08 abril 2015

Em crise, Unimed-Rio avalia venda de ativos

A Unimed Rio vai publicar seu balanço de 2014 na terça-feira, dia 31. É um primeiro passo para atravessar o ano sob intervenção do governo e recuperar o equilíbrio financeiro. A apresentação do resultado até o fim do mês foi acordada com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em novembro, como parte de um plano de ajuste baseado em corte de custos. Com prejuízo de R$ 90 milhões, a cooperativa poderá usar patrimônio próprio para reequilibrar suas contas.

A venda de ativos é uma alternativa, há até interesse de fundos na compra do hospital da Barra, avaliado em R$ 650 milhões, mas, alternativamente, estamos reestruturando a gestão dessa unidade para que ela dê retorno satisfatório à cooperativa diz Mozart de Oliveira, superintendente de Atenção à Saúde da Unimed-Rio.

A crise na cooperativa se arrasta desde o ano passado, quando a operadora atrasou pagamentos de médicos e hospitais e, em consequência disso, os segurados tiveram atendimento negado em alguns casos. Na lista de explicações para as dificuldades financeiras, a Unimed-Rio cita a economia fraca, a alta dos custos médicos muito acima das receitas e alguns problemas de gestão.

A Unimed Rio tem condição de sair da intervenção. É uma das maiores operadoras do país. E há patrimônio para equacionar o déficit diz Lígia Bahia, professora do Instituto de Saúde Coletiva da UFRJ. A situação se agravou por conta do modelo de gestão. Hoje, é preciso ter foco em saúde e prevenção, criar outros métodos de remuneração de cooperados.

CINCO GRANDES SOB INTERVENÇÃO
Após a publicação do balanço de 2014, será marcada nova assembleia para apresentação e aprovação dos resultados. Na mesma data, será definida a forma de compensação do prejuízo e o rateio entre os cooperados. Isso deveria ter ocorrido na assembleia do último dia 10, que acabou suspensa.

Cinco operadoras de grande porte estão sob direção fiscal hoje, segundo a ANS. Desde janeiro de 2013, 154 empresas passaram por intervenção e 64 permanecem no processo.

Metade das grandes operadoras que passaram por direção fiscal se recuperou. A ANS, porém, diz que essa estatística não deve influenciar a percepção do consumidor, pois cada empresa tem uma forma de equacionar suas dificuldades.

A direção fiscal aponta as condições reais da empresa. As penalidades vão de suspensão à alienação de carteira. Mas o cliente está 100% protegido pela lei diz o advogado Ricardo Varejão, do escritório Queiroz Cavalcanti, de Pernambuco. O Globo | leia mais em gsnoticias 28/03/2015

08 abril 2015



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