A credenciadora de cartões PagSeguro, controlada pelo UOL, deu início aos preparativos para a abertura de capital na bolsa de valores, segundo o Valor apurou. O processo está sendo conduzido pelo banco de investimentos Goldman Sachs. O Valor apurou que a companhia já teve recentemente negociações com investidores estratégicos, mas as tratativas não avançaram. Procurada, a assessoria de imprensa do UOL não enviou um posicionamento até o fechamento desta edição. O Goldman Sachs disse que não comentaria o assunto.
Se o IPO se concretizar, a companhia será a segunda do setor a ter ações na B3 (antiga BM&FBovespa). A Cielo tem papéis negociados no pregão. A Rede, controlada pelo Itaú Unibanco, também já teve ações listadas, mas o banco optou, em 2012, por fechar o capital da companhia.
O PagSeguro é considerado a "joia da coroa" das operações do UOL por atuar em um mercado em rápido crescimento. A estimativa é que a receita em 2016 tenha ficado entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões, ou quase 20% dos R$ 1,9 bilhão de seu controlador. Além da empresa de pagamentos, o UOL tem negócios na área de serviços de tecnologia (UOL Diveo), publicidade, educação (ensino a distância) e uma unidade de serviços para internautas, que tem entre seus produtos o UOL Host, de hospedagem de sites. Em 2016, o UOL apresentou um lucro líquido de R$ 162,67 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 16,22 milhões um ano antes. O resultado foi elevado por uma receita com pré-pagamento de R$ 411,64 milhões, quase o dobro dos R$ 221,12 milhões de 2015.
Segundo um executivo de um fundo de investimento que preferiu não ter seu nome revelado, no último ano, o processo de venda de uma fatia do PagSeguro teve várias idas e vindas e a última rodada de conversas com fundos teria acontecido no terceiro trimestre do ano passado.
Segundo o executivo, houve divergências em relação ao valor dessa participação, o que teria inviabilizado essas negociações.
A bolsa não é um ambiente novo para o UOL. Entre 2005 e 2012, a companhia teve ações negociadas no mercado acionário local. Segundo fontes, ao longo de 2016, os sócios vinham buscando um novo investidor para o negócio, em grande parte para financiar a expansão do PagSeguro. "Eles precisam de recursos para competir com a Cielo", disse essa fonte.
Primeira empresa a trazer para o Brasil as "maquinhinhas" de pagamento com cartão de crédito, o PagSeguro pode se tornar, também, a primeira "fintech" brasileira a ir para a bolsa.
Na avaliação de Fabio Gonsalez, sócio da Clay Innovation, isso seria muito bom para o ecossistema de pagamentos e de serviços financeiros. "Temos visto muitas empresas entrando, mas poucas saídas. Se o IPO vier com uma estrutura legal, comprova que estamos indo para um modelo maduro do mercado", disse. - Valor Econômico Leia mais em portal.newsnet 25/04/2017
25 abril 2017
PagSeguro planeja oferta de ações na bolsa
terça-feira, abril 25, 2017
Compra de empresa, Investimentos, IPO, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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