Enquanto as companhias de capital aberto brasileiras perdiam 25% do seu valor de mercado de 2013 a 2015, um movimento inverso acontecia entre as empresas sem ação em bolsa, que valorizaram-se 33%, em igual base de comparação.
O valor das fechadas, calculado a partir de uma metodologia de múltiplos, chegou a US$ 1,012 trilhão, em maio de 2015, superando os US$ 799 bilhões das listadas.
O impacto das companhias de capital fechado sobre a economia brasileira cresceu significativamente nos últimos dois anos, tanto em bases absolutas, quanto na comparação com as de capital aberto, constata estudo inédito da S&P Capital IQ.
Nesse universo, empresas ligadas ao consumo cíclico se destacam, representando uma oportunidade de investimento, mesmo num contexto de retração da economia, acredita a consultoria.
Segundo o vice-presidente de desenvolvimento do mercado de crédito da S&P Capital IQ, Thomas Yagel, a realização do estudo foi possível pois apenas recentemente a consultoria passou a compilar dados sobre empresas fechadas.
Para calcular o valor de mercado das companhias, foi usada metodologia que combina a análise de transações de fusão e aquisição na América Latina com dados financeiros divulgados pelas empresas, como receita e lucro operacional.
De um banco de dados de mais de 5,6 mil empresas fechadas, 81% divulgaram receita e 61% disponibilizaram seu lucro operacional.
Comparando companhias fechadas e abertas, há algumas diferenças significativas entre os dois grupos em relação à margem de lucro operacional. Embora o indicador esteja em linha para companhias listadas e aquelas sem ações em bolsa na maioria dos setores, em áreas como energia, materiais básicos, setor financeiro e serviços públicos, as companhias fechadas chegam a ter o dobro de margem do que seus pares de capital aberto.
Segundo a S&P Capital IQ, isso revela possíveis ineficiências causadas pela maior regulação e forte influência governamental nesses ramos da atividade econômica.
Utilizando a metodologia de múltiplos adotada e excluindo unidades locais de multinacionais e construtoras envolvidas no escândalo de corrupção da Petrobras, as cinco maiores companhias brasileiras em valor de mercado são, pela ordem: a Organizações Globo, avaliada em US$ 13,8 bilhões, seguida por Pernambucanas, Nova Pontocom (operação de varejo eletrônico do Grupo Pão de Açúcar, fundida em 2014 com a francesa Cdiscout, criando a Cnova), GVT Participações (controladora da operadora adquirida em setembro de 2014 pela Vivo, da espanhola Telefónica) e Lojas Cem.
Embora o valor de mercado das companhias fechadas não faria a maior delas chegar nem ao pé das cinco maiores abertas, o grande volume de companhias médias e pequenas soma um todo de maior valor do que o total de abertas.
Do universo de US$ 1 trilhão em oportunidades de investimento das empresas fechadas, os setores de bens de consumo cíclicos e de saúde sobressaem-se, com companhias registrando crescimento de receitas acima de 40% e 25%, respectivamente, de 2012 para 2013.
“Até pouco tempo atrás, o consumo ainda proporcionava força e oportunidades, isso não deve acabar, embora haja ciclos na economia”, acredita o analista.
Segundo a Standard & Poor’s Ratings Services, o PIB brasileiro deve recuar 1% em 2015, antes de se recuperar e crescer 2% em 2016.
“As companhias de capital fechado tiveram um desempenho muito melhor do que as abertas, mesmo num cenário desafiador. Com a retomada do crescimento em 2016, essa tendência deve se fortalecer ainda mais”, diz Yagel.
Entre as listadas, a queda é ainda mais abrupta se consideradas as maiores por valor de mercado.
Petrobras e Vale (terceira e quinta colocadas do ranking) tiveram quedas de mais de 50% de 2013 a 2015. A petroleira estatal, afetada pela Lava-Jato e pela queda no preço do petróleo, responde sozinha por 17% do valor total de mercado das companhias abertas. A queda de valor é amplificada ainda pela desvalorização do real no período. Thais Carrança| Valor Econômico Leia mais em bugelli 28/07/2015
29 julho 2015
Capital fechado valoriza-se em tempos de turbulência
quarta-feira, julho 29, 2015
Compra de empresa, IPO, Plano de Negócio, Tese Investimento, Transações MA, Venda de Empresa
0 comentários
Postado por
Ruy Moura
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário