Ao longo de 2012, a GDK passou por um extenso processo de discussão com a Petrobrás sobre uma série de aditivos em contratos, como muitas empresas do setor de óleo e gás naquele momento, até que não suportou mais o peso das dívidas e entrou com o pedido de recuperação judicial, em janeiro de 2013.
Passados mais de dois anos e meio, a empresa começa a ver uma luz no fim do túnel, tendo reduzido as dívidas de R$ 355 milhões para R$ 260 milhões, e agora acredita que poderá quitar as últimas pendências a partir da venda de seu estaleiro na Bahia, avaliado em R$ 282 milhões, segundo o diretor da GDK, José Paulo Santos Reis.
A área conta com 110 mil m², um cais de 40 m² e todas as licenças de operação, sendo que o lance mínimo do certame foi estipulado em R$ 211 milhões, marcado para o dia 12 de agosto. José Paulo diz ainda que a empresa foi “drasticamente” afetada pela Operação Lava Jato, que levou à suspensão de seu cadastro na Petrobras, mas espera que em breve a questão seja resolvida. “O fato de estarmos em recuperação judicial antes mesmo da operação já mostra que não houve nenhum tipo de benefício ou privilégio. Agora aguardamos primeiro a liberação junto à CGU e, assim que tiver a conclusão do processo, deveremos ter o cadastro reabilitado. Estamos muito tranquilos quanto a isso”, diz.
Como está andando o processo de recuperação judicial?
Estamos caminhando muito bem no processo de recuperação. Desde 2013, quando iniciamos, viemos fazendo um trabalho muito agressivo de liquidação das dívidas, e vemos boas possibilidades de liquidá-las num prazo muito curto. Tínhamos uma vantagem que era um ativo imobilizado muito consistente e ele está fazendo frente as nossas pendências com a sociedade; desde os trabalhadores, até os credores financeiros e os fornecedores. Uma prova disso é que continuamos trabalhando com os bancos e com os fornecedores que já tinham relacionamento conosco.
Qual o volume total de dívidas atualmente e qual o plano de pagamentos?
Quando ingressamos no processo, tínhamos R$ 355 milhões em dívidas, e hoje as dívidas da recuperação judicial estão na ordem de R$ 260 milhões. A ideia de vender o estaleiro, nosso principal ativo, partiu daí, para finalizar o processo de recuperação.
A venda do estaleiro será suficiente para resolver as pendências?
O estaleiro está avaliado em R$ 282 milhões e está sendo leiloado por um lance mínimo de R$ 211 milhões, no dia 12 de agosto. Soubemos que três grupos interessados já se manifestaram formalmente para o juízo, e acreditamos que eles vão realmente participar do leilão.
Qual é o foco do estaleiro e que instalações possui?
Esse estaleiro foi concebido para atuar no segmento offshore, para construção de módulos e FPSOs. Mas não chegamos a fazer obras deste tipo lá. Ele tem 110 mil m², com um cais de 40 m², está com todas as instalações construídas, todas as licenças de operação já emitidas, e tem licença inclusive para a construção de um novo cais de 260 metros, que permitirá a atracação de um FPSO de até 340 metros. Além disso, ele possui incentivos fiscais, tem área alfandegada em seu projeto e está dentro da região metropolitana, então a empresa consegue levar o trabalhador para o trabalho sem a necessidade de um transporte privativo.
A empresa conseguiu manter projetos em carteira após o pedido de recuperação?
Todos os projetos que estavam em carteira foram continuados. Nosso planejamento agora é estancar nossas operações e fazer a liquidação completa da dívida, para que em 2016 possamos voltar a prosseguir com nossas atividades de maneira normal. Fizemos o encerramento em julho dos nossos últimos contratos, estamos sem novos projetos e a ideia é buscar novos projetos a partir de 2016. Essa é uma das razões pela qual botamos o estaleiro à venda, para resolver todas as pendências financeiras.
O foco será mantido ou estudam mudanças?
Nosso expertise é na área de óleo e gás. Não temos nenhuma pretensão de mudar o foco de atuação.
Como será a busca de novos projetos?
Agora, com a disponibilização do plano de estratégia da Petrobrás, vamos buscar projetos que estejam alinhados com a nossa expertise. Todas as obras offhsore, as de construção de dutos, as de montagem industrial, que já fazemos há 25 anos, nos interessam. Também vamos buscar alguns projetos que estejam alinhados com nosso objetivo junto à iniciativa privada.
A empresa foi citada na Operação Lava Jato como uma das envolvidas nos esquemas ligados à Petrobrás. Como está essa situação?
Fomos citados na operação, nos manifestamos junto à CGU (Controladoria Geral da União) com as explicações que foram requeridas e estamos aguardando o desenrolar do processo. O fato de estarmos em recuperação judicial antes mesmo da operação já mostra que não houve nenhum tipo de benefício ou privilégio ao longo desses últimos 10 anos.
Qual o impacto da Lava Jato na GDK?
Isso nos afetou drasticamente, porque fez com que nossas oportunidades de negócios junto à Petrobrás fossem cortadas, porque ela nos suspendeu de forma cautelar no cadastro. Isso foi algo extremamente temerário, visto que não tinha nenhum tipo de condenação da nossa parte. Agora aguardamos primeiro a liberação junto à CGU e, assim que tiver a conclusão do processo, deveremos ter o cadastro reabilitado. Estamos muito tranquilos quanto a isso. Fonte: Petronotícias Leia mais em jb 29/07/2015
30 julho 2015
GDK coloca estaleiro à venda para quitar dívidas e encerrar recuperação judicial
quinta-feira, julho 30, 2015
crise, Desinvestimento, Infraestrutura, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
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Ruy Moura
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