PDG busca sócio para recomprar fatia da HSI em projetos

A PDG Realty corre contra o tempo para tentar recomprar a participação em 17 projetos vendida, há cerca de um ano, para a Hemisfério Sul Investimentos (HSI). A companhia tem até fevereiro para exercer a opção de compra. Segundo uma fonte, no momento, a PDG busca investidor que pague o valor atualizado de cerca de R$ 200 milhões à HSI, além de desembolsar entre R$ 50 milhões e R$ 100 milhões para a incorporadora, que serão destinados a seu caixa. Há quem diga que a incorporadora busca, nas negociações, que o valor direcionado ao seu caixa seja ainda maior.

Procuradas pelo *Valor*, a PDG não se manifestou e a HSI informou que não comenta especulações de mercado.

A operação tem chamado a atenção de investidores e, conforme a fonte, há cerca de cinco interessados em adquirir a participação da HSI nos projetos da PDG. A incorporadora é minoritária nesses projetos desde que vendeu à HSI cerca de 51% da maioria das 17 Sociedades de Propósito Específico (SPE) e participação menor em algumas delas. Na época, a operação ficou conhecida, no mercado, como venda de imóveis no atacado.

A venda de participação nesses projetos funcionou como um empréstimo-ponte, com opção de recompra pela PDG. Caso a incorporadora não recompre os imóveis, deixará de ter retorno com a fatia vendida, pois a participação foi comercializada com desconto elevado, segundo a fonte. A prioridade no recebimento do valor resultante da venda das unidades é da HSI e, só depois, a PDG receberá o quinhão da comercialização referente à sua participação minoritária.

No início do ano, ao comentar os resultados de 2014, o então vice-presidente financeiro e de relações com investidores da PDG, Marco Racy Kheirallah, informou que a gestão desses projetos continuava com a PDG, mas que o sócio tinha preferência na distribuição dos resultados.

Na ocasião, Kheirallah disse também que a operação não previa retorno mínimo garantido nem obrigação de recompra.

Cerca de metade dos empreendimentos envolvidos na operação em curso está pronta, mas ainda não possui habite-se. Há previsão que a totalidade dos projetos seja concluída em 12 meses. Segundo fonte, a "due dilligence" (auditoria de dados) dos projetos levaria pelo menos 30 dias.
Considerando o período de festas de fim de ano, o prazo de até fevereiro para a PDG exercer a recompra está apertado.

Caso consiga um investidor que compre o que foi adquirido pela HSI, a PDG pode ter entrada de recursos no seu caixa assim que o negócio for fechado e, posteriormente, receber também sua fatia na venda das unidades. Elevar sua geração de caixa é fundamental, em um cenário em que a reestruturação da dívida é o maior desafio da PDG.

A PDG é a incorporadora de capital aberto mais alavancada, considerando-se a relação entre dívida líquida e patrimônio líquido. No fim de setembro, a alavancagem era de 127%. A companhia fechou o trimestre com dívida bruta de R$ 6,46 bilhões e endividamento líquido de R$ 5,96 bilhões. O Rothchild foi contratado para conduzir a reestruturação da dívida da PDG. Da dívida total, 77% está concentrado em seis bancos que, segundo o mercado, são Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Santander e Votorantim. Por *Chiara Quintão*  Leia mais em casadanoticia 24/11/2015

24 novembro 2015