A Ser Educacional pode analisar novamente uma fusão com a Estácio Participações, segundo fundador e presidente do conselho de administração
Ser Educacional: "A Ser tentou adquirir a Estácio, não foi possível, fez a impugnação no Cade", afirmou Diniz
A Ser Educacional pode analisar novamente uma fusão com a Estácio Participações, caso o acordo para a união dos negócios desta com a Kroton Educacional não seja aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), disse nesta terça-feira o fundador e presidente do conselho de administração da Ser, José Janguiê Diniz.
Ele ponderou, contudo, que a Ser aguarda decisão do Cade para discutir os cenários possíveis.
“A Ser tentou adquirir a Estácio, não foi possível, fez a impugnação no Cade”, afirmou Diniz, que também é diretor presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior (Abmes).
“Mas não podemos desconsiderar nenhuma opção”, disse em evento do setor, em São Paulo.
Diniz afirmou que, enquanto o Cade não se posiciona sobre a fusão Kroton-Estácio, a Ser deve se concentrar em expandir as operações de ensino à distância (EAD), principalmente a partir do segundo semestre, em todo o Brasil. Hoje, a empresa conta com nove pólos EAD no Nordeste.
Questionado sobre as operações que podem ser colocadas à venda se a fusão Kroton-Estácio for aprovada pelo Cade, o executivo disse que a empresa não está de olho em nenhum ativo específico neste momento.
Diniz contou ainda que, além do foco em EAD, a companhia discute em reuniões do conselho várias outras possibilidades, incluindo a entrada no segmento de educação básica, ensino técnico, corporativo e de idiomas.
A Ser Educacional divulga em 5 de maio o balanço do primeiro trimestre de 2017, que segundo o executivo deve ser positivo. “Apesar da crise, nós fizemos nosso dever de casa e esperamos resultado satisfatório”, afirmou.
FIES
Quanto ao encolhimento do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), Diniz ressaltou que o menor número de vagas ofertadas não deve comprometer os planejamentos estratégicos da Ser Educacional, que dispõe de programa próprio de financiamento, o EDUCRED.
“Já crescíamos 10 por cento seis anos atrás sem o Fies e não vamos deixar de atingir nossas metas”, disse.
Em 11 de abril, a Reuters noticiou que 98,9 mil, ou 66 por cento, das 150 mil vagas ofertadas pelo Fies para o primeiro semestre haviam sido preenchidas.
Em 2016, o Ministério de Educação (MEC) disponibilizou um total de 325 mil vagas (250 mil vagas no primeiro semestre e 75 mil vagas no segundo), das quais 203.583, ou quase 63 por cento, foram preenchidas.
Também presente no evento, o diretor-executivo da Abmes, Sólon Caldas, afirmou que o MEC ainda não sinalizou se ofertará mais vagas para o segundo semestre deste ano, mas que a expectativa é de que 20 por cento das vagas remanescentes do primeiro semestre sejam preenchidas nos próximos meses.
O setor aguarda novos anúncios do governo para o Fies até o fim do mês. Caldas ressaltou que as regras atuais do programa estão dificultando o preenchimento das vagas.
“O aluno não consegue atender os requisitos porque tem um gargalo enorme: quanto menor a renda, menor é a nota”, disse.
Por volta das 16:00, as ações da Ser subiam 0,6 por cento, cotadas a 24,59 reais, enquanto o índice de small caps, em que estão listadas, avançava 0,8 por cento. Por Gabriela Mello, da Reuters Leia mais em exame 25/04/2017
25 abril 2017
Ser pode reavaliar fusão se Cade barrar acordo Kroton-Estácio
terça-feira, abril 25, 2017
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Ruy Moura
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