05 setembro 2017

Empresas do Brasil voltam a ser compradoras em fusões, aquisições

As empresas brasileiras voltaram a ser compradoras no mercado de fusões e aquisições à medida que a queda da taxa básica de juros reduz o retorno de aplicações financeiras e os escândalos corporativos forçam a venda de cobiçados ativos.

Operações em que empresas domésticas foram compradoras representam 39% do total de US$ 36,4 bilhões em fusões e aquisições no Brasil do início deste ano até 4 de setembro.

Em 2016, este percentual era de 25%, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

"Em um dado momento parecia que os chineses e os canadenses comprariam tudo, mas agora isso já mudou e alguns brasileiros compraram ativos importantes, além de outros estratégicos estrangeiros da Europa, Estados Unidos e Ásia," disse o diretor executivo do Bradesco BBI, Renato Ejnisman.

Entre as maiores operações do ano está a compra da corretora XP Investimentos pelo Itaú Unibanco, por US$ 1,8 bilhão mais uma injeção de capital de US$ 189 milhões.

Controladores do Itaú, as famílias Setubal e Moreira Salles compraram a Alpargatas por US$ 1,1 bilhão por meio de suas holdings e fundos de private equity; a Alpargatas foi vendida pela J&F Investimentos, envolvida em escândalos de corrupção.

A queda da Selic desde o fim de 2016 fez com que empresas com capital excedente precisassem buscar alternativas a simplesmente comprar títulos do Tesouro, fazendo com que muitas voltassem a olhar o mercado de fusões e aquisições.

O volume total de fusões e aquisições cresceu 73,5% este ano em comparação ao mesmo período de 2016, atingindo o maior total desde 2014.

A maior operação do ano foi a compra da Eldorado Brasil Celulose pela Paper Excellence NV, por R$ 15 bilhões.

Existem empresas multinacionais decidindo se pretendem dobrar suas apostas em relação ao Brasil ou simplesmente deixar o país, diz Alessandro Zema, responsável para área de banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil.

Para Florian Bartunek, sócio-gestor da Constellations Investimentos, à medida que as taxas de juros caem, os brasileiros tenderão mais e mais a investir na economia real e a empreender e não apenas manter os recursos aplicados em títulos do Tesouro.(Bloomberg) --  Leia mais em jornalfloripa 05/09/2017

05 setembro 2017



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