Quatro vezes um é igual a um! Essa é ainda a matemática feita pelo investidor estrangeiro em relação ao Brasil. Para aqueles que acharam que o câmbio altamente favorável aos gringos, com o derretimento do real iria aquecer o mercado de fusões & aquisições se enganou. Mas por que então este investidor não está aproveitando essas oportunidades?
As incertezas econômicas e políticas do Brasil ainda estão falando mais alto. A alta inflacionária e um mercado desaquecido tem inibido a realização de bons negócios. Eles são feitos, mas de forma pontual e em alguns mercados. A perda do grau de investimento nos leva a interrogação de quando será o fundo do poço. Até lá, o investidor não se motivará a ir às compras. A Índia, por outro lado, é a menina dos olhos do Brics, com desburocratização, reformas econômicas e crescimento até então sustentável. Em contraste, no que tange a desvalorização da nossa moeda, só perdemos para Rússia e Colômbia.
Por tudo isso, comprar empresas no Brasil não está fácil. Há parques industriais modernos, produtos de valor agregado, cadeias consolidadas e até mesmo inovação. Tudo isso a venda, por falta de receitas, endividamento, desalento do empresário e brigas societárias. Mesmo assim, o gringo não se sente confortável.
As linhas de crédito estão mais escassas, caras e os fundos de investimento bem mais cautelosos. Há casos de empresários entregando tudo pela dívida. E mesmo assim não há comprador.
Com pouco mais de US$ 25 milhões, o investidor pode arrebatar companhias avaliadas em mais de R$ 100 milhões. São ativos poderosos, em mercados competitivos e com grande chance de se ganhar dinheiro. A crise não ficará aqui para sempre. São ciclos, alguns mais profundos que outros, mas as oportunidades sempre existirão.
Quem estiver disposto a tomar riscos, a enfrentar um processo de compra, de due diligence, transição operacional etc., mesmo navegando em mares turbulentos, pode encontrar um grande tesouro ali na frente. Por Fabricio Nedel Scalzilli - Associado do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa | Leia mais em jcrs.uol 23/09/2015
23 setembro 2015
Fusões & Aquisições, oportunidade e risco
quarta-feira, setembro 23, 2015
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Ruy Moura
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