19 setembro 2017

Flytour retoma expansão e olha aquisições

A Flytour, segundo maior grupo de viagens do país, voltou a crescer este ano, depois de ver as vendas estagnadas desde 2013. O processo de fusão com a concorrente Gapnet, assinada no fim de 2015 - que consolidou a posição de vice-líder brasileira do turismo ficando atrás apenas da CVC -, foi concluído, abrindo espaço para retomar a ampliação da rede de lojas e para novas aquisições, disse o diretor financeiro da holding, Fábio Jorge Celeguim.

"A fusão com a Gapnet tornou a Flytour uma consolidadora. Temos alguns negócios na mesa que estamos analisando", afirmou o executivo. Ele citou dois segmentos em que a Flytour cogita adquirir uma empresa: intercâmbios e turismo de luxo. "São nichos com demanda crescente e que precisam de uma operação especializada."

O diretor financeiro da Flytour afirmou que a estrutura de capital do grupo é "adequada" para o momento, com recursos em caixa e baixo endividamento, sem citar dados de balanço da holding, que tem capital fechado. "Mas estamos analisando a oportunidade de acessar o mercado de dívida se precisar", afirmou, lembrando que a concorrente CVC anunciou na semana passada semana a emissão de R$ 600 milhões em debêntures. "Com a queda dos juros, vimos que temos mercado", apontou.

A Flytour projeta fechar este ano com vendas brutas de R$ 5,7 bilhões, crescimento de 11,8% ante 2016. Mas a meta para 2017 apenas recupera o patamar de faturamento que a companhia obteve em 2015 na conta pró-forma com a nova sócia - naquele ano, a Gapnet faturou R$ 1,6 bilhão, enquanto a Flytour faturou R$ 4,1 bilhões, mesmo patamar de 2013 e 2014. "O mercado atravessou uma fase muito difícil. Podemos dizer que parou de piorar, especialmente no corporativo", disse Celeguim.

A líder CVC fechou 2016 com vendas brutas de R$ 8,6 bilhões, 1,5% mais que em 2015. Cerca de 36% desse faturamento foi gerado pela consolidadora RexturAdvance, que distribui produtos e serviços aos agentes de viagens, e pela Submarino Viagens, agência on-line que a CVC comprou em 2015.

O diretor financeiro da Flytour disse que as fusões e aquisições são uma tendência no setor. Segundo ele, a união com a Gapnet permitiu corte de custos. O quadro de pessoal, por exemplo, foi reduzido de 2 mil para 1,5 mil pessoas, enquanto o número de vendas por funcionário subiu 27%. "O ganho de sinergia pelo lado dos custos já foi capturado. Agora teremos do lado da receita", afirmou.

De acordo com o executivo, a margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida) voltou a ser positiva após fechar 2016 no vermelho. "Vamos fechar 2017 com uma margem Ebtida de dois dígitos."

O grupo Flytour controla 13 empresas de sete segmentos de negócios - viagem para clientes corporativos, consolidadora, operadora de viagens, franquias, eventos, fidelidade e tecnologia. Mas levando em conta o público final, a holding depende das viagens de negócios - que representam 75% das operações. "O turismo de lazer está reagindo muito mais rapidamente.

Nossas agências de lazer estão vendendo até 45% mais [embarques este ano que ano passado]", disse Celeguim. É graças ao dinamismo no turismo de lazer que a Flytour trabalha com um cenário mais otimista para a receita líquida - a parte das vendas das operadoras de viagens que efetivamente fica no caixa da agência - que para as vendas brutas.

A expectativa da holding é elevar o ganho nesse indicador em 25%, para a casa de R$ 400 milhões. De janeiro a junho, as vendas brutas subiram 8% para R$ 2,7 bilhões, enquanto a receita líquida subiu 27%, a R$ 178 milhões.

A Flytour retomou a expansão da rede de lojas. Depois de estagnar em 90 unidades, abriu cinco unidades este ano e projeta a inaugurar mais 20 em 2018. "Vamos dobrar a verba de marketing este ano", disse o presidente da Flytour Viagens, Michael Barkoczy.

O principal evento de vendas da marca, o "Hiper Feirão de Viagens Flytour" entra este ano na terceira edição, em Santos, no litoral paulista, e ganhará nova versão, em Campinas. E a ideia é levar esse modelo a outros Estados. O executivo admite que precisa ganhar força no comércio eletrônico. "Vamos fazer isso ano que vem, mas sem abrir mão dos agentes de viagens", disse o presidente da Flytour Viagens. "Não vamos lançar nem comprar uma OTA [sigla em inglês para agência on-line de viagens]", afirmou.

O plano é lançar um portal e um aplicativo que permitam a venda on-line, mas com um agente de viagem responsável pela operação. "Abrimos mão de parte da margem, mas não temos custo de pós-venda, que fica por conta do agente de viagem", conta Barkoczy.Publicado em 19/09/2017 por Valor Online Leia mais em gsnoticias 19/09/2017


19 setembro 2017



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