As empresas brasileiras voltaram a ser compradoras no mercado de fusões e aquisições à medida que a queda da taxa básica de juros reduz o retorno de aplicações financeiras e os escândalos corporativos forçam a venda de cobiçados ativos.
Operações em que empresas domésticas foram compradoras representam 39% do total de US$ 36,4 bilhões em fusões e aquisições no Brasil do início deste ano até 4 de setembro.
Em 2016, este percentual era de 25%, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
"Em um dado momento parecia que os chineses e os canadenses comprariam tudo, mas agora isso já mudou e alguns brasileiros compraram ativos importantes, além de outros estratégicos estrangeiros da Europa, Estados Unidos e Ásia," disse o diretor executivo do Bradesco BBI, Renato Ejnisman.
Entre as maiores operações do ano está a compra da corretora XP Investimentos pelo Itaú Unibanco, por US$ 1,8 bilhão mais uma injeção de capital de US$ 189 milhões.
Controladores do Itaú, as famílias Setubal e Moreira Salles compraram a Alpargatas por US$ 1,1 bilhão por meio de suas holdings e fundos de private equity; a Alpargatas foi vendida pela J&F Investimentos, envolvida em escândalos de corrupção.
A queda da Selic desde o fim de 2016 fez com que empresas com capital excedente precisassem buscar alternativas a simplesmente comprar títulos do Tesouro, fazendo com que muitas voltassem a olhar o mercado de fusões e aquisições.
O volume total de fusões e aquisições cresceu 73,5% este ano em comparação ao mesmo período de 2016, atingindo o maior total desde 2014.
A maior operação do ano foi a compra da Eldorado Brasil Celulose pela Paper Excellence NV, por R$ 15 bilhões.
Existem empresas multinacionais decidindo se pretendem dobrar suas apostas em relação ao Brasil ou simplesmente deixar o país, diz Alessandro Zema, responsável para área de banco de investimento do Morgan Stanley no Brasil.
Para Florian Bartunek, sócio-gestor da Constellations Investimentos, à medida que as taxas de juros caem, os brasileiros tenderão mais e mais a investir na economia real e a empreender e não apenas manter os recursos aplicados em títulos do Tesouro.(Bloomberg) -- Leia mais em jornalfloripa 05/09/2017
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