30 julho 2015

Empresários de ensino investem no setor de saúde


Fundada há oito anos em Fortaleza, a rede de clínicas médicas SiM inicia um projeto de expansão com apoio de um seleto grupo de investidores, em sua maior parte, empresários da área de educação. Entre esses investidores - que entraram no negócio como pessoa física - estão Rodrigo Galindo, presidente da Kroton; Carlos Degas Filgueira, presidente da DeVry Brasil; Ari de Sá, fundador do sistema de ensino SAS; Rafaela Villela, sócia do fundo de investimento Gera Venture Capital do empresário Jorge Paulo Lemann. O grupo conta ainda com Joaquim Ribeiro, conselheiro e ex-presidente da Technos, e o advogado Rodrigo Piva, sócio do escritório Motta, Fernandes Rocha.

Os seis investidores fizeram seus aportes neste mês e passaram a deter juntos uma fatia de 45% do negócio. Os demais 55% continuam com Denis Cruz, fundador e presidente da rede de clínicas médicas que é voltada ao público de baixa renda. Atualmente, a SiM conta com três clínicas próprias e uma franquia, em Fortaleza, e a previsão é dobrar esse número até o fim deste ano. Com o novo aporte, a rede planeja ter 63 clínicas nos próximos quatro anos e entrar em outras cidades do Norte e do Nordeste com unidades próprias e franqueadas, além de investir em tecnologia e equipamentos.

A entrada de investidores da área de educação na rede de clínicas SiM se deu por meio do presidente da DeVry Brasil, que tem universidades em vários Estados do país. Ele foi o primeiro a investir na empresa de Cruz, em janeiro de 2013.

Na época, o jovem empresário havia acabado de concluir um MBA na Universidade de Stanford, na Califórnia, e procurou Degas para uma simples mentoria motivado pelo fato de que ambos eram do Ceará e haviam estudado na universidade americana. "O Denis me procurou para prestar uma consultoria. Mas, gostei tanto do negócio que propus entrar como investidor", afirma Degas, contando que em seis ligações conseguiu fechar com os outros cinco investidores.

Apesar da legislação que desde janeiro permite a participação de capital estrangeiro em clínicas e hospitais nacionais, estratégia da SiM era atrair nesta primeira rodada de investimentos investidores que participassem também da gestão do negócio. "A área de educação tem pontos em comum com saúde. As faculdades têm unidades distribuídas em diferentes regiões e a qualidade é um item fundamental para o negócio dar certo", disse o fundador da Clínica SiM. Os presidentes da Kroton e DeVry fazem parte do conselho da SiM.

A próxima rodada de investimentos está prevista para 2017, quando a SiM deve abrir para fundos de private equity locais e estrangeiros.

Cruz, de 32 anos, montou a rede de clínicas populares a partir da experiência no hospital de sua família. Lá ele diz que se deparava com pessoas carentes, sem plano de saúde, que pagavam por uma consulta um valor muito maior do que as operadoras. Em suas clínicas, a consulta custa R$ 90; um exame de raio-x, R$ 45. São realizados 14 mil atendimentos por mês. "É um negócio com baixo risco porque o pagamento é à vista ou com cartão e só 25% da população tem plano de saúde", diz Cruz.
Autor: Beth Koike Fonte: Valor Econômico Leia mais em tudofarma 30/07/2015


30 julho 2015



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