02 setembro 2015

Produção gráfica no Brasil deve ter 2º ano seguido de queda

Produção gráfica no Brasil deve ter segundo ano seguido de queda

A produção física da indústria gráfica brasileira deve aprofundar a queda verificada no ano passado e encerrar 2015 com declínio de 7%, segundo projeção realizada pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf). Em 2014, o declínio foi de 2%, pior do que a projeção inicial de retração de 1,7%.

De abril a junho, a queda foi de 10% na comparação anual, conforme a entidade, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com forte impacto no nível de emprego do setor.

De acordo com o presidente nacional da Abigraf, Levi Ceregato, o setor gráfico brasileiro perdeu 5 mil postos de trabalho apenas no segundo trimestre, bem acima dos 900 empregos líquidos fechados em todo o ano passado. “O empresário está ficando muito acuado e o ambiente de negócios está muito contaminado por notícias negativas”, afirmou.

Uma sondagem da entidade realizada junto a donos de gráfica no país indica que, em julho deste ano, o índice de confiança estava em 40 pontos, frente a algo mais próximo de 50 pontos no mesmo período do ano passado. Leituras abaixo de 50 pontos indicam um ambiente de pessimismo. “As grandes empresas, que sofrem impacto maior com a crise, mostram índice de confiança ainda mais baixo”, comentou Ceregato.

Na avaliação do presidente da Abigraf, a crise atual é bastante diferente da enfrentada entre 2008 e 2009, porque a instabilidade política de hoje agrava o quadro econômico. “Esse processo de transmissão negativa [de notícias] também preocupa, porque acaba alimentando a crise de confiança”, afirmou.

Os resultados “sofríveis” da indústria gráfica brasileira em 2015, conforme Ceregato, devem-se ainda à elevação dos custos do setor, sobretudo com papel e energia. As gráficas que repassaram ao preço final de seus produtos os reajustes do papel neste ano, comentou, não estão encontrando comprador. “Os fabricantes dizem que estão fazendo um realinhamento de preços, porque os custos subiram. Nas gráficas, quem repassou, não está vendendo”, disse, acrescentando que a pressão de custos vem de “todos os lados: juros elevados, impostos energia e, agora, matéria-prima”.

A indústria gráfica brasileira é constituída por mais de 20 mil empresas e empregava, no fim do ano passado, cerca de 225 mil trabalhadores. Fonte: Valor Econômico  Leia mais em singramar 01/09/2015

02 setembro 2015



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