Governo eleva taxa de retorno para concessões de ferrovias

Índice anterior, que era de 8,5%, passou para 10,6% ao ano, segundo a Fazenda

O Ministério da Fazenda informou nesta segunda-feira que decidiu elevar a taxa interna de retorno (TIR) de referência para os investidores interessados nos próximos leilões de concessões de ferrovias do país, de 8,5% para 10,6%.

Segundo a nota, a atualização tem o objetivo de equilibrar risco e retorno, ―tornando os ativos de
infraestrutura ferroviária no Brasil competitivos com relação a alternativas semelhantes de investimento‖.

As concessões de ferrovias estão situadas em importantes áreas agrícolas brasileiras, o que poderá elevar a competitividade do agronegócio e de outros produtos do país no futuro.

A medida ocorre depois de o governo federal já ter elevado a taxa de retorno das novas concessões de aeroportos, portos e rodovias, em julho, também em esforço para tornar o programa de concessões mais atraente ao investidor.

A Fazenda apontou que o valor de referência não equivale à taxa efetiva de retorno dos próximos leilões, que depende de características de cada concessão.

O risco não diversificável relativo ao negócio (fator beta) também foi alterado e passa a ser o mesmo das empresas do setor ferroviário dos Estados Unidos, porque, segundo o Ministério da Fazenda, o modelo ferroviário daquele país é  similar ao que pretende-se utilizar nas concessões brasileiras. O fator beta é uma medida de risco que baliza a formação do custo de capital próprio.

Para as demais variáveis, manteve-se a mesma metodologia. Os próximos trechos ferroviários a serem concedidos na segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL) envolvem:

- Ferrovia Norte-Sul entre Açailândia (MA)/Barcarena (PA) e Palmas (TO)/Anápolis(GO), com investimento estimado de R$ 7,8 bilhões;

- Trechos da mesma via entre Anápolis(GO)/Estrela D'Oeste (SP) e Estrela D'Oeste (SP)/Três Lagoas (MS), com investimento de R$ 4,9 bilhões;

- Trecho da ferrovia Lucas do Rio Verde (MT)/Miritituba (PA), com investimento de R$ 9,9 bilhões.

Procurado, o Ministério dos Transportes não soube estimar quando os leilões vão ocorrer ou estimativa de arrecadação, mas afirmou que os estudos sobre as concessões "estão prontos".POR BÁRBARA NASCIMENTO / REUTERS  Fonte O Globo Leia mais em sinicon 24/11/2015

24 novembro 2015