30/09/2019

30 setembro 2019



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